segunda-feira, janeiro 31, 2005

PS promete retomar políticas de combate à sida

A Dra Maria José Nogueira Pinto sabe que eu sei que ela não sabe grande coisa do vih/sida.

Público 31.01.05

O PS acusa o Governo PSD-CDS de ter interrompido as políticas de combate e de prevenção da Sida e promete retomar a urgência da luta contra a doença, com medidas mais agressivas. A garantia foi dada ontem pela representante dos socialistas Elza Pais, durante um debate sobre o HIV/Sida com os partidos políticos, organizado pela Abraço, em Lisboa.

"Nós tínhamos uma política definida e foi interrompida. O PS propõe que seja retomada e com medidas mais agressivas", disse a representante de José Sócrates no debate e antiga presidente do Instituto de Droga e Toxicodependência. Elza Pais deu como exemplo da interrupção das políticas governamentais a falta de continuidade do Plano Nacional de Luta Contra a Sida, e a inactividade da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, "durante um longo período", bem como a falta de concretização da ideia das campanhas em meio universitário e a suspensão de dois programas de prevenção junto das escolas. Esta situação, segundo Elza Pais, explica a estagnação da queda do número de mortes relacionados com o consumo de drogas entre 2002 e 2003, depois desse total ter vindo a cair desde 1999. "É fruto de uma política de desnorte", frisou.

A representante do PS prometeu que os socialistas, caso venham a ganhar as próximas eleições, estarão atentos a experiências inovadoras de combate à droga dentro das prisões, que decorrem em países do Norte da Europa.

A acusação de interrupção das políticas anti-sida foi rebatida pela representante do PSD, e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro da acção social, Helena Lopes da Costa, apesar de reconhecer que "há uma estagnação" no gráfico apresentado sobre o número de mortes relacionadas com o consumo de drogas. Helena Lopes da Costa lembrou que foram definidas pelo actual governo 10 metas a cumprir até 2006. Em Lisboa, acrescentou, foi estabelecido um plano municipal de inclusão dos toxicodependentes e dos sem-abrigo que foi considerado um "modelo", além de ter sido feita prevenção junto das escolas, em colaboração com o Ministério da Educação.

Num debate em que estavam presentes representantes de nove forças políticas, a deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", lembrou que o actual governo favoreceu a discriminação ao aprovar o Código de Trabalho que obriga um candidato a apresentar exames médicos à empresa quando solicitado para tal. Mais tarde, na sua intervenção, Maria José Nogueira Pinto, em representação do CDS-PP, referiu que não é possível ter a trabalhar pessoas que estão doentes a tratar de outras doentes. "Como presidente de uma organização [Santa Casa da Misericórdia] não posso contratar pessoas doentes para lidar com crianças recém-nascidas ou crianças institucionalizadas. Posso sim contratá-las para outros lugares. Isto não é discriminação", afirmou, causando algum burburinho na assistência. Maria José Nogueira Pinto reconheceu que a questão da Sida em Portugal tem sido alvo de "políticas erráticas", o que "não tem a ver com governos mas com uma cultura democrática que ainda se está a enraizar".

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