segunda-feira, janeiro 31, 2005

Programa "3 by 5" atrasado

MSF 27.01.05

The World Health Organization released its “3 by 5” progress report on January 26th 2005 at the Davos World Economic Forum congratulating itself on progress made in the drive to fight the HIV pandemic. But only 700,000 or 12% of the nearly six million people in need of antiretroviral treatment in developing countries have access to it today. Looking at these figures Médecins Sans Frontières, who provides ARV treatment to more than 25,000 patients in 27 countries, comes to the exact opposite conclusion.

Instead of celebrating, WHO, UNAIDS, the Global Fund, the US President’s Emergency Plan for AIDS Relief (PEPFAR) and other institutions should be sounding the alarm. Every day, more than 8,000 people die from AIDS and every year another five million become infected with HIV. Since July 2004, only 260,000 new patients have benefited from ARV therapy in developing countries. Treatment expansion is moving at a snail’s pace. From the perspective of a medical humanitarian organisation working in resource-poor countries to treat people with AIDS, the global picture is bleak.
(...)
Unless these and other pressing issues are addressed urgently, many of those living with HIV/AIDS in developing countries will never get access to life-saving treatment or may not be able to survive once on treatment over the long-term.

Aspen recebe aprovação da FDA para genéricos de AZT/3TC/NVP

Health Gap 27.01.05

Aspen Pharmacare announced yesterday the approval by the US FDA of a co-blistered combination of generic antiretrovirals (a blister pack containing co-formulating AZT and 3TC, co-packaged with a separate dose of nevirapine).

"This approval is too little, too late--and too unilateral," said BrookBaker of Health GAP, "The WHO already had an internationally supported Pre-Qualification Project for listing AIDS medicines of proven quality, including generic products." Since the launch of PEPFAR the Bush Administration has refused to permit PEPFAR grantees to procure more affordable generic medicines -- forcing them to waste limited resources on more costly brand name products, reaching fewer people with live saving medicines.

"Had affordable generic drugs been used by PEPFAR in the first place, more people may have been alive today," said Amanda Lugg of Health GAP.

According to several generic companies, some applications to the US approval process have been delayed because brand name drug companies are refusing to provide "reference rights" to the generic companies that would confirm the equivalence between European and US versions of originator products. As a result they are forced to redo their bioequivalence studies, wasting time and money. Aspen would have avoided this problem because of its existing cozy relationship with originator companies.

Conferência sobre sida e doença do sono tem lugar em Luanda

Angop 28-01-05

Uma conferência sobre VIH-SIDA e Tripanossomíase Humana Africana (doença do sono) terá lugar no dia 01 de Fevereiro, no Hotel Trópico, em Luanda, organizada pela cooperativa angolana Kiminha, soube hoje a Angop.

Para o efeito, chegou hoje à capital angolana o professor Francisco José Nunes Antunes, director dos serviços de doenças infecciosas do hospital de Santa Maria, em Portugal, que será o orador principal do certame.

Em breves declarações à Angop, Francisco Antunes disse que a Sida e a Doença do Sono em África são duas situações de Saúde Pública que têm vindo a agravar-se nos últimos anos.
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Angola: Assinado acordo de cooperação a favor dos seropositivos

Angop 27.01.05

A Cruz Vermelha de Angola (CVA) e a Associação Luta pela Vida (LPV) assinaram hoje, em Luanda, um acordo de cooperação a favor dos seropositivos, que visa trabalhar em conjunto nas províncias onde se regista maior índice de estigma e discriminação das pessoas infectadas com HIV/Sida.
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Para Alberto Stella, representante da Unosida em Angola, o estigma e discriminação fazem com que muitas pessoas não procurem os serviços de saúde e desta forma a doença vai se propagando cada vez mais, salientando que o acordo assinado é valioso e vai permitir com esta incidência reduza.
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Cabo Verde: Combate à SIDA aposta na sensibilização de comunidades piscatórias

LUSA 31.01.05

O Comité de Coordenação de Luta Contra a Sida de Cabo Verde está a financiar um projecto de sensibilização e prevenção do HIV junto das principais comunidades piscatórias da ilha de Santo Antão.

O projecto está a ser organizado pela Associação de Marítimos de Cabo Verde e pela direcção geral da Marinha e Portos do arquipélago.
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Projecto de combate à SIDA vai ser lançado em Maio

LUSA 28.01.05

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai lançar o seu projecto de combate ao HIV/SIDA em Maio, em Lisboa, durante uma reunião dos ministros da Saúde dos oito, anunciou hoje o secretário executivo da organização.

O anúncio foi feito pelo embaixador cabo-verdiano Luís Fonseca durante o IV Fórum dos Parlamentos de Língua Portuguesa (FPLP), que termina hoje em Brasília.

O projecto da CPLP foi proposto pelo presidente português, Jorge Sampaio, na V cimeira da organização, que decorreu a 26 e 27 de Julho do ano passado em São-Tomé, e prevê a cooperação entre os Estados-membros no combate e na prevenção da doença.

Além de uma campanha publicitária, em que participaram todos os chefes de Estado dos países lusófonos e que já começou a ser transmitida nas televisões públicas, o projecto prevê contactos com organismos internacionais ligados à luta contra a SIDA, com vista a aumentar a cooperação com a CPLP nesta matéria.

"A experiência brasileira no combate à SIDA é extremamente importante, bem sucedida e terá um papel importante a desempenhar neste projecto", disse à Agência Lusa o secretário executivo da CPLP. A taxa de prevalência da SIDA no Brasil é actualmente de 0,6 por cento, enquanto em Angola é de 8 por cento e em Moçambique de 15 por cento.

Somente em Moçambique, o número de infectados ultrapassa um milhão de pessoas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, que alerta para o impacto da epidemia no continente africano, onde uma em cada 12 pessoas é portadora da doença.
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Chirac apresenta propostas contra a pobreza e a sida

DN 27.01.05

A simples contribuição de um dólar por cada um dos três mil milhões de bilhetes de avião vendidos anualmente foi considerada, ontem em Davos, pelo Presidente francês, Jacques Chirac, como uma arma contra a pobreza.

Chirac avançou com outras alternativas para o financiamento da luta mundial contra a pobreza e doenças como a sida, como pequenas taxas sobre as transacções internacionais ou deduzidas do combustível utilizado nos transportes aéreos e marítimos. O Presidente francês propôs, ainda, "pedir aos países que mantêm segredo bancário - por eles considerado como um elemento de liberdade individual - que compensem uma parte das consequências sobre a evasão fiscal mundial, tão prejudiciais aos países mais pobres, através de uma taxa sobre os fluxos de capitais estrangeiros que saiam ou entrem do seu território".
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Jacques Chirac considerou a fome, a sida, a violência e a revolta como "tsunamis silenciosos" que afectam as populações, geradores de situações ameaçadoras. Em África, acrescentou o Presidente francês, "uma imensa maioria da população, no campo e nos bairros de lata, espera ainda a concretização das promessas de progresso". Porém, advertiu, "não vão esperar para sempre".
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PS promete retomar políticas de combate à sida

A Dra Maria José Nogueira Pinto sabe que eu sei que ela não sabe grande coisa do vih/sida.

Público 31.01.05

O PS acusa o Governo PSD-CDS de ter interrompido as políticas de combate e de prevenção da Sida e promete retomar a urgência da luta contra a doença, com medidas mais agressivas. A garantia foi dada ontem pela representante dos socialistas Elza Pais, durante um debate sobre o HIV/Sida com os partidos políticos, organizado pela Abraço, em Lisboa.

"Nós tínhamos uma política definida e foi interrompida. O PS propõe que seja retomada e com medidas mais agressivas", disse a representante de José Sócrates no debate e antiga presidente do Instituto de Droga e Toxicodependência. Elza Pais deu como exemplo da interrupção das políticas governamentais a falta de continuidade do Plano Nacional de Luta Contra a Sida, e a inactividade da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, "durante um longo período", bem como a falta de concretização da ideia das campanhas em meio universitário e a suspensão de dois programas de prevenção junto das escolas. Esta situação, segundo Elza Pais, explica a estagnação da queda do número de mortes relacionados com o consumo de drogas entre 2002 e 2003, depois desse total ter vindo a cair desde 1999. "É fruto de uma política de desnorte", frisou.

A representante do PS prometeu que os socialistas, caso venham a ganhar as próximas eleições, estarão atentos a experiências inovadoras de combate à droga dentro das prisões, que decorrem em países do Norte da Europa.

A acusação de interrupção das políticas anti-sida foi rebatida pela representante do PSD, e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro da acção social, Helena Lopes da Costa, apesar de reconhecer que "há uma estagnação" no gráfico apresentado sobre o número de mortes relacionadas com o consumo de drogas. Helena Lopes da Costa lembrou que foram definidas pelo actual governo 10 metas a cumprir até 2006. Em Lisboa, acrescentou, foi estabelecido um plano municipal de inclusão dos toxicodependentes e dos sem-abrigo que foi considerado um "modelo", além de ter sido feita prevenção junto das escolas, em colaboração com o Ministério da Educação.

Num debate em que estavam presentes representantes de nove forças políticas, a deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", lembrou que o actual governo favoreceu a discriminação ao aprovar o Código de Trabalho que obriga um candidato a apresentar exames médicos à empresa quando solicitado para tal. Mais tarde, na sua intervenção, Maria José Nogueira Pinto, em representação do CDS-PP, referiu que não é possível ter a trabalhar pessoas que estão doentes a tratar de outras doentes. "Como presidente de uma organização [Santa Casa da Misericórdia] não posso contratar pessoas doentes para lidar com crianças recém-nascidas ou crianças institucionalizadas. Posso sim contratá-las para outros lugares. Isto não é discriminação", afirmou, causando algum burburinho na assistência. Maria José Nogueira Pinto reconheceu que a questão da Sida em Portugal tem sido alvo de "políticas erráticas", o que "não tem a ver com governos mas com uma cultura democrática que ainda se está a enraizar".

Ex-ministro britânico é seropositivo

Público 31.01.05

O antigo ministro da Cultura britânico Chris Smith revelou ter sido HIV positivo durante 17 anos. Smith, de 53 anos, disse ao "Sunday Times" que Tony Blair não fora informado disso quando se tornou no primeiro ministro britânico confessadamente "gay", em 1997.

O ex-governante decidiu tornar a sua doença pública depois de o antigo presidente da África do Sul, Nelson Mandela, ter anunciado que o seu filho morrera com sida. A doença de Chris Smith foi diagnosticada em 1987, mas não se sabe quando contraiu o vírus. O ex-ministro afirmou que inicialmente se preocupou com o impacte que a informação poderia ter nos seus pais. "Nas últimas semanas e meses, pensei que talvez isto fosse algo que precisasse de ser dito publicamente", por forma a "desmistificar" esta doença, salientou. Chris Smith referiu ainda que o HIV pode ser tratado. "Têm de se tomar muitos comprimidos, mas, se se fizer isso continuamente, não há razão para não se continuar a viver".

A sua decisão já foi louvada pelos seus amigos e colegas. "Esperemos que isto ajude muita gente que ainda não foi diagnosticada e aqueles que têm medo de se submeter a exames", disse Lisa Power, responsável por uma associação de apoio aos doentes com HIV.

Um activista dos direitos dos homossexuais apoiou também a decisão, mas diz ter ficado surpreendido por ela surgir tão tarde, tanto mais quando o facto de ele ter anunciado ser "gay" não lhe trouxe qualquer prejuízo político.

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Anti-retrovirais permanecem nos hospitais

Público 27.01.05

Alguns medicamentos destinados a doentes com cancro, hepatite C, fibrose quística ou insuficiência renal, até agora acessíveis apenas nos hospitais, poderão começar a ser fornecidos nas farmácias de rua.

Esta é a principal conclusão de um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para regulamentar a distribuição, pelo farmacêutico, de produtos hoje controlados em exclusivo pelas unidades hospitalares.

Excluídos da dispensa na farmácia continuam a ficar os medicamentos de combate à sida, bem como alguns produtos de administração intravenosa para insuficientes renais, doentes com cancro e com fibrose quística - lê-se no relatório final, a que o PÚBLICO teve acesso.

O documento do grupo de trabalho, criado em 2003 por despacho do então secretário de Estado da Saúde, Carlos Martins, devia agora ser transformado em projecto de diploma, mas a tutela em gestão deverá deixar essa tarefa para o próximo Governo.

O relatório foi aprovado na semana passada pela maioria dos mais de 30 membros do grupo de trabalho e resulta de um ano de discussões sobre o tipo de medicamentos que poderão ser distribuídos gratuitamente e com segurança fora dos hospitais, facilitando o acesso do doente ao tratamento nas várias regiões do país.
(...)
No relatório são definidas três listas: uma de remédios que podem ser distribuídos livremente nas farmácias; outra onde se incluem medicamentos que só poderão sair dos hospitais se forem assegurados mecanismos de vigilância e controlo específico dos doentes nas farmácias; e uma terceira com o conjunto de medicamentos que devem manter-se restritos às unidades hospitalares, entre os quais se incluem os de combate à sida.
(...)
A distribuição, nas farmácias de rua, dos produtos de combate ao vírus da sida (HIV) era um dos pontos mais polémicos entre os especialistas. A opção foi manter a tradicional forma de dispensa.

Os anti-retrovirais inscrevem-se num dos quatro critérios definidos pelos peritos para o uso exclusivo hospitalar: motivos de segurança, razões de saúde pública que exigem monitorização por obrigarem a condições especiais na administração, preparação ou eliminação; e finalmente porque são inovadores e a sua segurança e eficácia não está totalmente estudada.
(...)
Segundo o despacho, este relatório deveria ser o esboço do decreto-lei. O texto será anexado ao Estatuto do Medicamento, um documento que reúne toda a legislação sobre a matéria, incluindo a transposição, para o direito português, de várias directivas europeias.

A secretária de Estado da Saúde, Regina Bastos, despachou ontem favoravelmente o documento e recomendou que o estudo do impacto financeiro destas medidas seja feito pelo Infarmed, pelo Instituto de Gestão Financeira e Informática da Saúde e pelas várias administrações regionais de Saúde.


quarta-feira, janeiro 26, 2005

Notificação obrigatória de casos de Sida publicada em Diário da República

Onde estão os números??

LUSA 25.01.05

A obrigatoriedade da notificação de casos de Sida por parte dos médicos foi publicada em Diário da República, embora a lei esteja em vigor desde Outubro. Os hospitais receberam os novos formulários para notificação a 01 de Outubro, mas a portaria só foi assinada a 03 de Novembro pelo ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira. A obrigatoriedade de declarar a doença decorre da necessidade de haver uma "monitorização e projecção" da doença no curto e médio prazo, para assim se fazer a prevenção e controlo, de acordo com a portaria. O documento salienta que a declaração por parte dos médicos é obrigatória "aquando do diagnóstico em qualquer estádio da infecção".

O presidente da Comissão Nacional de Luta contra a Sida (CNLCS), Meliço Silvestre, contava que a portaria, no fim do ano passado, produzisse já resultados no aumento das notificações da doença. A notificação obrigatória da doença e a simplificação deste registo deverão conduzir a dados mais precisos e reais da infecção do VIH em Portugal, uma vez que todos os especialistas reconhecem que a sida está sub-notificada.

A 10 de Outubro do ano passado, Meliço Silvestre afirmou que o primeiro balanço da notificação obrigatória da doença deveria ser feito no final de 2004, mas até ao momento não foram divulgados quaisquer dados.



Só 12% dos doentes de sida recebem tratamento nos países pobres

LUSA 26.01.05

Só 12 por cento dos doentes de sida que vivem nos países em desenvolvimento recebem tratamento anti-retroviral, indica um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da ONUSIDA hoje divulgado.

Embora o número de doentes de países pobres em tratamento tenha subido de 440.000 para 700.000 em seis meses, 5,8 milhões carecem urgentemente de medicamentos para sobreviver. O relatório reconhece que estes números estão longe do objectivo de tratar três milhões de doentes até finais deste ano, mas congratula-se com os progressos alcançados no segundo semestre de 2004.

A OMS lançou em Junho do ano passado um ambicioso plano denominado "3 por 5", numa alusão ao objectivo de proporcionar tratamento a três dos mais de cinco milhões de doentes até finais de 2005.

Mas para alcançar a meta proposta daqui até Dezembro, há "enormes obstáculos" a transpor - considera a OMS e o programa das Nações Unidas contra a sida (ONUSIDA).

No programa "3 por 5" participam, alem da OMS e da ONUSIDA, o Fundo Global contra a Sida, a Tuberculose e a Malária, o Banco Mundial e os EUA, através de um plano da Casa Branca contra essa doença e outros organismos.

De acordo com o relatório, nos países da América Latina e nas Caraíbas foi possível tratar 65 por cento dos doentes de sida. Em contraste, só se conseguiu proporcionar essa terapia a 10 por cento dos doentes da Europa central e oriental, a 8 por cento da África subsaariana e a 7 por cento do norte de África e do Médio Oriente. Dois terços dos cerca de 39,4 milhões de portadores do vírus da sida vivem na África subsaariana, onde a doença causou 2,3 milhões de mortes em 2004, segundo os últimos dados da ONUSIDA.

O relatório refere que quando o plano foi traçado, em meados do ano passado, calculou-se que seria necessário investir em 2005 entre 3,1 e 3,8 mil milhões de dólares, segundo o custo real dos anti-retrovirais. Embora o custo dos fármacos representasse 43 por cento do plano, uma redução dos preços dos tratamentos e dos sistemas de distribuição poderá reduzir os gastos, refere o documento. Até agora foi possível angariar 1,5 mil milhões de dólares, faltando "uns 2 mil milhões".

Finalmente, segundo estimativas sobre a incidência da sida nalguns países e projecções do número de mulheres infectadas que têm filhos, considera-se que no ano passado esta doença matou em todo o mundo meio milhão de crianças.

Lucros da Merck em queda

Público 26.01.05

A retirada do Vioxx do mercado (a 30 de Setembro do ano passado) teve um impacto negativo nas contas da farmacêutica, que fechou o quarto trimestre de 2004 com uma quebra de 21 por cento nos resultados líquidos (1,1 mil milhões de dólares). As receitas da companhia também reflectiram os problemas com o anti-inflamatório, ao registarem um crescimento residual de dois por cento.

A retirada do Vioxx significou uma redução de 750 milhões de dólares nas receitas da Merck e fez com que a capitalização bolsista da empresa "emagrecesse", no dia em que foi anunciada, 27 mil milhões de dólares. A solução foi, então, anunciar um plano de corte de 5100 postos de trabalho para voltar a atrair o interesse dos investidores.

Governo espanhol responde a ataques do papa

CM 26.01.05

O governo espanhol respondeu ontem às acusações do Papa João Paulo II e esclareceu que “a fé não pertence ao estado, mas sim às pessoas”. O ministro da Defesa, José Bono, retribuiu assim o ataque com novo ataque, e criticou, nomeadamente, a atitude do Vaticano face ao preservativo. “Não aceito que seja considerada pecadora uma pessoa que põe o preservativo para não contagiar alguém com sida depois de, por exemplo, lhe ter sido transmitida por uma transfusão sanguínea”, salientou Bono.
(...)


Circuncisão reduz em metade o risco de contrair o VIH

El Tiempo 25.01.05

La circuncisión reduce a la mitad el riesgo de contraer la infección por VIH a través de una relación sexual sin protección, reveló un estudio realizado en 745 hombres de Kenya, cuyos resultados fueron publicados en The Journal of Infectious Diseases.

"Este nuevo estudio ayuda a comprender por qué el virus del sida se ha diseminado en regiones de África en las que la práctica de la circuncisión está en retroceso", dijeron los investigadores que realizaron el estudio, el primero que evalúa el riesgo de infección en personas con múltiples parejas sexuales.

El trabajo en cuestión suma un nuevo beneficio a esta práctica ritual, que ya había demostrado reducir el riesgo de cáncer peneano, de afecciones de transmisión sexual e, incluso, de cáncer de cuello uterino en mujeres que tienen relaciones sexuales con hombres circuncisos.

"El prepucio tiene gran cantidad de células que constituyen un blanco fácil para el VIH, que de esa forma logra permanecer en el organismo -explicó Pedro Cahn, jefe de infectología del hospital Fernández-. En ausencia del prepucio, el riesgo de contagio se reduce".
Otro argumento que explica los resultados del estudio es, según el infectólogo Guillermo Maligne, que "l piel que recubre el glande es sensible y está preparada para ser protegida por el prepucio. En ausencia de éste la piel se hipertrofia y se genera una especie de costra que dificulta el ingreso del VIH presente en los fluidos vaginales".

Claro que, aclaró Maligne, esa hipertrofia se produce con el tiempo: "Una persona adulta a la que se le realice una circuncisión no tendrá ningún tipo de protección". Por último, coinciden Cahn y Maligne, debe quedar en claro que las personas circuncidadas que tienen relaciones sexuales sin preservativo siguen estando en riesgo de contraer la infección por VIH.


We Are The World de regresso

CM 26.01.05

‘We Are The World’, um dos maiores hinos da solidariedade de todos os tempos, vai ser reeditado no dia 1 de Fevereiro, desta feita para auxiliar as vítimas da sida e da tragédia no Sudeste Asiático.

Paralelamente, rádios em todo o Mundo planeiam passar a canção como forma de assinalar os seus 20 anos. Bruce Springsteen, Michael Jackson e Ray Charles são alguns dos nomes que cantam o tema.

terça-feira, janeiro 25, 2005

Empresas e o VIH



BBC 20.01.05

Businesses fail to plan for HIV
Companies fail to draw up plans to cope with HIV/Aids until it affects 20% of people in a country, new research says.

The finding comes in a report published on Thursday by the World Economic Forum, Harvard and the UN aids agency.

"Too few companies are responding proactively to the social and business threats," said Dr Kate Taylor, head of the WEF's global Health Initiative. Nearly 9,000 business leaders in 104 countries were surveyed for Business and HIV/AIDS: Commitment and Action?

Too little, too late
Dr Taylor described the level of action taken by businesses as revealed by the report as "too little, too late". The issue will be highlighted to business and world leaders at the World Economic Forum, which meets in Davos, Switzerland, next week.

The WEF report shows that despite the fact that 14,000 people contract HIV/Aids every day, concern among businesses has dropped by 23% in the last 12 months. Most (71%) have no policies in place to address the disease. Nor could over 65% of the business leaders surveyed say or estimate the prevalence of HIV among their staff.

The UN programme tackling Aids, UNAIDS, pointed out that having a clear strategy for dealing with HIV/Aids was a good investment as well as being socially responsible.
(...)
Confidentiality is key
The WEF report concludes that businesses need to understand their exposure to HIV/Aids risks and come up with good local practices to manage them.
A key priority, in both high and low-prevalence settings, said the WEF is to establish a policy based on non-discrimination and confidentiality.


Cadeias do Montijo e Tires recebem rastreio da sida



Público Online 24.01.05

O projecto "Sida em meio prisional" arranca hoje no estabelecimento prisional do Montijo com um rastreio voluntário ao vírus da sida, hepatite B e C e clamídia, que se estende amanhã à prisão de Tires, abrangendo no total 895 reclusos.

Fruto de uma parceria entre a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, Fundação Calouste Gulbenkian e Instituto da Droga e da Toxicodependência, o projecto vai durar três anos e meio. O objectivo é traçar o mapa da população prisional em relação às atitudes e comportamentos de risco face à sida, prevenir comportamentos de risco e tratar os reclusos infectados com HIV ou toxicodependentes.

O rastreio começa hoje no Montijo, onde estão detidos 220 homens, e prossegue amanhã na prisão de Tires, onde há 675 pessoas detidas, na sua maioria mulheres, até 29 de Janeiro.

A adesão ao rastreio, efectuado por enfermeiros, é voluntária e os resultados só serão entregues aos próprios reclusos. O rastreio vai concentrar-se também na clamídia, uma doença sexualmente transmissível que aumenta o risco de contrair o vírus do HIV.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Pharma convida deputados brasileiros

Enquanto no Brasil se discute a implementação (ou não) das patentes sobre alguns anti-retrovirais, a associação corporativa dos laboratórios convida os deputados brasileiros para um congresso sobre patentes nos E.U.A. ...

Folha de S. Paulo 23.01.05
Elio Gaspari na Folha de São Paulo

Boca livre

Dificuldades para planejar suas férias? Procure a Pharma, entidade que congrega os grandes laboratórios americanos. Ela está arrebanhando um grupo de parlamentares brasileiros para um seminário sobre patentes na Universidade de Georgetown. O roteiro levará o grupo a diversas cidades, inclusive Nova York. Entre os patrocinadores do programa estão os laboratórios Merck, Pfizer e Johnson.

Inicialmente, só estão incluídos nessa boca-livre oito ou dez parlamentares. Nenhum deles está convidado para falar no seminário de Georgetown. CPI (Comissão Parlementar de Investigação) vai, CPI vem, os laboratórios não aprendem a defender seus interesses sem se meter nesse tipo de romance. Como Deus é global, o Merck, o Pfizer e o Johnson deveriam oferecer a pelo menos dez eleitores (e clientes) brasileiros uma boca-livre semelhante à que dão aos eleitos.

sábado, janeiro 22, 2005

CDC recomenda PEP não-ocupacional

TheBody.com 21.01.05

CDC Recommends Prophylactic Antiretroviral Drug Regimen for People Exposed to HIV Through Unprotected Sex, Shared Needles

CDC on Thursday in a "major policy shift" recommended that people exposed to HIV through unprotected sexual intercourse, sexual assault, shared needles or accidents receive immediate treatment with antiretroviral drugs to prevent infection, the AP/Chicago Tribune reports (Yee, AP/Chicago Tribune, 1/21).

The move expands 1996 CDC guidelines that recommended post-exposure prophylaxis only for health care workers exposed to HIV through occupational accidents, USA Today reports (Manning, USA Today, 1/21). CDC said the new guidelines -- which were published on Friday in CDC's Morbidity and Mortality Weekly Report -- are based on studies showing that beginning an antiretroviral regimen shortly after exposure can reduce the risk of HIV infection by as much as 80% (Goldstein, Miami Herald, 1/21).

CDC said that to be effective, prophylactic antiretroviral regimens must be started no later than 72 hours after HIV exposure and continue for 28 days (McKay, Wall Street Journal, 1/21). CDC recommends that individuals take efavirenz and lamivudine or emtricitabine with zidovudine or tenofovir and lopinavir/ritonavir and zidovudine with either lamivudine or emtricitabine, but says that "[d]ifferent alternative regimens are possible" (Reuters, 1/20).
(...)
Some health professionals "applauded" CDC's new guidelines, the AP/ Sun reports. "We have probably the most conservative administration in the last 50 years, and yet the CDC is coming out with a policy that is more progressive than perhaps any country's in the world," Dr. Josh Bamberger of the San Francisco Department of Public Health, who helped create that city's policy on prophylactic HIV treatment, said, adding, "If you had unsafe sex while you were drunk or had a condom break, you should take these medicines -- that is what is recommended by the public health service of the United States. That's amazing" (Leff, AP/Las Vegas Sun, 1/21).
(...)

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Discussão pública sobre o ante-projecto de Estatuto do Medicamento

INFARMED 20.01.05

A elaboração de um novo Estatuto do Medicamento constitui uma necessidade evidenciada pela legislação comunitária aprovada em 2004 a transpor para o direito nacional e por todos quantos, no dia-a-dia, têm de interpretar e aplicar a legislação do medicamento, atenta a sua dispersão.
(...)
Atentas as suas atribuições e face a estas necessidades, o INFARMED preparou um documento de trabalho para basear a revisão daquele Estatuto que apresentou às entidades com assento no seu Conselho Consultivo, na reunião de 22 de Dezembro de 2004. O documento foi, ainda, distribuído à generalidade das associações representativas dos doentes (quais??) e consumidores, dos profissionais de saúde e dos agentes económicos do sector, bem como às diversas instituições do sistema de saúde e do sector público relacionadas com esta matéria, para efeitos de apreciação.

Dado o carácter estruturante do projecto que resultará do documento em apreço, julga-se adequado disponibilizar o referido documento a todos quantos queiram sobre ele dar o seu contributo, que será apreciado para efeitos de elaboração da versão final do ante-projecto a submeter à consideração da Tutela.

Assim, encontram-se aqui as versões PDF do mencionado documento de trabalho, permitindo a sua fácil leitura e eventual apresentação de comentários, sugestões e propostas de alteração.
Quaisquer contributos deverão ser enviadas para o seguinte endereço electrónico: estatuto.medicamento@infarmed.pt

Reportagem sobre ensaio clínico PREP com Viread

Uma reportagem muito interessante do programa Complément d'Enquête, do canal francês France 2, sobre o estudo a decorrer com as trabalhadoras do sexo nos Camerões. Para ver (depois clicar em "Voir ce reportage sur ces tests safaris")

Abraço organiza debate com os partidos sobre as políticas de prevenção, controlo e tratamento da infecção pelo VIH e da SIDA



Lisboa, 20 de Janeiro de 2005

A luta contra a SIDA em Portugal é, como todos sabemos, um reconhecido caso de insucesso e um dos maiores fracassos nas políticas de saúde em Portugal das últimas duas décadas. Na Europa (a 15), somos o país que apresenta as mais altas taxas de incidência e prevalência, as quais não só não mostram sinais de diminuição como já atingem, em determinadas zonas e para alguns grupos etários, valores que caracterizam uma epidemia generalizada.

Sem a intervenção activa de todos os cidadãos e, em particular, das pessoas afectadas e infectadas pelo VIH e das suas organizações não será possível reverter esta situação.

A um mês da realização de eleições legislativas, a Associação Abraço pretende dar a todos os partidos concorrentes uma oportunidade para apresentarem e discutirem com os principais interessados as suas ideias, políticas, projectos e iniciativas em relação à prevenção, controlo e tratamento da infecção pelo VIH e da SIDA.

Vimos por este meio convidar-vos a estarem presentes e participarem activamente neste debate que se realizará às 18h00 do próximo dia 30 de Janeiro, no Auditório da Biblioteca Museu República e Resistência, rua Alberto de Sousa, 10 A, em Lisboa.

Solicitamos ainda que divulguem esta iniciativa junto dos vossos membros e associados e promovam a sua presença e participação através dos meios de comunicação ao vosso dispor.
Com um abraço
Pela Direcção da Abraço
Maria José Campos

Bispos portugueses mantêm-se contra

Quando é que a ICAR estará pronta para uma "nova etapa de responsabilidade e generosidade"?

Público 21.01.05

O director do secretariado da Conferência Episcopal Portuguesa, Joaquim Garrido Mendes, afirma que não houve nenhuma reunião para abordar a notícia sobre as declarações do porta-voz da congénere espanhola. Por isso, a posição que toma face ao uso do preservativo é a constante da nota pastoral "Os cristãos e a luta contra a sida", de Novembro de 2001.

Neste documento de duas páginas, sublinham-se as "reticências da moral católica em relação ao uso generalizado do preservativo", "porque ele significa uma alteração profunda do sentido e da dignidade da sexualidade humana".

A recusa "dos 'métodos' da barreira física' - "que isola o contacto dos corpos na intimidade sexual, que é, em si mesmo, um encontro plenificante de todo o ser" - é peremptória: "Nenhuma razão pode levar a Igreja a deixar de afirmar claramente essa verdade, pois só ela pode atrair as pessoas para novas etapas de responsabilidade e generosidade".

"A perspectiva cristã da existência não é necessariamente um caminho de facilidades, é uma longa luta, em que o cristão se confronta com a cruz do próprio Senhor Jesus Cristo, que é possível vencer com a força do espírito de Deus", conclui.

CNLCS passa a ter apoio jurídico

Público 21.01.05

A Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) e o Centro de Direito Biomédico (CDB) da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra assinaram ontem um protocolo que tem por objecto promover a colaboração técnica entre as duas entidades, ao nível de estudos, iniciativas de formação e cooperação dos seus elementos.

Uma das principais questões abordadas pelo protocolo tem que ver com os serviços de consultadoria prestados pelo CDB à CNLCS nas suas áreas de actuação, nomeadamente ao nível das questões ético-legais que surgem no âmbito da infecção pelo VIH/SIDA. Outro ponto que se salvaguarda no protocolo é o intercâmbio científico e pedagógico entre as duas instituições.

Para o presidente do CDB, Guilherme de Oliveira, os pareceres do centro, integrado na Faculdade de Direito, representam uma forma de "procurar uma saída para um conflito de interesses" na área da Medicina. Também Meliço Silvestre, da CNLCS, acredita que este seja mais um "mecanismo de protecção dos doentes".

Mais de um terço estudantes Ensino Superior não usam preservativo



LUSA 20.01.05

Mais de 38 por cento dos estudantes do Ensino Superior não usam preservativo nas relações sexuais, revela um estudo da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida divulgado hoje no Porto.

O "Estudo sobre comportamentos dos estudantes universitários e a sua relação com infecções sexualmente transmissíveis" foi efectuado com base num inquérito a cerca de 4.700 jovens alunos de faculdades, institutos politécnicos e escolas superiores de oito regiões: Coimbra (25 por cento), Bragança (25), Algarve (13,5), Évora (8,6), Braga (8,2), Porto (sete), Madeira (6,6) e Lisboa (seis).

Mais de 83 por cento dos inquiridos afirmaram já ter tido relações sexuais, dois por cento dos quais com parceiro do mesmo sexo, 18 por cento com cinco ou mais pessoas e 5,7 por cento antes dos 15 anos.

Na última relação com um parceiro não habitual, 10 por cento dos estudantes admitiram não ter utilizado preservativo.

Perto de metade dos inquiridos (46 por cento) responderam que já consumiram cannabis, sendo inferior a cinco por cento os consumos de outras drogas, designadamente cocaína (3,8 por cento), cola (quatro), anfetaminas (2,9), ecstasy (4,7), esteróides (1,2) e heroína (0,6).

Reflectindo o desequilíbrio que existe no Ensino Superior português, 67,2 por cento dos inquiridos são mulheres, mas os autores do estudo concluíram que os homens correm mais riscos, quer no consumo de drogas quer nas relações sexuais sem preservativo.

Os comportamentos de risco aumentam também com a idade e existem em nível elevado para todo o tipo de infecções, "o que exige intervenção educativo-sanitária urgente, pois que, pelo encontrado, tudo fará supor que a situação poderá tender a agravar-se", assinala o estudo.

Nas análises efectuadas não foi detectado qualquer caso de VIH, mas registaram-se 15 casos positivos de hepatite C, três de sífilis e oito de antigénio de superfície do vírus da hepatite B.

O encarregado de missão da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS), Meliço Silvestre, classificou os dados deste estudo como "muito importantes", no âmbito de uma estratégia de prevenção da sida e outras doenças sexualmente transmissíveis "baseada na evidência".
(...)

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Citação da semana

"What does it say about the world [when] we can tolerate the slow and unnecessary death of millions [from AIDS] whose lives would be rescued with treatment? The tsunami must be seen to be the turning point. The publics of the world have shown their desperate concern for the human condition. How long will it take for governments to do the same?"

Stephen Lewis, U.N. Special Envoy for HIV/AIDS in Africa
Reuters/CNN International, 1/19/05

Profilaxia pré-exposição (PREP) com Viread

Ler mais acerca destes ensaios clínicos controversos sobre PREP com tenofovir nos artigos "Duras críticas sobre ensaio clínico com tenofovir nos Camarões" e "Carta dos activistas tailandeses sobre ensaio com tenofovir".

Aidsportugal 19.01.05

A parte americana ligada à triagem farmacêutica internacional recrutará 400 homens homossexuais de São Francisco e Atlanta para determinar quais das propriedades que permitem o tenofovir (Viread) suprimir o HIV entre os doentes infectados podem também prevenir a infecção pelo HIV entre os não infectados. Os investigadores acreditam que o tenofovir é um bom candidato porque foi considerado o antiretroviral menos tóxico e por ser tomado uma única vez diariamente.
(...)
Os participantes no estudo foram nomeados aleatoriamente para tomarem ou tenofovir ou placebo todos os dias durante dois anos. No final do estudo internacional, os investigadores compararão os resultados. Os investigadores querem saber se o fármaco é seguro para prevenir o HIV, e se um só comprimido pode provocar um desagradável aumento em caso de sexo não seguro. O estudo também determinará se algum dos participantes que se infectou com HIV é já resistente ao tenofovir.

Os investigadores devem assegurar que os participantes são informados dos possíveis riscos. São eticamente limitados a dissuadir todos os participantes de se envolverem em comportamentos sexuais de risco e oferecer aconselhamento sobre o uso do preservativo e práticas de sexo seguro. Os participantes serão avisados que não têm maneira de saber se estão a tomar efectivamente o comprimido ou o placebo, e mesmo se estiverem a tomar o fármaco, pode não os proteger.

A proposta do estudo do tenofovir entre as prostitutas cambodjianas – designado pela Universidade da Califórnia-São Francisco e subsidiada pela Fundação Bill & Melinda Gates – foi rejeitado este verão após o primeiro-ministro ter vetado o estudo. Estudos semelhantes começaram na Nigéria, Camarões e Ghana.
(...)
San Francisco Chronicle (12.01.04):: Sabin Russell



Blair-ometer



Um jogo divertido da Stop AIDS Campaign para mesurar a performance mensal do Tony Blair na área do VIH/SIDA.

O fim dos genéricos da Índia?

The New York Times, January 18, 2005
*EDITORIAL*

India's Choice

For an AIDS patient in a poor country lucky enough to get antiretroviral treatment, chances are that the pills that stave off death come fromIndia. Generic knockoffs of AIDS drugs made by Indian manufacturers -now treating patients in 200 countries - have brought the price of antiretroviral therapy down to $140 a year from $12,000.

That luck may soon run out. India has become the world's supplier of cheap AIDS drugs because it has the necessary raw materials and a thriving and sophisticated copycat drug industry made possible by laws that grant patents to the process of making medicines, rather than to the drugs themselves. But when India signed the World Trade Organization's agreement on intellectual property in 1994, it was required to institute patents on products by Jan. 1, 2005. These rules have little to do with free trade and more to do with the lobbying power of the American and European pharmaceutical industries.

India's government has issued rules that will effectively end the copycat industry for newer drugs. For the world's poor, this will be a double hit - cutting off the supply of affordable medicines and removing the generic competition that drives down the cost of brand-name drugs.

But there is still a chance to fix the flaws in these rules, because they are contained in a decree that must be approved by Parliament. Heavily influenced by multinational and Indian drug makers eager to sell patented medicines to India's huge middle class, the decree is so tilted toward the pharmaceutical industry that it does not even take advantage of rights countries enjoy under the W.T.O. to protect public health.
(...)
While some drugs - those that existed before 1995 - will always be off patent in India, some widely used drugs are at risk. So are new generations of much more expensive AIDS drugs that will soon be needed worldwide as resistance builds to current medicines. If the decree is not changed before Parliament approves it, it will be very difficult for India to supply them. India's parliamentarians must keep in mind that this arcane dispute is actually a crucial battleground for the health of hundreds of millions of people in India and worldwide.

Mais Confusão católica

Afinal, o "C" em "ABC" (Abstinence, Be faithful & Condoms) vem de Confusão...

CM 20.01.05
(...)
Afinal, Juan Antonio Camino, porta-voz e secretário-geral da Conferência Episcopal espanhola, não defende o uso do preservativo. Depois de, na terça-feira, ter referido o seu papel “numa prevenção integral e global da sida”, vem agora dar o dito por não dito. Em comunicado, publicado na página da internet da Conferência Episcopal, a igreja espanhola decidiu rectificar as declarações, referindo que “o uso do preservativo implica uma conduta sexual imoral” e que “a abstinência sexual e a fidelidade mútua entre os cônjuges constituem a única conduta segura que se pode generalizar frente ao perigo da sida”.
(...)

QUESTÕES DE PRESERVATIVO
A FAVOR
No exterior da Curia Romana começam a ouvir-se vozes que apoiam o uso do preservativo. É o caso do Arcebispo de Bruxelas, que o caracterizou, em declarações públicas, como “um mal menor” face à epidemia de sida.

CONTRA
“O preservativo pode ser uma solução mais fácil que a abstinência”, referiu o presidente do Conselho Pontifício da Saúde. No entanto, o emissário da Santa Sé defende “que os católicos devem ser coerentes com a sua fé”.

CIÊNCIA
Em termos científicos, restam poucas dúvidas da eficácia do uso do preservativo no combate às doenças sexualmente transmissíveis. Vários estudos referem-no como uma arma importante, que não deve ser relegada para segundo plano.

DEPENDE DAS CIRCUNSTÂNCIAS
“Concordo com as declarações do porta-voz espanhol, mas no seu contexto. Quando se trata de seropositivos ou pessoas em risco de contágio, com uma vida sexual activa, o uso do preservativo é obrigatório. Mas não é a solução para uma educação sexual honesta e verdadeira e não deve ser entendido como obrigatório em todas as circunstâncias.” Padre José Luís Borga

EM DEFESA DO PRESERVATIVO
“Entendemos que a Igreja não tem o direito de transmitir mensagens erradas do ponto de vista científico apenas para fazer valer os seus valores morais. Penso que só ficava bem à Igreja portuguesa adoptar uma posição de defesa do uso do preservativo, sobretudo entre nós, onde a doença assume proporções graves.” Maria José Campos (Abraço)

"RECUO ERA INEVITÁVEL"
Afirmando que a mudança de opinião por parte da Conferência Episcopal Espanhola seria “uma autêntica revolução doutrinal”, o bispo das Forças Armadas sublinhou ser inevitável “o recuo e correcção à interpretação feita pelos jornalistas das palavras de D. Juan Camino”. É que, reafirma o prelado, “ainda há um mês tinham dito o oposto”. D. Januário Torgal Ferreira

"PALAVRAS MAL ENTENDIDAS"
Dizendo sempre que “assuntos tão delicados e problemáticos como este” não podem ser comentados de ânimo leve, D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, não deixou de dizer que “o incidente de Espanha é um exemplo dos problemas que podem ser causados por palavras mal escolhidas ou mal entendidas”. D. Jorge Ferreira Ortiga

Vaticano e Igreja portuguesa mantêm veto ao preservativo

Irmãs, entendam-se!



DN 20.01.05

O Vaticano mantém a condenação do preservativo e diz que foram mal interpretadas as palavras do porta-voz da Conferência Episcopal espanhola, Martinez Camino, que admitiu o uso deste contraceptivo num "contexto de prevenção integral e global da sida", acrescentando que será feito um esclarecimento. A Conferência Episcopal Portuguesa e o Patriarcado não comentam a situação por agora, esperando pelo texto integral das declarações do bispo espanhol. No entanto, voltam a sublinhar a recusa dos métodos contraceptivos de "barreira física".

Em Roma, monsenhor Redrado Marchite, secretário do Conselho Pastoral da Saúde italiano, defendeu "não existir nenhuma novidade. Nada mudou. A Igreja espanhola continua no coração da Igreja Católica Romana. Duvido que o porta-voz da Conferência Episcopal espanhola se tenha pronunciado a favor do uso do preservativo. Apenas disse que existem 40 modos e instrumentos sugeridos pelos cientistas e biólogos para combater a sida, o preservativo é um entre muitos".

Monsenhor Redrado Marchite disse ainda que falou pessoalmente com «o padre Martinez Camino que revelou estar a preparar uma nota de esclarecimento sobre o significado e dimensão das suas palavras no final do encontro com a ministro da Saúde espanhola. Acrescentando "Esta manhã recebi telefonemas de pessoas preocupadas com esta presumível abertura de Espanha ao uso do preservativo. É urgente falar claro. Nem tudo o que se produz nos laboratórios científicos pode ser usado. A religião católica não admite o uso do preservativo».

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Primeiro ensaio de vacina contra verrugas genitais em homossexuais masculinos

Aidsportugal /Australian Associated Press 06.01.05

De acordo com declarações proferidas na quarta-feira pelo Director da Taylor Square Private Clinic, o Dr. Robert Finlayson, a Austrália irá participar num ensaio internacional com a duração de três anos que incidirá sobre uma vacina para o controlo da transmissão do papilomavírus humano (HPV) em homens e prevenção do cancro anal. Serão incluídos no estudo jovens homossexuais masculinos com idades entre os 18 e os 23 anos.

O HPV, que pode causar cancro do colo do útero nas mulheres, é a DST mais comum na Austrália. “O cancro do pénis é extremamente raro, enquanto que o número de atingidos por cancro do ânus está a aumentar todo o mundo e desconhece-se o motivo que provoca este aumento”, palavras de Finlayson. Acrescenta ainda que apesar do cancro do ânus ser ainda raro está a tornar-se mais comum em homossexuais do que em heterossexuais. Ainda segundo Finlayson, a incidência do HPV aumentou na população em geral e estima-se que agora seja 96 por cento mais comum do que há 20 ou 30 anos atrás.

Igreja Espanhola aprova preservativo!?

Mais bons ventos? Os bispos portugueses não conseguem acreditar...

CM 19.01.05

Numa declaração surpreendente feita após um encontro mantido em Madrid com a ministra da Saúde espanhola, Elena Salgado, Juan António Martinez Camino anunciou que a Conferênca Episcopal espanhola é a favor do uso do preservativo e que “ele tem o seu contexto numa prevenção integral e global da sida”.

Falando durante uma conferência de Imprensa, o secretário-geral e porta-voz da Conferência Episcopal adiantou que a Igreja Católica ‘está muito preocupada com o problema da sida’ e que as suas posições estão baseadas nas propostas científicas publicadas na edição de Novembro da prestigiada revista ‘The Lancet’, as quais defendem a combinação da abstinência, fidelidade e uso do preservativo como estratégia para a prevenção da transmissão da sida por via sexual. Refira-se que esta estratégia é apoiada por mais de 130 especialistas de 36 países.

O porta-voz do órgão máximo da Igreja Católica em Espanha considerou que o encontro com a ministra Elena Salgado – solicitado pelos bispos – permitiu comprovar que existem “determinados preconceitos” sobre a posição da Igreja na prevenção da sida e concluir que a colaboração de todos constitui “a forma mais adequada para encontrar uma solução para um problema tão grave”, quer em Espanha quer no resto do mundo.

“Chegou o momento de um trabalho conjunto na prevenção de uma pandemia tão triste como a sida”, concluiu Matínez Camino. Com esta posição, a Conferência Episcopal, evita mais uma fricção com o governo socialista espanhol, que pretende legalizar o matrimónio homossexual, considerado inconstitucional. O Vaticano nunca emitiu uma posição oficial sobre o uso do preservativo, mas a maioria dos seus representantes tem-se manifestado contra.

"SERIA UMA REVOLUÇÃO"

D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, diz que “é muito difícil acreditar que a Conferência Episcopal Espanhola tenha alterado a sua posição sobre o preservativo em 180 graus, no curto espaço de um mês e pouco”.

No entanto, o prelado sublinha que “se isso for verdade, estamos perante uma autêntica revolução doutrinal”. Realçando que a posição dos bispos espanhóis e do secretário-geral da Conferência Episcopal de Espanha, D. Juan António Camino, em particular, “sempre foi no sentido de condenar o uso do preservativo”, D. Januário considera que, “a serem verdadeiras as declarações que lemos na Imprensa espanhola, temos de admitir que, ao nível dos princípios, há uma deslocação do assento tónico muito forte”.

Defendendo que “entre dois males deve sempre optar-se pelo mal menor”, D. Januário disse que “esta questão do preservativo foi sempre muito mal interpretada e explicada pela Igreja”. Diz este prelado que, “na luta contra um inimigo letal como a sida, a Igreja tem de estar sempre do lado da vida”.


Ministro Britânico pede apoio Europeu à África

Público 19.01.05

Os ministros das Finanças da União Europeia concordaram com a necessidade de aliviar a dívida dos países africanos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, afirmou ontem o promotor de um plano de cancelamento da dívida, o ministro britânico das Finanças, Gordon Brown.

Brown, que regressava de uma viagem por quatro países africanos, aproveitou para promover a iniciativa - já conhecido como "o novo plano Marshall" - no encontro dos ministros das Finanças dos países da UE. "[Os responsáveis] irão agora para casa para ver com o que se poderão comprometer, mas eu acredito que vai existir um apoio generalizado", disse Brown, citado pela AFP.

A Grã-Bretanha está a aproveitar o facto de ser anfitriã do encontro do G8 para promover o plano de ajuda para o continente mais pobre do mundo, que prevê o pagamento faseado da dívida destes países aos credores e uma duplicação da ajuda dos países mais ricos.
(...)
O responsável repetiu as críticas ao proteccionismo comercial e afirmou que os subsídios da UE para a agricultura europeia estão a sabotar os esforços do continente africano sair da pobreza.

Vem aí a Comissão de Ética para a Investigação Clínica

No meio de tantos profs, dois padres e outros artistas de alto calibre temos felizmente um membro genuíno da comunidade, Dr. Pedro Silvério Marques, a fazer parte deste clube exclusivo.

INFARMED 14.01.05

A Lei n.º 46/2004, de 19 de Agosto, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/20/CE, de 4 de Abril de 2001, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à aplicação das boas práticas clínicas na condução de ensaios clínicos, criou um organismo independente e multidisciplinar designado por Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC).

Este organismo de âmbito nacional, constituído por profissionais de saúde e outros, será incumbido de assegurar a protecção dos direitos, a segurança e bem estar dos participantes em ensaios clínicos tendo em vista a emissão do parecer de carácter ético e científico indispensável à realização de ensaios clínicos com medicamentos de uso humano.

A portaria relativa à sua criação e o despacho que nomeia os seus membros foram assinados pelo Ministro da Saúde em Dezembro de 2004, aguardando-se agora a sua publicação em Diário da República.

terça-feira, janeiro 18, 2005

Sida, o tsunami silencioso

BBC World 18.01.05

El administrador del Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo, PNUD, Mark Malloch Brown, comparó al SIDA con el maremoto que golpeó el sudeste asiático el pasado diciembre.

En una reunión celebrada en París, el representante del PNUD dijo que "el SIDA es un tsunami silencioso, que forma parte de nuestra vida y mata a 240.000 personas al mes".

Al inicio del III Foro sobre el Desarrollo Humano que, bajo los auspicios de la ONU y Francia, reúne durante tres días a políticos, expertos y miembros de la sociedad civil, Malloch Brown indicó que era necesario aprovechar la reacción de la opinión pública ante el fenómeno del tsunami y trasladarla al problema del Sida.
(...)

Duras críticas sobre ensaio clínico com tenofovir nos Camarões

La Nouvelle Expression - 17.01.05
Valentin Siméon Zinga
Le Cameroun

Sida : Le scandale est dans l’éprouvette

Une recherche sur la prévention de la transmission du virus est vivement contestée par des Ong qui dénoncent le choix des prostituées du Sud comme cobayes, le peu de cas fait à l’Ethique, aux risques, et à la prise en charge des participantes. Le Cameroun fait partie des quatre laboratoires retenus par les promoteurs de cet essai.

L’affaire est suffisamment sérieuse pour qu’elle mérite l’attention de l’opinion au-delà des frontières camerounaises. Au point que la chaîne publique de télévision française France 2 lui consacre une enquête dans le cadre de l’émission « Complément d’enquête » programmée ce lundi en deuxième partie de soirée, avant les deux rediffusions projetées par la très francophone TV5 Afrique.

L’histoire d’une recherche qui, au travers d’un essai sur le sida, -en cours dans trois pays africains (Cameroun, Nigeria, Ghana) et le Cambodge-, étale ses controverses, et suscite les critiques les plus virulentes d’ Organisations non gouvernementales, dont le Réseau Ethique Droits et Sida (Reds) au Cameroun, et Act Up-Paris.

Les premiers espoirs
Les spécialistes situent au milieu des années 90, la réflexion née au sein des laboratoires pharmaceutiques, autour de la question des possibilités de prévention de l’infection à Vih. Gilead, un des laboratoires parmi les plus en vue, n’échappe pas à cette tendance générale. Il est de notoriété publique qu’un de ses produits, le ténofovir (Viread), est crédité d’essais encourageants menés en laboratoire.

Il y a plus. En juillet 2003, au cours d’une conférence à Paris, les résultats des essais menés chez le singe, confirment que la molécule est porteuse d’espoirs dans ce domaine. D’où l’option de Gilead à passer à l’étape d’essais chez l’être humain. Le principe alors retenu est clair, qui s’articule autour d’un «essai randomisé, ténofovir contre placebo». En clair, «il s’agit de comparer les résultats de deux groupes, l’un recevant effectivement la molécule, l’autre prenant un comprimé ayant le même aspect mais ne contenant pas de principe actif», selon les milieux avisés.

Les perspectives s’ouvraient ainsi pour une recherche dont on attendait visiblement beaucoup. Les moyens allaient suivre. L’appui de décisif de la Fondation Bill et Belinda Gates (BBG) ne fut ni discret, ni dérisoire : quelques 6,5 millions de dollars accordés à Familiy Health International (FHI) qui devait conduire le projet de recherche parmi les prostituées de quatre pays du Sud, dont trois d’Afrique (le Cameroun, le Ghana, le Nigeria), et un d’Asie (le Cambodge).

Cette option n’a pas manqué de soulever sa lot de critiques. «Du fait de la faible probabilité, en population générale, d’être exposé au Vih dans un pays du Nord, il serait nécessaire d’inclure dans un tel essai un très grand nombre de participants pour déboucher sur des résultats significatifs. Un tel recrutement nécessitant des moyens financiers et logistiques considérables (que Gilead n’a pas souhaité mettre en œuvre) il a été nécessaire de trouver un échantillon de population pour servir de base à l’essai», explique-t-on toujours au sein des Ong.

On s’y veut d’ailleurs plus explicite. Le choix de ces pays «permet de recruter des personnes séronégatives appartenant à un groupe fortement exposé à un risque de contamination par le vih du fait de leur activité. Il est ainsi possible de réaliser un essai dont l’effectif est bien plus réduit que si on l’avait mené en population générale et qui permet de montrer une différence significative entre les deux bras de l’essai ( Placebo et ténofovir, Ndlr) : plus simple, plus rapide et moins coûteux».

Premiers éléments d’un réquisitoire vieux de plus de six mois, qui se fait plus précis dans le cas du Cameroun, et auquel le Family Health International n’a pas encore réagi, du moins en l’état de notre enquête.

Le temps du désespoir
D’une manière générale, les milieux associatifs restent sévères sur les malentendus qui peuvent naître dans les esprits des prostituées. «Cet essai peut laisser penser aux personnes incluses, même s’il leur est expliqué qu’un des deux bras est placebo, que le tenofovir peut les protéger des risques de contamination, alors que cet effet prophylactique n’est pas encore démontré», explique un activiste de longue date. Qui ajoute : «En choisissant, en raison des coûts moindres, des prostituées pour mener cet essai, Gilead leur fait courir un risque supplémentaire alors que, déjà, elles peinent à déployer des stratégies de prévention du Vih/Sida efficaces».

Le Cameroun n’est pas à l’abri de ces réserves d’ordre général qui concernent non pas le principe de la recherche, mais les conditions de son déroulement. Les chiffres avancés par les milieux informés font état d’un échantillon de 200 à 400 prostituées incluses dans l’essai qui s’effectue en terre camerounaise depuis le mois de juin 2004, pour un coût présumé de quelques 800 000 dollars.

En plus des risques liés à ces possibles incompréhensions, les modalités financières d’inclusion des prostituées à l’essai présentent des allures d’un chantage, à en croire les représentants de la société civile opposés à cette approche de la recherche. «L’essai tenofovir prévoit un suivi et un accès au traitement pour les infections sexuellement transmissibles (Ist) des participantes. On pourrait penser que ce dispositif a quelque chose de généreux. En fait, cela n’est rien d’autre qu’un moyen de fidéliser les prostituées et de minimiser les risques de <<>>. Il se trouve par ailleurs que les examens de suivi sont nécessaires à la validation scientifique de l’essai.

De même le montant de défraiement fixé à 2750 Fcfa relève d’un cynisme inouï. En effet, un rapide calcul permet de comprendre que cette somme a été fixée d’une part pour payer les frais de transports (500 F pour le taxi) et d’autre part pour payer le manque à gagner des prostituées (2 250 F, soit l’équivalent de deux passes, tarif plancher à Douala)», s’emporte un représentant d’Ong.

Il n’est pas jusqu’à la prise en charge des participantes qui ne préoccupe les adversaires des conditions de déroulement de l’essai. D’une part, le personnel d’accompagnement des participantes est jugé insuffisant. «Aucun accès aux préservatifs féminins n’est prévu et les moyens mis en œuvre pour accompagner les personnes sont dérisoires, puisque seuls cinq travailleurs sociaux sont prévus pour cent personnes», affirme un activiste qui connaît bien la situation du Cameroun.

D’autre part, «l’accès aux traitements et aux soins n’est pas prévu pour les personnes découvertes séropositives à l’entrée dans l’essai ni pour celles devenues séropositives au cours de l’essai», le même, qui aurait souhaité un engagement des promoteurs de l’essai à prendre en charge les participantes à cet essai.

Se dessinent ainsi, en filigrane de ce réquisitoire contre l’essai Tenofovir, les grandes lignes de ce qui est perçu par les Ong, comme un conflit d’intérêt articulé autour d’une logique commerciale à visage scientifique. L’Ethique contre le capital. Et le Cameroun apparaît comme fragilisé par une absence de mécanismes rigoureux de d’orientation des recherches biomédicales.

Le Cameroun face à ses responsabilités
Beaucoup regrettent que le Cameroun n’ait pas été suffisamment vigilant sur cette recherche à problèmes. Mais, personne ne le nie : l’essai tenovofir qui se déroule au Cameroun aura bénéficié d’un avis favorable du Comité National d’Ethique.

Reste que beaucoup s’interrogent toujours sur l’efficacité de cette structure créée en 1986, et que préside le Pr Lazare Kaptué à la tête d’une quarantaine de membres dont une demi-dizaine répond effectivement aux sollicitations. Elle a beau émettre des avis sur des projets de recherche qui lui sont soumis, l’institution ne peut prétendre avoir donné son imprimatur à toutes les recherches en cours au Cameroun.

Les plus suspicieux y vont même de leurs insinuations, traçant des parallèles entre l’indigence de cette structure – qui, pendant longtemps n’a reçu aucun financement au point de ne tenir qu’à la générosité de son président- et une certaine flexibilité dans les accords marqués pour certains projets.

Or, beaucoup sont convaincus que le Cameroun gagnerait à renforcer son dispositif légal institutionnel et légal pour s’assurer de l’intérêt pour le pays des recherches qui s’y effectuent. Revient alors, lancinante, une question apparemment sensible : à quand une loi sur la recherche biomédicale au Cameroun? A défaut d’un texte dont certains annonçaient l'examen à l’Assemblée nationale il y a quelques temps, le gouvernement a créé depuis août 2003, une Division de la recherche opérationnelle qui devrait délivrer les autorisations administratives aux projets de recherches ayant préalablement reçu une la caution du Comité National d’Ethique. On est loin du dispositif de veille idéal sur ces questions sensibles…

Bien loin aussi de la fermeté des autorités cambodgiennes qui, averties des critiques formulées à l’encontre de l’essai tenofovir, avait déjà, dès le mois d’août 2004, mis fin à cette recherche sur leur sol. Pas moins !

Boas notícias para a combinação Viread e Combivir

Aidsmap 12.01.05

Low rate of treatment failure with tenofovir, 3TC and AZT

German investigators have found a low rate of treatment failure amongst patients receiving the nucleoside analogues (NRTIs) AZT and 3TC in combination with the nucleotide analogue, tenofovir. The study is published in the January 3rd edition of AIDS.

High rates of virological failure and resistance have previously been seen in patients receiving either triple NRTI therapy, or the nucleotide analogue tenofovir with the NRTIs 3TC and abacavir/or ddI. It is thought that this is because this regimen resulted in the developed of the K65R mutation. Other data, however, suggests that the inclusion of AZT may be protective against the development of the K65R mutation.
(...)
“This observational cohort study…revealed an acceptable efficacy of a triple NRTI regimen combining tenofovir, 3TC and AZT”, write the investigators. The investigators add that no mutations conferring resistance to both AZT and tenofovir were seen in any patients, and theorise that common AZT mutations are “disadvantageous for HIV…when combined with the K65R mutation by rendering HIV susceptible to AZT again.”

The investigators conclude: “our preliminary data indicate that triple NRTI regimens including AZT and tenofovir may be more effective than other triple NRTI combinations.”

Países devem duplicar esforços para combater pobreza



Público 18.01.05

Para salvar milhões de vidas os países industrializados deverão disponibilizar, até 2015, 150 mil milhões de euros por ano. Os números constam de um relatório inédito encomendado pelas Nações Unidas e ontem apresentado. Mas os especialistas acham que é possível ir ainda mais longe.

De 3,6 em 3,6 segundos alguém morre no mundo por falta de alimentos. Os países desenvolvidos já se comprometeram em reduzir para metade a pobreza extrema, mas não está a resultar. Agora um grupo de peritos apresentou o primeiro plano mundial com medidas concretas. É possível salvar a vida a milhões de pessoas, dizem. Mas para isso é preciso, desde logo, que as nações industrializadas dupliquem o seu apoio ao desenvolvimento.

Há dois anos, no México, os países ricos reafirmaram um velho compromisso de encaminhar 0,7 por cento do seu Produto Nacional Bruto (PNB) para apoiar os mais desfavorecidos. "No entanto, actualmente, os principais doadores estão a conceder apenas, em média, 0,25 do PNB", lê-se na síntese do relatório "Investir no Desenvolvimento: Um plano prático para alcançar os objectivos de desenvolvimento do milénio", ontem apresentado ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

Os 265 peritos (investigadores, cientistas, decisores políticos...) que colaboraram no documento apresentam um cálculo minucioso do investimento efectivamente necessário para cumprir os Objectivos do Milénio. Os doadores devem aumentar a sua ajuda "para apenas 0,44 por cento do PNB" até 2006 e prever um novo aumento para 0,54 do PNB até 2015.

Se em 2003 a ajuda total concedida pelos países ricos aos países pobres foi de cerca de 53 mil milhões de euros, em 2006 seriam necessários, para cumprir os Objectivos, 103,4 mil milhões. Até 2015, a ajuda deve atingir os 150,2 mil milhões de euros por ano - bastante menos do que os quase 690 mil milhões que constituem o orçamento militar mundial.

O cumprimento dos Objectivos significa que mais de 500 milhões de pessoas deixarão de viver na pobreza extrema, outros 250 milhões deixarão de passar fome e 30 milhões de crianças e dois milhões de mães que muito provavelmente iriam morrer serão salvas.

O esforço pedido é ainda menor do que os compromissos assumidos pelas nações desenvolvidas no México. Mas é muito mais do que o que está a ser feito actualmente. Entre os países industrializados, apenas a Dinamarca, a Suécia, a Holanda e o Luxemburgo cumprem os 0,7 por cento de PNB destinados a apoio ao desenvolvimento. Os Estados Unidos, por exemplo, prometeram para 2006 cerca de 17 mil milhões de euros em ajudas, qualquer coisa como 0,18 por cento do seu PNB, recorda a AP.

"Ainda podemos alcançar os objectivos de Desenvolvimento do Milénio se começarmos a pôr este plano em prática imediatamente", garante Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia e o homem que dirige o Projecto Milénio das Nações Unidas - o organismo consultivo independente a quem Annan encomendou, há dois anos, este "plano concreto" agora apresentado.

Os montantes propostos para cumprir os Objectivos não abrangem, no entanto, muitas áreas essenciais, como o desenvolvimento de infra-estruturas nos países pobres. Por isso, os especialistas desafiam os doadores a irem mais longe. E a despender não 0,5, mas os tais 0,7 do PNB, como prometeram no México.

"Temos condições para pôr termo à pobreza extrema na nossa geração", disse Sachs. "Não apenas para reduzir a pobreza para metade". Contudo, se aumentar o volume de ajudas é vital, isso não chega. É necessária uma "profunda revisão do sistema internacional para o desenvolvimento". O documento recomenda que a ajuda seja de imediato canalizada para os países que já deram provas de que são capazes de a utilizar de forma eficaz. Mais: as verbas têm de ser aplicada em sectores-chave. Certas acções simples, como distribuir mosquiteiros onde a malária é endémica, podem mesmo "salvar milhões de vidas". Os mosquiteiros não custam mais do que cinco dólares.

Os países "apoiados" têm, acrescenta-se, que realizar reformas, expandir o seu comércio. E a sociedade civil tem de colaborar.

Para Setembro está prevista uma cimeira da Assembleia Geral das Nações Unidas. Nesde encontro o mundo deverá definir prioridades e este plano poderá ajudá-los. "O tempo escasseia".

Mais de metade dos reclusos em Faro são dependentes de drogas

DN 18.01.05

(...)
toxicodependência
Cerca de 60% dos reclusos tem problemas de toxicodependência. «Sabemos isso pelo tipo de crimes que cometeram e porque consumiam lá fora», explica o director do EPF. Deste grupo, 30 indivíduos fazem programas de substituição com metadona. Contudo, o número de toxicodependentes que entram tem vindo a baixar desde 2002.

sida
Em 2002, havia 11 seropositivos, número que baixou para sete em 2003, havendo ainda um com sida. O índice manteve-se em 2004.

hepatites
A hepatite C tem uma grande incidência nos reclusos de Faro, com 27 casos registados neste momento (em 2002 havia 32 e no seguinte, 25). Quanto à hepatite B, existe apenas um caso, que foi «diagnosticado no exterior». A generalidade dos casos são, aliás, de acordo com João Paulo Gouveia, «adquiridos fora da prisão».

tuberculose
Há apenas um caso. É um recluso português que «entrou num estado lastimável, porque não se queria tratar lá fora. Agora, está muito melhor».
(...)

Brown vê "oportunidade" para África

Público 18.01.05

O ministro britânico das Finanças, Gordon Brown, afirmou ontem que os países ricos iriam apoiar o pedido da Grã-Bretanha para um perdão da dívida de muitos países africanos, afirmando que o continente está pronto para aproveitar a oportunidade.
(...)
Brown quer que os países ricos estabeleçam um calendário para dar mais ajuda aos países, para chegar ao dobro dos actuais 38 mil milhões de euros anuais. "Vamos tomar responsabilidade de agora até 2015 pela nossa parte da dívida de 70 países", disse Brown. A Comissão para África vai ter pronto em Março um relatório a apresentar na próxima reunião do G8. Londres quer aproveitar a sua presidência do G8 este ano para conseguir um compromisso dos países em relação à dívida, incentivos comerciais e ajuda financeira para países africanos, num "novo Plano Marshall". "Acho que este relatório vai convencer os países mais ricos a perdoar uma maior parte da dívida aos países mais pobres, para dar mais recursos para a educação, saúde e desenvolvimento e abrir os seus regimes comerciais", disse Brown.

O ministro britânico atacou ainda o proteccionismo comercial dos países mais ricos, que classificou de "escandaloso", dizendo que há mais dinheiro gasto numa vaca europeia do que numa pessoa africana pobre.

Transmissão sexual de hepatite C

Perguntas e respostas do site The Body:

QUESTION:
How common is sexual transmission of hepatitis C in sex between men? Should an HIV-positive man who has unprotected anal sex with other HIV-positive men be worried about the risk of coinfection with Hep C? Please advise.

RESPONSE:
YES, YES, YES! The data is emerging that HCV is a sexually transmitted disease among gay men. Anal sex is particularly risky and there is no vaccine for HCV. The only preventitive action you can take is to use condoms! In heterosexuals, vaginal sex does not appear to represent a risk for monogamous couples, but anal sex does represent a risk. Be careful and be safe!

QUESTION:
As an active (insertive) partner in gay anal fisting, i want to understand the risks of catching HCV if I do not use gloves. There seems to be risk from anecdotal evidence. If the passive partner is HCV +ve, and there is trauma (80% of the time there is visable blood), what are my risks, given i have no visable/noticable abbrasions or cuts on my hands and i dont use gloves. Thanks.

RESPONSE:
Anytime there is blood involved there is some risk of HCV transmission. However using gloves is obviously going to reduce that risk. I have not seen any cases transmitted this way, but cuts on your hand will clearly increase your risk as well as that of your partner if you are positive. Stay safe!

Prevenção na saúde falha em Portugal

DN 18.01.05

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) está a efectuar um estudo sobre a mortalidade evitável em Portugal. Um trabalho que visa actualizar dados reunidos nos anos 90, e que será agora conjugado com a pesquisa realizada pela investigadora da Universidade de Coimbra Paula Santana, cujos resultados foram ontem divulgados pelo DN. De acordo com Mário Carreira, da DGS - entidade que desconhecia este estudo -, alguns alertas, «nomeadamente no que tem a ver com a promoção da saúde, fazem sentido», já que «a nível da prevenção podíamos estar melhor».
(...)

Basta 0,5 % dos mais ricos para travar a pobreza

DN 18.01.05

O fim do uso obrigatório do uniforme nas escolas ou a distribuição de refeições gratuitas aos alunos são algumas medidas simples que podem fazer a diferença nos países pobres. Mas é preciso mais. Segundo as recomendações aprovadas ontem pelas Nações Unidas, com base no relatório do Projecto Milénio (PM) da ONU, basta que os países industrializados invistam metade de um por cento dos seus rendimentos, para reduzir para metade a pobreza até 2015.

Segundo os cálculos dos 256 especialistas internacionais do PM, destinados a definir as medidas necessárias à concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), a ajuda dos países industrializados deve aumentar para 0,44 por cento (135 mil milhões de dólares) do seu Produto Nacional Bruto (PNB), já no próximo ano. Um reforço financeiro que representa mais 48 mil milhões de dólares em relação aos compromissos actuais. Ou seja, o equivalente a cinco por cento das despesas militares no mundo. Até 2015, esse investimento deve subir para 0,54 por cento (195 mil milhões) - menos que os 0,7 por cento acordados em 2002.

No estudo apresentado ontem ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, os autores alertam ainda para que parte dessa ajuda - cerca de sete mil milhões de dólares -, seja destinada à promoção da ciência e da tecnologia nos países pobres. E "o tempo escasseia".
(...)
"É eticamente errado os países ricos colocarem-se na posição de decidir dar ou não ajuda. A pobreza é uma questão de direitos humanos", acrescentou ao DN o sociólogo, membro da comissão internacional de consultores da UNESCO, a trabalhar sobre esta questão. A redução maior da dívida, a concessão de auxílios não reembolsáveis em vez de empréstimos e a aposta nos países pobres que dêem provas de «boa governação» são outras das recomendações do relatório.
(...)
O relatório do PM será a base do debate dos líderes mundiais sobre o tema, marcado para Setembro, numa nova cimeira da ONU.

Guiné-Bissau e Brasil assinam acordo de cooperação no domínio da saúde

Angop 16.01.05

A Guiné-Bissau e o Brasil assinaram sábado último em Bissau um acordo de cooperação que prevê a assistência, apoio técnico e formação profissional no domínio da Saúde, mais em particular no combate ao vírus VIH/Sida.

(...) Já há alguns anos, a cooperação bilateral foi alargada a outras áreas, como a Educação, através da atribuição de bolsas a estudantes guineenses para estudarem em universidades brasileiras, e que se pretende, agora, estendê-la aos domínios da Agricultura e dos Direitos Humanos.

Em relação ao acordo no domínio da Saúde, maioritariamente ligado ao combate ao vírus VIH/Sida na Guiné-Bissau, prevê que o Brasil forneça medicamentos anti-retrovirais para apoiar os mais de 43.000 doentes registados no país.

Nos termos do acordo, o Brasil vai também comprometer-se a apoiar o tratamento dos seropositivos na Guiné-Bissau e a dar formação a especialistas guineenses tanto num como noutro país.

Segundo dados oficiais, a Guiné-Bissau conta com uma reduzida taxa de prevalência do vírus VIH/Sida, embora tenha confirmado mais de 43 mil casos, entre uma população estimada em mais de 1,3 milhões de habitantes.

Na parte política, a Guiné-Bissau assegurou ao Brasil que irá apoiar a reforma das Nações Unidas e a candidatura do Brasil a um lugar como membro permanente do Conselho de Segurança, caso avance a reestruturação daquele órgão. Soares Sambu, numa breve intervenção, ressalvou que Bissau vai também apoiar a candidatura do Brasil à liderança da Organização Mundial do Comércio (OMC).
(...)

Mandela defenderá "plano Marshall" para África

Angop 17.01.05

O antigo presidente sul-africano, Nelson Mandela, empenhou-se sábado junto do ministro britânico, Gordon Brown a defender o seu "plano Marshall" para a África perante o G7, em Fevereiro em Londres, afirmou domingo a BBC.
(...)
O Times e o Independent retomando igualmente esta informação nas suas colunas de hoje em Londres, precisam que Mandela se deslocará a Londres no inicio de Fevereiro para intervir durante o encontro dos ministros das finanças do G7, o grupo dos sete paises mais industrializados do planeta.

A 6 de Janeiro, em Edimburgo, Escócia, Brown havia proposto anular 80 biliões de dólares da dívida dos paises pobres, por ocasião da apresentação do seu "novo Plano Marshall para o mundo em desenvolvimento".

Ministro das Finanças inglês propõe Plano Marshall contra a sida

Será que o nosso ministro das finanças e das criancinhas partilha a visão do seu colega inglês?



Reuters 13.01.05

Chancellor Gordon Brown has unveiled a $10 billion plan (5.3 billion pound) plan to revitalise the fight against AIDS, saying his scheme may be the world's only hope of beating the epidemic.

Brown wants donors to pledge big funding increases for every front in the battle against HIV/AIDS, from speeding up research into vaccines to providing life-saving drugs for the millions of victims beyond the reach of treatment.

"I believe that the generation that provided the finance to combat, cure and eradicate the world's deadliest disease of today -- and today the world's least curable disease -- HIV/AIDS -- will rightly earn the title 'the great generation'," Brown said on Thursday in a speech on his African tour.

Brown will seek billions of dollars of funding increases for the Global Fund to fight AIDS, Tuberculosis and Malaria, ensuring it can rely on a steady supply of cash to finance rapid expansion of AIDS programmes in poor countries.

The Fund praised Brown's plan as a far-sighted, balanced and sound strategy. "Gordon Brown's ideas are big and bold -- just what we need to win the war against this virus," it said.

But relief group ActionAid said Brown had emphasised vaccine research at the expense of speeding up treatment now. "While encouraging the pharmaceutical industry to discover an HIV vaccine is important ... HIV is decimating African countries," it said. "An HIV vaccine is probably at least 10 years away. Treatments are needed now."

ActionAid, echoing widespread criticism in the aid community of delays in Western funding for the world's fight against AIDS, said a World Health Organisation plan to extend anti-retroviral therapy to three million people by 2005 was way behind schedule. "ActionAid calls on the Chancellor to ensure G8 countries commit funding for HIV treatments for all who need it."

Britain has pledged to use its presidency of the G8 group of industrialised nations this year to push for a "Marshall plan" to fight poverty through debt relief, dismantling trade barriers and boosting aid, as well as raising AIDS funding.

"Existing financial mechanisms on their own will not stop the pandemic," Brown said. "I believe that the strategy I have put forward today ... is not just a better way but perhaps the only way of avoiding an even greater catastrophe," he said.

By securing pledges of funds Brown hopes to ensure that governments can make the necessary investments now in everything from hospitals to sex education and the bulk buying of drugs to save millions of lives in the future.

Brown aims to double funding for research on an HIV/AIDS vaccine from the current 400 million pounds spent each year, and build a global system to coordinate work by scientists so breakthroughs can be shared more widely.

OUTPOURING OF SYMPATHY
The scheme also aims to encourage drugs firms to accelerate the search for a vaccine by persuading rich countries to promise to buy doses on behalf of governments in Africa, the continent hardest hit by the disease.

"If donors committed to buying the first 300 million vaccine courses at $20 per course of vaccinations, for example, that would translate into a $6 billion guarantee -- large enough to induce much stronger interest from both large and small pharmaceutical firms," Brown said.

Hoping that the global outpouring of sympathy for victims of the Asian tsunami will persuade rich countries to provide more funds, Brown said the AIDS scheme would be combined with broader moves to fight poverty fuelling the epidemic.

Funding for the plan will come from Brown's planned International Finance Facility, which seeks to double aid by leveraging existing budgets in the capital markets and give $50 billion more in aid each year to the poorest nations.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Luta contra a tuberculose tem sido inglória

DN 17.01.05

Agostinho Marques é médico há 30 anos, tantos quantos combate o bacilo de Koch. Uma luta que até agora tem sido inglória, já que «a tuberculose é uma doença que se conhece bem - a causa foi identificada no final do século XIX -, e com medicação eficaz há mais de 50 anos». Simplesmente, continua a matar em Portugal.

Agostinho Marques é pneumologista no Hospital São João, conhece a geografia da doença, pois trabalha para o distrito do Porto, e diz que este é «o pior do País». «Diluiu-se o combate à doença, quando se desmontaram os dispensários e se deixou de ter um cuidado organizado».

O pneumologista tem noção de que no Porto cidade a zona oriental tem taxas que ultrapassam o triplo da média nacional. Das Caxinas, entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim, há registo dos piores casos. Quando os doentes chegam, é fácil adivinhar-lhes a origem «Já os conhecemos...»

Para o médico do Norte, o problema são os doentes que resistem aos tratamentos, «são o viveiro que mantém o bacilo disponível». Os tratamentos não são finalizados e aparecem estirpes multirresistentes. «São seis meses de tratamento diário», mas alguns doentes abandonam-no. A disciplina da medicação é rígida e não pode ser deixada à consciência do doente. Por isso, instituiu-se a Toma Observada Directamente. «Há pessoas que se revoltam e não entendem. Choca vir todos os dias ao hospital para tomar comprimidos, pode estar frio, chuva ... É muito agressivo, mas vital!»

Senão, a contaminação continua na rua e pessoas «que andam na sua vida normal são atingidas, ficando espantadas quando sabem que têm tuberculose». A maioria trata-se, o pior são os grupos de risco bem definidos toxicodependentes, sem-abrigo e alguns imigrantes.

«Os governos não gostam nada que se fale da tuberculose, é um problema pequeno na Saúde e desvalorizam-no. Nem sequer é caro. Um tratamento completo não custa 50 euros, porque os medicamentos já nem têm patente. Mas os números revelam bem a situação do País. É preciso combater até ao fim», o que «ainda vai demorar muitos anos...». Mais anos que o tempo de uma legislatura.

Contrariamente aos países europeus, Portugal mantém uma incidência elevada da doença, o dobro da Europa. Até há pouco tempo, não havia sinais de redução, mas nos últimos anos, salienta o médico com entusiasmo, a curva da tuberculose começou a diminuir «lenta e suavemente».

Em 2003, havia 34 tuberculosos por cada cem mil habitantes. Do total, cinco por cento acaba por não resistir. «Uma boa parte vem morrer ao hospital», conta. No ano passado, teve cerca de 30 internamentos, uma dezena morreram. São situações muito graves que ultrapassam a média de 12 dias de internamento e «não há como lhes dar alta», diz.

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Governo moçambicano vai fornecer anti-retrovirais gratuitos a 20 mil doentes

LUSA 12.01.05

Vinte mil moçambicanos doentes de SIDA vão beneficiar, ainda este ano, de tratamento gratuito com anti-retrovirais, medicamentos que ajudam a reduzir os efeitos do HIV, vírus que causa a doença, anunciaram hoje as autoridades sanitárias de Moçambique.

Falando à margem de um encontro do Ministério da Saúde para coordenação e planificação da estratégia de combate à SIDA em Moçambique, o porta-voz da reunião, Américo Assan, disse à Agência Lusa que "o governo moçambicano prevê a prestação de assistência com terapêutica anti-retroviral de 20 mil pessoas, de um total de 200 mil que sofrem da doença no país".

Em meados de 2004, o Ministério da Saúde de Moçambique decidiu arcar com os custos do tratamento com anti-retrovirais a oito mil doentes, metade dos quais eram mulheres grávidas, evitando desse modo a transmissão vertical, ou seja, de mãe para filho, referiu Américo Assan.

Dados oficiais indicam que a taxa de prevalência do SIDA em Moçambique é de 14,9 por cento em jovens dos 15 aos 49 anos, de um universo de cerca de 18 milhões de habitantes.

Assan sublinhou que, ainda este ano, 45 hospitais e Gabinetes de Aconselhamento e Testagem Voluntária (GATV) irão entrar em funcionamento em todo o país, contra as actuais 23 unidades sanitárias, e que mais de duas centenas de médicos já receberam formação para dar assistência aos doentes aí internados.

No ano passado, 300 mil pessoas submeteram-se ao teste da SIDA nos GAVT espalhados pelas 11 províncias do país, 26 por cento das quais obtiveram resultado positivo, destacou Assan.

Cientistas decifram ADN de fungo mortal

DN 14.01.05

Uma equipa de investigadores conseguiu decifrar o genoma de duas linhas de fungos que podem provocar inflamações no cérebro e até mesmo a morte, em pessoas com o sistema imunitário debilitado. A descoberta, a ser publicada hoje na revista Science, traz nova esperança ao tratamento destas infecções, que afectam 15 por cento dos doentes com sida.

«Descobrimos vários atributos singulares que apontam para novas formas no combate a estes fungos», afirmou um dos autores do estudo, Jennifer Lodge, da Saint Louis University School of Medicine. A grande virulência do Cryptococcus neoformans está na sua cápsula polissacarídea, que rodeia a parede celular. A identificação de 30 novos genes envolvidos neste processo promete ajudar a travar a infecção provocada pelo fungo.

Segundo o estudo, que envolve ainda cientistas do The Institute for Genomic Research (TIGR), o número de infecções causadas por este fungo aumentou de forma significativa. Além dos pacientes contaminados pelo VIH, estes casos são também comuns entre os doentes que fizeram quimioterapia, tratamentos com esteróides ou ainda terapêuticas para prevenir a rejeição de órgãos transplantados.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Mais genética e VIH

CM 11.01.05

Uma única alteração num gene humano pode ser a chave para prevenir que as pessoas infectadas com VIH evoluam para a sida.

Uma equipa do Instituto Nacional de Investigação Médica de Londres descobriu uma diferença entre um gene em humanos e outro em macacos que bloqueia a infecção do vírus nos animais.

O gene Trim 5 Alpha pára a multiplicação do vírus nos símios, mas não nos humanos. A descoberta fornece novos dados sobre a origem da sida e permite avanços na terapia genética.

sexta-feira, janeiro 07, 2005

VIH e drogas



Pergunta e resposta dos Especialistas Online do Aidsportugal.com

Pergunta colocada por miguel em 2004-12-29:
Sou seropositivo e tenho hepatite c que após tratamento ficou negativa. Durante o tratamento com pegasys consumi cannabis quase diariamente e ocasionalmente consumi cocaina e heroina. Tenciono acabar de vez com o consumo de drogas duras que sei que são muito prejudiciais mas o consumo de cannabis faz-me sentir melhor e já há cerca de 2 ou 3 anos que o hiv está indetectavel. Li alguns estudos que provam que o cannabis não aumenta a carga viral mas a minha médica diz que o cannabis metaboliza-se no figado e que era melhor eu não consumir. Mas se não consumo cannabis consumo alcool em excesso.... que opção é que devo tomar? Consumo moderado de cannabis ou consumo excessivo de alcool?

Resposta colocada por Maria José Campos em 2005-01-07:
Vejamos então todas as questões que coloca na sua pergunta:
1 - consumo de heroína e cocaína - tanto quanto se sabe estas substâncias não interferem no curso da infecção pelo VIH, embora se ouça dizer com frequência o contrário. Os vários estudos que têm sido realizados não provaram que as pessoas que injectam drogas, infectadas pelo VIH, evoluem de forma mais rápida para SIDA. É óbvio que todas as infecções que decorrem de injecções endovenosas não esterilizadas são prejudiciais e podem agravar a evolução da infecção pelo VIH.
2 - consumo de cannabis - sabe-se que muitas pessoas seropositivas consomem cannabis por diversos motivos, nomeadamente, melhoria do apetite, diminuição de náuseas e melhoria do bem estar geral. Não parece haver interferência com a infecção pelo VIH (há poucos estudos)mas há um estudo francês que levantou a questão de ser prejudicial nas pessoas infectadas pelo VHC, porque aumentava a fibrose hepática. Penso que necessitamos de mais estudos controlados para chegarmos a uma conclusão mais definitiva em relação à interferência directa e inequívoca (que doses?) entre os canabinoides e o virus da hepatite C.
3 - consumo de alcool - definitivamente, este é sem dúvida nenhuma o consumo mais prejudicial para quem está infectado pelo VIH, pois é imunosupressor e sobretudo para quem está infectado com o VHC, pois é hepatotóxico, sobretudo quando se trata de consumo excessivo. Alguns estudos defendem que um consumo que não ultrapsse 1 a 2 copos de vinho diários não tem efeitos nocivos consideráveis.
Conclusão - se pretende uma resposta sucinta à sua pergunta - consumo moderado de cannabis ou consumo excessivo de alcool - a minha resposta só pode ser - consumo moderado de cannabis.

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