quarta-feira, junho 29, 2005

Activistas brasileiros pedem maior participação no processo de revisão das metas da UNGASS 2006

Activistas encaminharam uma carta ao ministro brasileiro da Saúde, Humberto Costa, ressaltando a importância da sociedade civil na luta contra a epidemia da sida, reconhecida internacionalmente, e destacando que, apesar de tal reconhecimento, a participação da sociedade civil e das pessoas vivendo com sida tem sido limitada. Os representantes da sociedade civil pedem através do Steering Committee UNGASS-2006, a criação de um mecanismo formal que incorpore também no relatório final do UNAIDS os informes comunitários sobre as metas da UNGASS.

A razão que levou activistas a redigirem a carta foi o pedido feito ao ministro da Saúde para incorporar ao discurso do Brasil High Level Meeting on UNGASS/AIDS (Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre HIV/Aids), realizado na Assembléia Geral das Nações Unidas, no último 2 de junho, durante a mesa redonda "Acesso a Tratamento e Cuidados”, a importância da sociedade civil na luta contra a sida. O pedido foi ignorado pelo ministro. Leia aqui a carta na íntegra.

Inibidores da protease combatem malária

Estudos recentes mostraram que um grupo de medicamentos contra o HIV, chamados de inibidores da protease, podem ter efeitos sobre a malária. Esses medicamentos impedem o desenvolvimento do HIV ao bloquear uma enzima-chave, da qual o vírus precisa para se reproduzir.

Cinco entre sete diferentes inibidores da protease também conseguiram matar parasitas da malária desenvolvidos em laboratório. Os pesquisadores confirmaram suas descobertas com testes em ratos infectados com malária.

"Esses medicamentos são eficientes contra a malária em concentrações clinicamente relevantes", disse Kathy Andrews, do Instituto de Pesquisas Médicas de Queensland, que chefiou o estudo.

Embora os alto custos e os efeitos adversos destes remédios não os tornem uma primeira opção para tratar malária, Kathy Andrews afirma que o estudo indica que um uso mais amplo desses medicamentos em pessoas infectadas tanto com o HIV quanto com a malária poderia ser mais benéfico. Mas ainda não está claro como os medicamentos bloqueiam o desenvolvimento do parasita.
(...)

Bono elogia iniciativas do Brasil contra a sida

O vocalista do U2, Bono, elogiou nesta quinta-feira, em Bruxelas, a liderança que o Brasil exerceu na quebra de patentes e uso de medicamentos genéricos para os tratamentos contra o vírus HIV.

"Eu observo a América do Sul principalmente pela forma como a região lida com a Aids, porque o que aconteceu no Brasil foi uma ótima liderança em relação aos medicamentos genéricos", disse Bono. No dia 2 de julho, o U2 participará no dia do Live 8, um show que reunirá várias estrelas da música pop com o objetivo de chamar atenção para os problemas da África.
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O U2 se apresenta em Bruxelas nesta sexta-feira, e o cantor aproveitou a coincidência de passar pela cidade dias antes de uma reunião dos chefes de Estado europeus para fazer um apelo aos líderes do bloco. “A minha mensagem para os líderes é: Não estraguem isso! Não estraguem isso! Esse tipo de interesse crescente não acontece todos os anos.”
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“Este é o momento e esta é uma geração que quer fazer alguma coisa pela qual será lembrada. Pelo que mais, daqui a 50 anos, seremos lembrados? A internet, a guerra contra o terrorismo e... poderia ser esta a geração que disse ´não´ à pobreza burra, à pobreza extrema?”, questionou Bono. E repetiu seu apelo: “É como parte desta geração que eu gostaria de ser lembrado e é isso que eu gostaria de dizer para os ministros da economia: não estraguem isso!”

terça-feira, junho 28, 2005

Um discreto e simbólico passo em frente

EATN
EUROPEAN AIDS TREATMENT NEWS
Volume 14, 1 • Primavera 2005 • Edição Portuguesa

A agência norte-americana do medicamento (FDA) autorizou, pela primeira vez, um ARV genérico produzido fora dos EUA; trata-se do produto da sul-africana Aspen Pharmacare de uma versão genérica da combinação de dose fixa da GSK, Combivir®, em conjunto com o Viramune® (nevirapina) da Boehringer Ingelheim. Apesar de ser difícil negar os óbvios benefícios desta inédita aprovação, alguns factos contribuem para lhe retirar algum impacto.

Esta aprovação por parte da FDA não tem, surpreendentemente, efeito sobre os consumidores nos EUA; ela acarretará, sim, mais preocupações aos que não dispõem de tratamento na África do Sul. Devido aos direitos sobre as patentes, estes genéricos não podem ser utilizados nos EUA. Em 2003, o presidente dos EUA, George W. Bush anunciou o PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da SIDA), destinado aos 15 países mais atingidos pela epidmia. O PEPFAR disponibilizará 15 biliões de dólares nos próximos 5 anos, mas os únicos medicamentos que podem ser enviados são os aprovados pela FDA, excluindo assim muitos fármacos aprovados e eficazes segundo padrões internacionais.

Da parte dos norte-americanos, muito foi dito sobre como esta medida iria servir para calar as críticas sobre a aprovação de medicamentos nos EUA para uso humanitário. Outros, contudo, não parecem tão esperançados.

Os activistas julgam, por exemplo, não ser necessária a aprovação da FDA para decidir que fármacos são seguros para uso internacional, dado que o projecto de pré-qualificação da OMS para os produtos na área da SIDA é mais do que suficiente para testar a segurança dos ARVs genéricos.

Contudo, o aspecto mais perturbador do processo de aprovação provisória da FDA é que ele é incompleto – tanto que não pode ainda sequer conceder aprovações provisórias a novas substâncias ARVs. Devido às regras sobre protecção de dados inscritas na lei norte-americana, que proibem a FDA de, durante 5 anos, confirmar a segurança e eficácia de genéricos bioequivalentes, mesmo por referência indirecta contra os dossiês dos produtos para aprovação das companhias originais, o processo norte-americano acaba por bloquear a aprovação de fármacos novos, como o tenofovir. Assim, e para concluir, embora este pareça um passo na direcção certa, está ainda longe do tipo de compromisso que precisamos de um país como os EUA para inverter o curso da epidemia no mundo em desenvolvimento.

segunda-feira, junho 27, 2005

29,87 USD por dia ou 10.866 USD por ano

O preço do tipranavir (Aptivus) nos E.U.A., sem o ritonavir.
Entre o atazanavir (Reyataz) e o T-20 (Fuzeon).
E assim sobem os preços e somos mais uma vez cAPTIVAdos...
Quando é que isto vai rebentar?

Não acontece só aos outros

Eugénio Teófilo, médico internista do Hospital dos Capuchos em entrevista à Semana Médica:
SM: Quais os interesses envolvidos que condicionam a descoberta de uma vacina contra a SIDA e o VIH?
ET: Não penso que se trata de interesses envolvidos como alguns activistas querem fazer crer, ...

Alguns activistas acham que as vacinas não têm sido uma prioridade para as farmacêuticas e que, até agora, não se invistiu suficientemente na investigação de uma vacina.
Pois é, tal como para a malária, o mercado principal para uma vacina contra a sida não tem muito poder de compra.
Só agora, depois de muita pressão dos... activistas, vamos ver algum dinheiro sério a ser aplicado nesta área.
Só agora, quando os países ricos do G8 e o casal Gates estão prestes a comprometer-se para comprarem as vacinas para os países menos ricos, poderemos ver as coisas avançarem um pouco. Esperemos.
Entretanto, o VIH mutante e resistente a tudo e a todos vai ainda dar muito $$$ a alguns.
Mas os activistas acham que a saúde e a vida dos menos favorecidos não é um negócio como qualquer outro.

Laboratórios suspendem acordo com Governo para conter despesa



Descaradamente.

Lusa 27.06.05
A indústria farmacêutica decidiu hoje suspender o protocolo assinado com o Ministério da Saúde em Janeiro que estabelece limites ao crescimento da despesa com medicamentos, no seguimento da baixa de preços dos fármacos anunciada pelo Governo.

A decisão da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), hoje divulgada em comunicado, é justificada com o facto de o protocolo prever que os preços dos medicamentos se manteriam congelados enquanto este estivesse em vigor, até ao final de 2005, uma "condição que não se verificou, impedindo a manutenção da co-responsabilização".

Instituto da Droga vai ter mais dinheiro

DN 26.06.05

O Instituto da Droga e da Toxicodependência é o organismo que receberá o maior reforço orçamental do Ministério da Saúde, tirando a dotação directa do Serviço Nacional de Saúde. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, na Fundação Bissaya Barreto (FBB), em Coimbra, durante o encerramento da Universidade de Verão dedicada às comemorações do Dia Internacional da Luta Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas.

O ministro destacou que esta verba consta da proposta do Orçamento Rectificativo, entregue na sexta-feira no Parlamento, como forma de "resolver situações de precaridade tendo em conta o quadro residual da função pública".

Na luta contra a droga, o ministro considera que "é possível melhorar quanto à eficácia e eficiência das comissões de dissuasão de toxicodependência". Instado sobre os futuros responsáveis pelo Alto Comissariado da Saúde, o ministro foi taxativo, apesar de não divulgar nomes "A Comissão Nacional de Luta Contra a Sida não desapareceu, fica no Alto Comissariado porque era necessário ter uma coordenação nos novos programas do ministério".

domingo, junho 26, 2005

Brasil dá primeiro passo para quebrar patente do Kaletra



Força Brasil!
Próximos passos: Viread (tenofovir) e Stocrin (efavirenze).
Dentro de 3 a 4 meses teremos também o tenofovir genérico produzido na Índia e na China.

O Estado de S. Paulo 24.06.05

Brasília - O Brasil acaba de dar o primeiro passo para a quebra de patente do medicamento anti-retroviral Kaletra, produzido pelo laboratório Abbott. Em portaria assinada nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Humberto Costa (Saúde) declararam de interesse público esse medicamento, um dos mais caros do coquetel anti-aids, usado por aproximadamente 23.400 pacientes brasileiros. Caso o fabricante não aceite, no prazo de 10 dias, reduzir o preço do medicamento para US$ 0,68, o Brasil deve declarar a sua licença compulsória. Atualmente, cada unidade do remédio custa US$ 1,18.

Será a primeira vez que o País quebra a licença de um medicamento anti-retroviral. A decisão foi tomada depois de mais de três meses de negociação. Uma vez declarada a licença compulsória, o medicamento passará a ser produzido no laboratório Farmanguinhos, no Rio. Até maio do próximo ano, no entanto, o medicamento continuará a ser comprado diretamente da Abbott. "Vamos manter o contrato de fornecimento e respeitar rigorosamente as cláusulas", disse Humberto Costa.

Ele fez questão de dizer que a quebra de patente está prevista tanto na legislação brasileira quanto em tratados internacionais. "A medida visa a continuidade do programa. Ela garante, também, o acesso de todas as pessoas ao medicamento", disse Humberto Costa. Ele lembrou que, desde que o Kaletra começou a ser usado, seu preço teve uma redução de 25%. No mesmo período, no entanto, o número de pacientes aumentou sete vezes.

Educação aumenta despesas para substituir docentes infectados em Moçambique

As despesas do Ministério da Educação de Moçambique com o pessoal docente vão subir cinco por cento em 2006 devido à necessidade de substituir os professores afectados pela SIDA, disseram hoje fontes ministeriais.

Segundo dados divulgados na 23ª Reunião Nacional de Planificação do Ministério da Educação e Cultura, os custos com a educação relacionados com os efeitos do HIV/SIDA vão aumentar cerca de 5,7 milhões de euros para recrutar mais docentes, para a substituição dos professores afectados pela doença.

Pelos mesmos motivos, o número de alunos órfãos vai aumentar dos actuais 10 por cento para 18 e 27 por cento, no ensino primário do primeiro e segundo grau, respectivamente, ou seja da primeira à sétima classes.

Para a avaliação do número de professores que poderão morrer devido à SIDA no país, está em curso uma pesquisa, projectando-se um nível de mortalidade abaixo dos 17 por cento, calculado num levantamento feito em 2000.
(...)

sexta-feira, junho 24, 2005

A indústria farmacêutica vai mal

Coitadinhos...


Artigo no The Economist desta semana.

Torgal ou Kamal?


Aceitam-se apostas.

Extinta comissão de luta contra a sida

Oh happy day
Oh happy day
When Jesus washed
Oh when He washed
Mmm, when He washed
All my sins away
Oh happy day


O Governo extinguiu, ontem, a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) e transferiu as suas atribuições para o também ontem criado Alto Comissariado da Saúde.

A decisão, aprovada em Conselho de Ministros, gera surpresa, uma semana depois de o actual presidente da CNLCS ter apresentado a demissão, um ano antes do término do seu mandato. Meliço Silvestre alegou que a instabilidade política provocou uma "ruptura na continuidade" de projectos (entre eles, um rastreio nacional). A passagem para a tutela do Alto Comissariado da Saúde (figura prevista no Plano Nacional da Saúde) era outro ponto de discórdia. Ora, nessa altura, apenas se falava na passagem da CNLCS (entre outras) para a responsabilidade do alto-comissário e não a sua extinção. A procura gorada de um substituto para Meliço Silvestre poderá ter levado a esta decisão.

Do gabinete do ministro da Saúde, o assessor Miguel Vieira garante que "não muda nada" no Plano Nacional de Luta Contra a Sida e que não só as atribuições, como o pessoal da CNLCS "transitam para o Alto Comissariado".

Para Maria José Campos, médica na área do VIH, o importante não é saber onde está a luta contra a sida, mas sim se é prioridade. Juntá-la num rol com outras doenças "não parece indicar isso". Tal como "nenhum Governo até hoje a considerou prioritária".

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o "novo serviço de coordenação interministerial" integrará "quatro coordenadores nacionais". Serão responsáveis pelos programas nacionais de prevenção e controlo das doenças cardiovasculares e das doenças oncológicas, de prevenção da infecção VIH/sida e pelo programa nacional para a saúde das pessoas idosas e cidadãos em situação de dependência.

Com nomeação conjunta do primeiro-ministro e do ministro da Saúde, por proposta deste, o alto-comissário da Saúde é um cargo actualmente atribuído ao director-geral da Saúde, José Pereira Miguel, que deverá manter-se no lugar. "Não tenho indicação em contrário", adiantou Miguel Vieira.

Infarmed multa 22 laboratórios

Publicidade a fármacos

O Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) aplicou este ano coimas a 22 laboratórios por publicidade ilegal e instaurou processos a 12 farmácias por infracções aos regulamentos. As sanções aplicadas desde Janeiro, e que incluíram ainda quatro órgãos de comunicação social, variaram entre os cinco mil e os 21 mil euros, totalizando 242 mil euros.

Actual director-geral da Saúde será o novo Alto Comissário e terá 4 coordenadores

Lusa 23.06.05

O actual director-geral da Saúde, Pereira Miguel, vai ser o Alto Comissário da Saúde, cargo hoje criado pelo Governo e que irá contar com quatro coordenadores para as áreas da oncologia, cardiologia, pessoas idosas e sida.

Fonte do gabinete do ministro da Saúde disse à Agência Lusa que o Alto Comissariado da Saúde terá quatro coordenadores, três dos quais já foram escolhidos por Correia de Campos.
Fernando Leal da Costa, do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, coordenará o Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas.

Para coordenar o Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares, Correia de Campos escolheu Ricardo Seabra Gomes, antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

O Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas e Cidadãos em Situação de Dependência será coordenado por Inês Guerreiro, socióloga que exercia funções na Cruz Vermelha Portuguesa.

Segundo a mesma fonte, Correia de Campos ainda não escolheu o coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Infecções VIH/Sida, tendo decidido que a equipa da extinta Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) será integrada no novo organismo.

O cargo de director-geral da Saúde, que até hoje era ocupado pelo Alto Comissário da Saúde, Pereira Miguel, deverá ser ocupado pelo actual sub-director-geral da Saúde, Francisco George.

Governo aprova decreto para extinguir Comissão Nacional de Luta contra a SIDA

Lusa 23.06.05

O Governo aprovou hoje um decreto regulamentar que extingue a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA, criando em sua substituição o Alto Comissariado da Saúde, organismo que funcionará na directa dependência do ministro Correia de Campos.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o Alto Comissariado da Saúde estará autonomizado da Direcção-Geral da Saúde e terá como missão "a coordenação e articulação das actividades desenvolvidas pelos serviços e organismos do Ministério da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde".

O Governo refere ainda que o "novo serviço de coordenação interministerial será presidido por um Alto-Comissário da Saúde", integrando ainda quatro coordenadores nacionais. Estes coordenadores serão responsáveis pelos programas nacionais de prevenção e controlo das doenças cardiovasculares, oncológicas, infecções VIH/SIDA e pelo programa nacional para a saúde das pessoas idosas e cidadãos em situação de situação de dependência.

quinta-feira, junho 23, 2005

O direito do Brasil para salvar vidas

The New York Times
Editorial
June 23, 2005

Brazil's Right to Save Lives

Brazil has the best anti-AIDS program of any developing country. It has a model prevention effort and was the first poor country to provide free AIDS treatment to all who need it, a program countries around the world are now beginning to emulate.

It has been able to afford this because Brazilian labs make copycat versions of expensive brand-name drugs. Brazil can freely copy any drugc ommercialized before 1997, when the country began to respect patents on medicines, a requirement for joining the World Trade Organization. But newer AIDS medicines are still imported and are expensive, and Brazil is spending two-thirds of its antiretroviral budget on just three of these drugs.

The government is now contemplating measures that would allow Brazilian labs to copy these drugs. Brazil's health ministry has asked the manufacturers of the drugs to voluntarily license Brazil to make copies.They have refused, and Brazil is threatening to break the patents and pay the holders a reasonable royalty, as W.T.O. rules require.

Right-wing groups in the United States and pharmaceutical manufacturers are calling this theft, and several members of Congress have asked the United States trade representative to apply trade sanctions. American trade officials have refrained, but they have criticized Brazil's threat to seize patents. While property rights deserve respect and should not be carelessly violated, what Brazil is doing is legal and deserves Washington's support.

Brazil's opponents argue that the country has no real AIDS emergency. Drug companies note that they offer Brazil drugs at deep discounts and say that Brazil can afford them. But the World Trade Organization rules are clear: they encourage all members to use the flexibilities in the intellectual property rules to promote access to medicine for all. Countries need not wait for an emergency, and Brazil isn't even a tough call.

Brazil's free universal treatment program, an indispensable weapon against the AIDS epidemic, locks Brazil's government into buying lifelong daily medicines for 170,000 people, and that number is rising. Brazil has the right to make sure it can continue to meet this burden by getting medicines at the cheapest possible price.

Breaking patents should be reserved for when it is clearly necessary to protect public health. But these rights have been underused. Only a handful of countries have used W.T.O. rules to break patents on medicines. Countries are intimidated, mainly by the United States. Health ministers who propose making copycat drugs are usually silenced by influential local business sectors afraid of trade retaliation. The American trade representative should make a public statement that the United States will not retaliate against Brazil for exercising its right to save lives.

Tipranavir aprovado pela FDA

Aptivus(r) (tipranavir) was approved yesterday by the FDA for the treatment of HIV-positive adults with evidence of viral replication, who are highly treatment-experienced or have HIV-1 strains resistant to multiple protease inhibitors.

Boehringer Ingelheim issued this Press Release today:
Ridgefield, CT - June 23, 2005 - Boehringer Ingelheim Pharmaceuticals, Inc. today announced that the U.S. Food and Drug Administration (FDA) has granted accelerated approval of Aptivus (tipranavir) capsules. Accelerated approval is a regulatory process that expedites the approval of therapies for serious or life-threatening illnesses that provide meaningful benefit to patients over existing treatments.

This approval is based on 24-week data from ongoing studies. Longer term data will be needed before FDA can consider traditional approval for APTIVUS. There are no study results demonstrating the effect of APTIVUS on clinical progression of HIV-1.

The approved dose of APTIVUS is 500 mg taken with 200 mg of ritonavir (APTIVUS/r), twice daily. APTIVUS must be co-administered with ritonavir to boost the therapeutic levels of APTIVUS; otherwise, levels of APTIVUS will be insufficient to inhibit HIV replication. APTIVUS/r must be taken in combination with other anti-HIV medications. APTIVUS 250 mg soft gel capsules will begin to be available in pharmacies nationwide within two weeks of FDA approval.

APTIVUS is a non-peptidic protease inhibitor that works by inhibiting protease, an enzyme needed to complete the HIV replication process. APTIVUS is able to enter infected immune cells and inhibit HIV replication for many strains of HIV that are resistant to other commercially available protease inhibitors (PI).

S. João tem o dobro das infecções hospitalares

A prevalência de infecções no Hospital de S. João, no Porto, é de 18%, o dobro da média nacional. Uma situação que o ministro da Saúde considera "preocupante", levando-o a concluir que "há muitas mãos que não são lavadas, muitas luvas que protegem o profissional, mas que transportam a infecção de um doente para outro".

O ministro da Saúde, que falava na cerimónia de tomada de posse do novo presidente do conselho de administração (CA), pretende ver este quadro invertido. Um hospital universitário onde há "dos melhores trabalhos científicos na área da infecção hospitalar não pode", adverte Correia de Campos, "manter-se insensível a isto".

O elevado número de infecções hospitalares tinha sido abordado no discurso do presidente do C A. Só que para José Eduardo Guimarães, os 18% registados no Hospital de S. João não são culpa dos profissionais, mas das "condições precárias de um edifício concebido há quase 100 anos". O administrador, que substitui Fernandes Tato, demitido em Maio, aponta o dedo a "instalações sanitárias a servir 30 doentes, enfermarias de oito ou mais camas, pacientes a dormir em corredores".
(...)

Mário Soares apela para envolvimento internacional no combate à SIDA

Lusa 22.06.05

O ex-presidente português Mário Soares apelou hoje, em Maputo, para um maior envolvimento internacional no combate ao HIV/SIDA em Moçambique, durante uma visita a um projecto liderado pela organização italiana Comunidade de Santo Egídio. "Todos os auxílios são poucos e devem ser feitos", disse Mário Soares, após ter visitado o centro da DREAM, nos arredores de Maputo, que trata com anti-retrovirais cerca de 1.500 pessoas infectadas com o vírus da SIDA.
Durante a visita, o ex-presidente português ficou impressionado com o relato de Ana Maria, uma activista moçambicana de 42 anos, infectada desde 2003.

Com o auxílio de fotografias, a activista recordou que à data da sua entrada naquele centro pesava apenas 29 quilos e actualmente está a fazer a uma dieta para emagrecimento.
Diariamente, utiliza o seu exemplo para exortar outros infectados a tomarem com regularidade os medicamentos de forma a transformar o HIV/SIDA numa doença crónica, permitindo-lhe viver com qualidade e mais tempo. "É importante lutar a sério e fazer com que as pessoas não percam a esperança", considerou Soares, que recordou o estigma social que ainda persegue a doença, como "antigamente acontecia com a lepra".

Em Moçambique o HIV/SIDA tem uma taxa de prevalência de 13 por cento entre a população adulta.
(...)

quarta-feira, junho 22, 2005

Laboratórios querem distribuir medicamentos

Está tudo louco...
Quais associações? As da Plataforma Saúde em Diálogo [Muito Estreito com a ANF] ou outras vendidas à indústria?
Haja decência!

Os laboratórios estão a negociar a sua entrada no sector da distribuição de medicamentos, de forma a responder às medidas de choque decretadas pelo Governo para o sector. Em declarações ao PÚBLICO, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Gomes Esteves, confirma "a existência de negociações para a criação de uma central de distribuição, que permita aos laboratórios competir com preços mais baixos do que os praticados pelos armazenistas".

A Apifarma tem ainda outras propostas para o sector, como a revisão do actual sistema de comparticipações em função da idade e do tipo de doença, crónica ou aguda. O responsável defende que as pessoas com problemas crónicos deveriam beneficiar de um novo sistema de dispensa de medicamentos: através das associações de doentes. "O doente inscreve-se na associação e esta recebe os medicamentos e distribui-os ao doente", explicou.

Demissão no Observatório da Saúde



Constantino Sakellarides, presidente do Observatório da Nacional da Saúde, anunciou esta segunda-feira a sua demissão do cargo, alegando o facto de ocupar a presidência há cinco anos.

O anúncio da demissão ocorreu durante a apresentação do 5º "Relatório da Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde" (OPSS), esta manhã, em Lisboa, segundo o qual no final deste mês existirão 224 mil doentes em lista de espera para cirurgia, a maioria dos quais a aguardar cerca de um ano pela operação.

Constantino Sakellarides alega que o seu pedido de demissão nada tem a ver com o relatório em causa, considerando apenas "que chegou o momento de passar o testemunho". O responsável disse, no entanto, que os anteriores governos "não têm sido transparentes com as listas de espera" e que sobre esta matéria "não vale a pena estabelecer metas".
(...)

terça-feira, junho 21, 2005

Tutela da sida fica com alto comissário

Enfim... é sempre melhor demitir-se antes de ser demitido...

DN 18.06.05

O coordenador da Comissão Nacional de Luta contra a Sida (CNLCS) anunciou ontem que pediu a demissão, um ano antes de terminar o mandato. António Meliço-Silvestre justifica o abandono do cargo pelo facto de não lhe terem sido dadas condições políticas para cumprir com as metas traçadas, nomeadamente o rastreio nacional ao HIV que aguarda há quatro meses pela aprovação de Correia de Campos. Outro dos motivos invocados passa pela intenção da tutela em colocar a comissão sob dependência directa do alto comissário da Saúde, Pereira Miguel.

"Assumi funções na directa dependência do ministro e não do alto comissário", afirmou o médico, nomeado em 2003 pelo então titular da pasta Luís Filipe Pereira. Escusando-se a comentar as relações com o actual ministro - "que conheço há 40 anos e que trato por tu" - lamentou o facto de o combate ao HIV/sida não ser uma prioridade para o actual ministério. "Reunimos ao fim de três meses, quando o seu antecessor nos recebia mensalmente.". Sobre as ideias do Executivo para travar a doença, constantes no Programa de Governo, ironizou "Aquilo não é programa, o que não quer dizer que não estejam agora a ser pensadas por grandes cabeças." Questionado sobre qual seria o perfil mais adequado para o seu sucessor, o encarregado de missão respondeu apenas: "Nem sei se haverá sucessor", referindo-se à reestruturação na estrutura da comissão nacional.

O atraso no rastreio nacional - que iria incidir sobre uma amostra de nove mil pessoas - foi um dos motivos principais para que Meliço-Silvestre se afastasse. Quando tomou posse, assumiu como prioridade o conhecimento da realidade nacional da doença, cuja dimensão esteve sempre subnotificada. Quatro meses sem aprovação é "um compasso de espera inaceitável", considerou. No balanço da actividade da CNLCS no último ano e meio, Meliço-Silvestre imputou as falhas no combate à sida à "instabilidade do Portugal político". "Estamos conscientes que não fizemos tudo bem. Mas, perante esta instabilidade, quem o faria?".

Em 2004, do orçamento de 10 milhões de euros foram gastos 7,5 milhões. A grande fatia (48%) foi para a promoção da saúde e prevenção da doença, tendo sido distribuídos 7,5 milhões de preservativos. Foram ainda gastos 1,1 milhões no programa de troca de seringas, em colaboração com as farmácias, permitindo fornecer 32.846.581 novas seringas.

Angola: Fundo Global contribui com 27,6 milhões de dólares na luta contra a SIDA

O governo angolano vai receber nos próximos dois anos 27,6 milhões dólares (22,7 milhões euros) do Fundo Global para o reforço das acções de luta contra a SIDA nos termos de um acordo recentemente assinado em Luanda.

O direito de ser mãe sem se infectar com o VIH

EATN
EUROPEAN AIDS TREATMENT NEWS
Volume 14, 1 • Primavera 2005 • Edição Portuguesa

Quando os critérios económicos são mais importantes que a ética e o direito à saúde

Mesmo antes do último dia Mundial da SIDA, durante a 7ª edição do Congresso sobre Terapêuticas do VIH, foram divulgados os resultados de uma equipa do Hospital Carlos III, de Madrid, sobre a transmissão do VIH em casais sero-discordantes (casais em que apenas um elemento é VIH-positivo) que manifestavam o desejo de serem pais. As conclusões foram: “as relações sexuais desprotegidas durante o período fértil da mulher podem ser consideradas como uma alternativa à concepção in vitro em casais sero-discordantes que desejem ser pais”. Esta afirmação teve muitas repercussões na imprensa espanhola, tendo-se criado esperança e confusão - envolvendo o sexo desprotegido e as práticas de risco - não apenas nos casais sero-discordantes, mas também na população em geral. Refira-se que as técnicas de reprodução assistida em Espanha são caras e suportadas pelos casais.

Este não é o primeiro estudo deste tipo a ser realizado. De todos, o mais conhecido é talvez o realizado em França em 1997 com 92 casais sero-discordantes em que o homem era seropositivo. Nesse estudo, 4 mulheres seroconverteram: 2 no 1º trimestre da gravidez e duas depois do parto. Foi sugerido que as in ecções se haviam dado porque os casais não tinham seguido as recomendações de usar sempre preservativo depois da mulher ter engravidado. Em geral, este e outros estudos semelhantes mostram (mas não provam) que em casais serodiscordantes que tentam conceber através de sexo não protegido – usando preservativos no resto do tempo -, o risco de transmissão é reduzido (mas não é eliminado).

O que é novo no estudo espanhol é que ele tem lugar numa altura em que está generalizado o uso de HAART e inclui casais em que é a mulher que tem VIH. É difícil, contudo, comparar casais em que nuns casos é o homem e noutros a mulher que está infectada, acima de tudo porque é sabido que a mulher tem mais risco de se infectar através de sexo vaginal do que o homem. Apesar disto, o estudo espanhol conclui não haver “diferenças significativas” quem quer que fosse que estivesse infectado.

Outro aspecto controverso tem a ver com o facto deste estudo obsevacional ter começado quando os investigadores recebiam casais que queriam engravidar mas que não queriam (ou não podiam por razões económicas) utilizar técnicas de reprodução assistida, como a lavagem de esperma. Os investigadores iniciaram então um estudo com 75 casais a quem, em vez de lhes ter sido prestada ajuda para usufruir de técnicas que se sabe serem seguras, foram feitas recomendações: esperar até 6 meses depois de se atingirem, com HAART, cargas virais abaixo das 50 cópias, para ter relações sexuais não protegidas e para as limitar aos dias férteis da mulher. Procedia-se, então, ao follow-up dos casais, colhendo-se informação sobre a gravidez e a transmissão do VIH. O estudo, com o resultado final de 76 bebés VIH-negativos e nenhuma mãe infectada, foi apresentado como bem sucedido.

Além do facto da realização deste estudo observacional não requerer competências científicas, falta ainda confrontar alguns dos seus pontos. Por exemplo, quantas vezes os casais tentaram conceber antes de o conseguirem? Quantas mulheres abortaram? De facto, ao apresentar os resultados com 75 casais=76 bebés pode conduzir-se a falsas expectativas de como é fácil engravidar seguindo estas recomendações.

Depois da divulgação dos resultados podiam ler-se em muitas publicações comentários como este: “um tratamento anti-retroviral eficiente permitirá que casais sero-discordantes tenham crianças saudáveis e não transmitam o vírus ao parceiro”. Muitos media anunciaram que esta “descoberta” representava uma “grande esperança” para os casais nestas condições. E que esta “estratégia” podia agora substituir os métodos de reprodução assistida como a lavagem de esperma ou a fertilização in vitro, que apresentam, supostamente, custos elevados para os sistemas públicos de saúde – nos países em que eles são de facto cobertos por esses sistemas – ou para os próprios casais, em países como a Espanha.

Estes resultados surgem ao mesmo tempo que os divulgados pela Agência Catalã para a Avaliação da Tecnologia e Investigação Médica, sobre um estudo pedido pelo Programa de Prevenção e Assistência das pessoas com VIH/SIDA do Depto. de Saúde da Catalunha. O relatório deste estudo referia que a introdução de técnicas de lavagem de esperma no sistema público de saúde representava um “dilema ético”, dado o seu elevado custo em comparação com o benefício retirado pelos casais serodiscordantes em terem filhos naturais. Podemos pois facilmente antever o impacto dos resultados deste relatório e do estudo do Hospital Carlos III em futuros esforços para tornar gratuito o acesso a estas técnicas. E o que acontecerá no resto da Europa e, em particular, naqueles países em que essas técnicas são oferecidas de modo gratuito aos casais serodiscordantes?

No mundo inteiro, as mulheres são quem é mais atingido pela transmissão do VIH por via sexual. Este novo estudo e as suas conclusões mostram uma vez mais o quanto é por vezes esquecido que as mulheres não têm apenas direitos reprodutivos, mas também direitos sexuais e o direito à vida. Ao contrário de muitos outros países com bastante menos recursos, nós temos nesta parte do mundo o grande privilégio de dispor de técnicas de reprodução assistida que reduzem para quase zero o risco de tanto a mãe como a criança serem infectadas. Quem os porá ao nosso alcance?
Marion Zibelli

Cientistas e activistas não resolvem por completo desavenças sobre os ensaios

Num encontro em Seattle organizado pela Sociedade Internacional de SIDA, investigadores e activistas não conseguiram resolver os assuntos relacionados com os estudos do tenofovir (Viread) da Gilead Sciences Lda., um tratamento para a SIDA aprovado, que está agora a ser investigado como prevenção para o VIH. Objecções aos estudos fizeram acabar ou suspender locais de ensaios em dois países.

Foi obtido consenso sobre algumas preocupações que surgiram sobre os testes, que estão, cada vez mais, a ser conduzidos em países em desenvolvimento onde o VIH/SIDA é mais prevalecente. Os conferencistas concordaram que os voluntários do estudo necessitam de mais aconselhamento e equipamento protector – tal como fornecer preservativos femininos às mulheres cujos parceiros recusam utilizar os preservativos masculinos dados no estudo – para prevenir a infecção por VIH. Um relatório resumido do encontro revelou que os esforços dos investigadores para aconselhar os voluntários “foram por vezes pouco esclarecedores e inconsistentes”.

Mas o encontro não resolveu as exigências dos activistas sobre o tratamento para a SIDA, durante toda a vida, para os voluntários que ficassem infectados durante os estudos. Enquanto “mecanismos para assegurar o tratamento” foram mencionados, a questão principal de quem pagaria esse tratamento ficou sem resposta. Adicionalmente, os activistas exigiram que fossem oferecidas agulhas limpas aos utilizadores de drogas injectáveis tailandeses em troca da participação nos estudos. A troca de agulhas, contudo, é proibida na investigação patrocinada pelos Estados Unidos.

(...)

segunda-feira, junho 20, 2005

SIDA afecta um milhão de crianças em Moçambique

Mais de um milhão de crianças moçambicanas estão afectadas directa ou indirectamente pela SIDA, alertou hoje a UNICEF, que, a propósito do Dia da Criança Africana, na quinta-feira, pede mais ajuda para as situações de emergência em África.

De acordo com a responsável do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Moçambique, Leila Pakkala, mais de 200.000 crianças estão infectadas com o vírus HIV e, no ano passado, morreram 17.500 com menos de cinco anos, vítimas de SIDA.

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A Comissão nacional justifica-se

RTP 17.06.05

A Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) utilizou no ano passado 7,5 milhões de euros em actividades desenvolvidas no âmbito do combate à infecção, entre as quais a distribuição de 7,5 milhões de preservativos.

Segundo o relatório de execução do Plano Nacional de Luta Contra a Sida, hoje apresentado em Lisboa, a CNLCS recebeu cerca de 10 milhões de euros em 2004, verba proveniente do Orçamento de Estado (26 por cento) e do Joker (74 por cento). Deste montante, a comissão aplicou cerca de 7,5 milhões de euros em várias áreas de intervenção, das quais se destacam iniciativas de promoção da saúde e prevenção da infecção pelo VIH/Sida (48 por cento), apoio e suporte social (24,3 por cento). As despesas de funcionamento levaram 17,2 por cento da verba.
A nível da promoção da saúde e prevenção da infecção pelo VIH/Sida, a comissão utilizou 1.139.655,92 euros no programa de troca de seringas. Ao abrigo deste programa, realizado em parceria com a Associação Nacional de Farmácias (ANF), foram trocadas 32.846.581 seringas entre Outubro de 1993 e Dezembro de 2004.

O segundo maior valor investido na promoção da saúde e prevenção da infecção pelo VIH/Sida foi aplicado nas campanhas de informação e sensibilização (699.561,48 euros), sendo seguido do aplicado nos materiais informativos e preventivos (605.767,93 euros), verba que contemplou a distribuição de 7.532.443 preservativos.

Karen Jardel faz campanha



CM 19.06.05

Karen Jardel esteve ontem na TVI, onde alertou para o perigo da hepatite C e para a necessidade de ser feita uma campanha de rastreio em Portugal.

“Descobri, há um ano e meio, num exame de rotina, que estava contaminada – por causa de uma transfusão quando era bébé –, mas agora estou curada. Sofri de uma doença que não tem sintomas e está a matar mais pessoas que a sida”, disse Karen Jardel.

sexta-feira, junho 17, 2005

Meliço Silvestre justifica demissão com falta de condições para concluir projectos

Até que enfim...



Público 17.06.05

O ainda presidente da Comissão Nacional da Luta Contra a Sida (CNLCS), António Meliço Silvestre, justificou hoje o seu pedido de demissão do cargo que ocupava há menos de dois anos, afirmando que não encontrou no Ministério da Saúde as condições para "concluir os projectos definidos" no combate à doença.

António Meliço Silvestre tomou posse como presidente da unidade de missão da luta contra a sida em 17 de Setembro de 2003 e deveria continuar em funções por mais um ano, mas a "indefinição da tutela" para o sector levou-o a apresentar a sua demissão, tal como noticia o PÚBLICO de hoje. Na conferência de imprensa em que fez o balanço da actividade do organismo, Meliço Silvestre considerou que a “instabilidade política” colocou em causa o trabalho da CNLCS.

O responsável optou por não fazer críticas directas à actuação do ministro da Saúde, Correia de Campos – de quem é amigo de longa data –, mas revelou que não concorda com os projectos do governante para esta área. Meliço Silvestre destacou a intenção da tutela de colocar as comissões da saúde, como a CNLCS, na dependência do alto comissário da Saúde, cargo actualmente ocupado pelo director-geral da Saúde. "Assumi funções na directa dependência do ministro da Saúde e não do alto comissário", disse.

O presidente da CNLCS, que se manterá em funções até ao final do ano, foi mais directo nas críticas aos compassos de espera para a concretização de alguns dos principais projectos da comissão, nomeadamente a realização de um rastreio nacional, que disse estar há quatro meses à espera de decisão ministerial. Segundo o responsável, este rastreio nacional - um dos grandes projectos da CNLS - iria permitir avaliar a real incidência da sida na população portuguesa, numa altura em que vários especialistas denunciam que os números oficiais são muito inferiores à realidade. O pedido de aprovação do projecto foi entregue ao anterior ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, que não o aprovou pelo facto de o seu Governo se encontrar em gestão. Desde então, o projecto está na posse do ministro António Correia de Campos, que só recentemente se reuniu com Meliço Silvestre. "Não quero criticar o ministro, nem o facto deste reunir connosco ao fim de três meses, quando o seu antecessor nos recebia mensalmente", disse.
[parece que a audiência do GAT e da associação SOS Hepatites com o Ministro em que comunicámos as nossas sérias dúvidas acerca deste rastreio teve algum efeito]

Meliço Silvestre disse que irá continuar na luta contra a sida, nomeadamente a nível universitário, devendo regressar ao Serviço de Doenças Infecciosas dos Hospitais Universitários de Coimbra, que chefiou durante 15 anos.

quarta-feira, junho 15, 2005

Portal Médicos de Portugal

A agência web WayNext desenvolveu o novo portal www.medicosdeportugal.pt, um canal de comunicação de saúde na internet que tem como público-alvo os médios, utentes, instituições de saúde e comunidade académica e científica portuguesa. O Médicos de Portugal está dotado com uma plataforma de gestão de conteúdos e de espaços publicitários totalmente desenvolvidos pela WayNext.

terça-feira, junho 14, 2005

Tibotec procura aprovação para TMC114 e anuncia programa de acesso alargado

Muito boas notícias para quem precisar de terapêuticas de resgate com inibidores da protease. Com todos os problemas acerca do acesso ao tipranavir, eis uma boa alternativa num futuro próximo.
O programa de acesso alargado do TMC-114 começará no Outono e terá 24.000 (!) lugares para 50 países.

TMC114 Expanded Access Program for People Living with HIV/AIDS to Begin Enrollment in Autumn of 2005
Tibotec to file for accelerated approval for TMC114

YARDLEY, Pa., U.S.A., June 14, 2005 – Tibotec, Inc. announced today it plans to initiate an expanded access program (EAP) for its investigational protease inhibitor, TMC114, in the autumn of this year for people with HIV/AIDS who need the compound to construct a viable treatment regimen. The company also announced that it plans to seek accelerated approval for TMC114 in the United States and Europe through regulatory submissions filed by early 2006 based principally on the 24-week primary analyses of the company’s two phase IIB trials.
Initiation of enrollment into the expanded access program -- which will be for heavily treatment-experienced adults living with HIV/AIDS -- is contingent on the approval of local health authorities and recruitment of pivotal phase III trials. Expanded access programs provide people with severe or life-threatening illnesses with access to treatments currently being evaluated in clinical trials.
“We know that many people living with HIV/AIDS have run out of treatment options because of the increasingly significant issue of viral resistance, and we are working to provide them with access to TMC114 as soon as possible through this program,” said Paul Stoffels, M.D., President of Tibotec.

TMC114 belongs to a class of antiretroviral agents known as protease inhibitors. Protease inhibitors are commonly used in combination with other classes of anti-HIV drugs to prevent the replication of HIV in the body.

The TMC114 expanded access program will be administered by local operating entities within Johnson & Johnson, and will be supported by i3 Research in the U.S. and Parexel outside the U.S. Pending local regulatory approvals, the product will be commercialized by Tibotec Therapeutics in the U.S. and Janssen-Cilag and other affiliates outside the U.S.

E.U.A.: Número de pacientes com sida supera, pela primeira vez, um milhão

Lusa 13.06.05

O número de doentes norte- americanos com SIDA superou, pela primeira vez, um milhão, desde o início da epidemia em 1981, revelaram hoje os Centros para o Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Em Dezembro de 2003, o número de norte-americanos com aquela doença oscilava entre 1,039 milhões e 1,185 milhões, sendo quase metade homens negros. Um ano antes, a estimativa situava-se entre os 850 mil e os 950 mil.

Os responsáveis do CDC afirmam que o aumento de casos pode ter duas leituras, uma positiva e outra negativa. Isto porque, por um lado, os números indicam que se pode viver mais tempo com a doença e, por outro, apontam para que as políticas governamentais de prevenção não estão a dar os resultados desejados.

Os números foram revelados na Conferência Nacional sobre Prevenção da Sida - 2005, que está
a decorrer em Atlanta, até quarta- feira. Durante os trabalhos, foi já apresentado um estudo que revela que a doença afecta muito mais a população negra, especialmente os homens afro-americanos, depois os brancos e, por último, os hispânicos. Cerca de 47 por cento do total de pessoas seropositivas em finais de 2003 eram negros, 34 por cento eram brancos e 17 por cento hispânicos. No conjunto, 74 por cento eram homens e 26 por cento mulheres.

Por categorias de transmissão, os homens que têm relações sexuais com outros homens são os mais afectados já que representam 45 por cento do total, seguidos pelos casais de heterossexuais (27 por cento), depois pelos indivíduos que se injectam com drogas (22 por cento) e, por último, os homens que mantêm relações homossexuais e que, além disso, se injectam (5 por cento). No que se refere às mortes causadas pela doença, em 2003, foram 18.017, resultado que praticamente se mantém estável desde 1999, segundo os investigadores do CDC.

Os resultados do estudo sobre o impacto da SIDA salientam a necessidade de levar à prática toda a gama de estratégias de prevenção, disse o vice-presidente do CDC, Ronald Valdiserri.
Os esforços devem concentrar-se nas populações de maior risco e na implementação de serviços efectivos de análise, prevenção e educação para reduzir os comportamentos pouco responsáveis por parte daqueles que já estão infectados com o vírus.

Um facto animador é o de o número de adultos que pediram ao seu médico para fazer uma análise de SIDA ter duplicado, acrescentou a mesma fonte. Contudo, ainda são muitos os que têm a doença e não querem saber. Em 2003, entre 24 e 27 por cento dos doentes não tinham consciência de que tinham SIDA. Valdiserri salientou que é fundamental que os doentes saibam qual é a sua condição, não só pela sua própria saúde, como também pelos seus pares.
Desde que a SIDA surgiu, em 1981, uns 22,5 milhões de pessoas morreram com a doença por todo o Mundo, das quais meio milhão nos EUA.

segunda-feira, junho 13, 2005

Por que não há mulheres nos ensaios clínicos?

EATN
EUROPEAN AIDS TREATMENT NEWS
Volume 14, 1 • Primavera 2005 • Edição Portuguesa

Por que razão as mulheres não estão representadas em número suficiente nos ensaios clínicos? O objectivo é proteger-nos ou excluir-nos? A presença de mulheres em estudos de novos medicamentos tem sido sempre motivo de controvérsia, dado que nos encontramos no centro do conflito entre os nossos direitos e os dos “possíveis futuros bebés”, um conflito que raras vezes tem sido visto como passível de ser resolvido exclusivamente pelas mulheres.

Embora diferentes métodos de avaliação tenham chegado a conclusões diferentes (e mesmo contraditórias) sobre a participação das mulheres nos ensaios, é necessário olhar para trás na história, para perceber a atenção hoje dada a este assunto.
No início do séc. XX, em resposta aos problemas surgidos com o desenvolvimento, produção e comercialização de produtos médicos, estabeleceu-se uma estrutura para a condução de ensaios clínicos e a primeira lei sobre Regulação de Alimentos e Medicamentos foi aprovada. Depois da morte de mais de 100 pessoas relacionada com a administração de uma formulação de sulfanilamida contendo um solvente tóxico, e de forma a garantir a protecção contra a toxicidade e o uso dos excipientes adequados, o alcance da lei foi alargado.
Neste primeiro conjunto de leis ficou então estabelecida a necessidade da realização de ensaios clínicos como forma de assegurar a segurança e eficácia dos fármacos, condição necessária para a sua aprovação.
Estas leis definem também as diferentes fases do processo: fase Pré-Clínica (laboratório), Fase I (segurança e dose), Fase II (segurança e proof of concept), Fase III (eficácia e segurança em estudos controlados e randomisados) e Fase IV (segurança pós-aprovação e monitorização da eficácia na vida real).
Em 1977, a FDA recomendou que as mulheres pré-menopáusicas (que ainda possam, portanto, engravidar) fossem excluídas das primeiras fases dos ensaios. Isto incluia todas as mulheres, mesmo as que usem preservativo, aquelas cujo parceiro fez uma vasectomia, as que não têm relações sexuais com homens, etc.
Embora aquela recomendação dissesse apenas respeito às primeiras fases dos ensaios, ela teve na realidade um impacto na participação das mulheres em todas as fases das investigações.
De acordo com a FDA e várias publicações da especialidade, os principais obstáculos à participação das mulheres prendem-se com as suas variações fisiológicas e a possibilidade de engravidarem. Estes dois factores têm sido usados para justificar a exclusão da mulher, com a desculpa de que essa exclusão a iria proteger de possíveis efeitos adversos. Na realidade, vemos que isto acabou por conduzir a uma violação dos direitos das mulheres: em primeiro lugar, por colocar os objectivos económicos à frente do direito à saúde, e em segundo, por infantilizar as mulheres e retirar-lhes o direito a decidir, assumindo que elas não são responsáveis e não são de confiar quando está em causa a sua fertilidade.
Embora em teoria as mulheres menopáusicas pudessem participar nos estudos de fase III (uma vez que já não são férteis), é preciso não esquecer que é nas fases anteriores que as indicações e as doses dos fármacos são estabelecidas. Assim, a sua exclusão das fases iniciais deixa-nos sem informação específica sobre as mulheres, o que apenas poderá suceder, se suceder, bastante mais tarde no desenrolar do processo. Além disso, é sabido que muitos produtos são excluídos logo nas fases iniciais; ao excluir as mulheres dessas fases, ficamos sem saber se poderia haver produtos que fossem benéficos exclusivamente para elas.
É, por isso, importante promover estudos exaustivos sobre as diferenças entre os dois sexos, desde as investigações celulares às clínicas, com o objectivo de aumentar o conhecimento específico sobre a saúde da mulher.
A FDA publicou um Guia sobre o Género que, através de recomendações como as que se seguem, tenta acabar com as restrições à entrada de mulheres pré-menopáusicas nas fases iniciais dos ensaios:
- Integrar questões específicas dos géneros em todas as fases do desenvolvimento de um fármaco.
- Estudar os possíveis diferentes efeitos dos fármacos nos dois sexos, através dos estudos de farmacodinâmica, farmacocinética, metabolização e avaliação das indicações.
- Estabelecimento de sistemas de monitorização pós-aprovação, mesmo que este procedimento se acabe por centrar mais nos efeitos adversos mais frequentes.
- Encontrar um equilíbrio entre a preocupação por uma possível gravidez com o respeito pela mulher e a sua capacidade para tomar as suas próprias decisões.
- Para finalizar, referir que não chega aumentar o número de mulheres nos estudos. È necessário também proceder a uma avaliação em ambos os sexos, de forma a garantir que as diferenças nas taxas de resposta, efeitos secundários ou nas interacções medicamentosas possam ser adequadamente identificadas e avaliadas.

Maria José Vázquez
Fonte:
http://www.medscape.com/viewarticle/4089563

sexta-feira, junho 10, 2005

O novo papa e a sida

Já era de esperar...

Pope Promotes Abstinence to Fight AIDS
By THE ASSOCIATED PRESS
Filed at 9:46 a.m. ET 10.06.05

VATICAN CITY (AP) -- Pope Benedict XVI urged African bishops Friday to keep up their fight against AIDS, reiterating church teaching that abstinence is the only ''fail-safe'' way to prevent the spread of the virus. Benedict met with the bishops from South Africa, Botswana, Swaziland, Namibia and Lesotho, all of whom were making a periodic visit to the Vatican.

''It is of great concern that the fabric of African life, its very source of hope and stability, is threatened by divorce, abortion, prostitution, human trafficking and a contraceptive mentality, all of which contribute to a breakdown in sexual morality,'' Benedict said. The pope said he shared the bishops' concern about the devastation caused by AIDS and that he prayed for ''all those whose lives have been shattered by this cruel epidemic.''

Sub-Saharan Africa accounts for more than 60 percent of the 40 million people infected with HIV worldwide. In March, a U.N. study predicted that more than 80 million Africans may die from AIDS by 2025 and infections could soar to 90 million -- or more than 10 percent of the continent's population -- if more is not done to expand prevention programs and offer better access to drugs that can control the virus. South Africa has the highest number of HIV-infected people in the world, and an estimated 600-1,000 people die of AIDS there every day.

''I urge you to continue your efforts to fight this virus which not only kills but seriously threatens the economic and social stability of the continent,'' Benedict said. The Vatican's opposition to condoms has been criticized by those who advocate condom use as a way to help combat the spread of the HIV virus. However, several prelates have suggested that using condoms that could prevent a death may be the lesser of evils. The pope did not directly touch on that debate in his remarks.

He did say that ''the Catholic Church has always been at the forefront both in prevention and in treatment of this illness'' and that ''the traditional teaching of the church has proven to be the only fail-safe way to prevent the spread of HIV/AIDS.'' For that reason, he said, fidelity in marriage ''and the safeguard which chastity gives'' must always be presented to the faithful, especially to the young.
(...)

Governo moçambicano quer reduzir infecção por SIDA de 500 para 350 casos/dia

RTP 07.06.05

A primeira-ministra de Moçambique, Luísa Diogo, disse que o seu Governo pretende reduzir o número de infecções de HIV/SIDA dos actuais 500 casos por dia para 350 por dia, até 2009. Falando segunda-feira em Chimoio, capital da província de Manica, centro do país, Diogo afirmou que o Executivo definiu como meta a diminuição até 150 o número de infecções diárias por HIV/SIDA, num período de dez anos.

"O nosso objectivo é reduzir os índices de infecção dos actuais 500 casos por dia para 350, em 2009 e até 150 casos diários num período de 10 anos", sublinhou a primeira-ministra moçambicana. Luísa Diogo admitiu serem ambiciosas tais projecções, mas salientou que a actual escala de infecção por HIV/SIDA no país impõe o redobrar de esforços para se estancar a situação. Diogo sustentou que "o impacto da pandemia está a travar o objectivo de combate da pobreza absoluta no país, ao afectar importantes sectores produtivos, tendo reduzido um por cento do PIB".

A primeira-ministra moçambicana apontou o centro do país, com 30 por cento da sua população afectada, como a região mais atingida pela doença, contra 14,9 por cento em todo o país. "No centro do país, a situação do HIV/SIDA é gravíssima, pois se registam elevadas taxas de infecção e grande número de crianças órfãos devido à doença", frisou a governante.

ANF, JM-Saúde e Alliance UniChem unem-se na distribuição de remédios

De facto, uma jogada de mestre da ANF.
Mas onde é que a ANF, uma simples associação corporativa, vai buscar este dinheiro todo? (49 milhões de euros, 9.823.618 contos!)

Diário Digital 06.06.05

A Associação Nacional de Farmácias (ANF), a José de Mello Participações e a gigante europeia Alliance UniChem acordaram no lançamento de uma «parceria estratégica» dirigida à distribuição grossista. Face à anunciada liberalização dos produtos sem prescrição médica, a associação do sector responde com esta vantajosa aliança para servir a cadeia logística até às farmácias.

Nos termos do acordo estabelecido entre as partes, a ANF pagará 49 milhões de euros por 49% do capital de uma nova entidade, na qual a sociedade José de Mello, II Participações, ligada à JM-Saúde adquirirá outros 2%, revela uma comunicação no site da companhia britânica.
Segundo a mesma fonte, a transacção que cria a nova entidade estará fechada no final de Junho de 2005, e para municiar o desenvolvimento comercial da AU Farmacêutica em função do seu enquadramento privilegiado, a Alliance UniChem e a ANF comprometem-se a investir mais 15 milhões de euros no negócio.

Através da parceria, o grupo anglo-francês colocará no mercado nacional toda a sua experiência internacional junto dos laboratórios e na distribuição grossista de medicamentos, beneficiando ao mesmo tempo da relação «exclusiva» que a ANF tem junto das farmácias portuguesas, revela o comunicado.
(...)
A última edição do semanário Expresso, no sábado, noticiou que a ANF se preparava para «aproveitar a oportunidade» da liberalização da venda dos medicamentos sem receita criando uma central de compras, onde seria integrada a Farmatrading, entidade integralmente detida pela associação.

O mesmo artigo, que cita fonte oficial da ANF justificando que o plano não condicionaria a actividade ou margens de terceiros operadores no mercado grossista, referia também que à associação «só falta agora produzir medicamentos».

ANF: Preços baixos "penalizam"

A guerra dos lucros instalou-se de vez na farmalândia...

O presidente da Associação Nacional das Farmácias, João Cordeiro, acusou ontem o Governo de penalizar mais o sector e os armazenistas do que a indústria farmacêutica e reafirmou que a associação pode enveredar pela produção de medicamentos para evitar prejuízos.

Em conferência de imprensa, João Cordeiro acusou a proposta anunciada pelo Ministério da Saúde de reduzir em 6% o preço dos medicamentos de ser "desequilibrada" e explicou que, se a intenção do Executivo fosse realmente baixar o custo dos fármacos, esta redução deveria ser feita sobre o preço com que o medicamento é vendido ao público e não sobre o lucro dos laboratórios e margens dos distribuidores.

O responsável sublinhou que, se o sector for demasiado prejudicado com as decisões do Governo, a possibilidade de começar a produzir medicamentos é uma hipótese. "A forma como foi anunciada a medida dá a ideia de equilíbrio, mas para isso era necessário que a contribuição da indústria para a formação do preço do medicamento fosse igual à da distribuição", o que não acontece, explicou o presidente da ANF.

Em Portugal, o preço final dos fármacos é constituído em 70% pela margem dos laboratórios, 8% pela dos armazenistas e cerca de 20% pela das farmácias. Enquanto a redução de 3% para a indústria incide sobre o preço à saída de fábrica, a das farmácias e armazenistas incide sobre as suas margens, o que acaba assim por corresponder a uma redução real de 10% e 12,5%.
(...)

Presidente do Infarmed deixa cargo

O actual presidente do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), Rui dos Santos Ivo, vai deixar o cargo a 15 de Julho, dia em que acaba o mandato iniciado em 2002, disse à Lusa fonte da tutela. O assessor do Infarmed confirmou a decisão.

Rui Ivo foi nomeado para a presidência do Infarmed a 16 de Julho de 2002 pelo então secretário de Estado da Saúde, o social-democrata Carlos Martins. Terá tomado a decisão de sair depois de uma reunião, quarta-feira, com o ministro da Saúde, Correia de Campos. Anteriormente, exercia as funções de administrador da direcção da Agência Europeia de Avaliação do Medicamento.
(...)

Vírus ébola e VIH tratam fibrose quística

Saúde Sapo 09.06.05

A fibrose quística pode ser tratada através da utilização de elementos de dois vírus potencialmente fatais: VIH e Ébola. Segundo uma investigação publicada na New Scientist, os vírus são utilizados para transportar até às células pulmonares uma versão saudável do gene em falta nos doentes com fibrose quística. Os cientistas, que associaram uma proteína retirada da superfície do vírus Ébola, que tem como alvo as células dos pulmões, com uma parte do VIH, que é eficaz na introdução de genes nas células, afirmam que o método é eficaz.

terça-feira, junho 07, 2005

Reino Unido: Plano de ajuda a África redigido na Escócia

DN 07.06.05

Um grupo de 80 políticos, oriundos de todo o mundo, reuniram-se no Parlamento escocês para elaborar o plano de ajuda a África que irá ser apresentado na cimeira do G8 em Julho próximo, em Gleneagles. Curiosamente, este encontro de políticos coincide com a viagem aos Estados Unidos do primeiro-ministro britânico Tony Blair para tentar sensibilizar o Presidente George Bush no sentido de apoiar, na próxima reunião do G8, o plano em causa.

O plano, para além de questões relacionadas com a dívida, ajuda e comércio, irá também expor ideias passíveis de dar às mulheres mais poder em África e de incrementar a luta contra as doenças graves, como a sida.

A Conferência dos Parlamentares do G8 congrega responsáveis das oito nações mais ricas do mundo e ainda de países da Europa e de África. A reunião em Holyrood, que conta, entre outros, com a presença do ministro do Comércio do Uganda e com o director do programa contra a sida na Organização Mundial de Saúde, ocorre após Bob Geldof ter apelado à realização de um protesto contra a pobreza a 6 de Julho em Edinburgo. Geldof está apostado em mobilizar mais de um milhão de pessoas.

A lista de propostas, elaborada durante os dois dias da reunião, será levada ao encontro de Gleneagles, juntamente com uma declaração que será apensa ao "Plano Marshall" do ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, com o pedido de que se faça da campanha contra a pobreza algo histórico.

Gays acusam Papa de ser homofóbico

Alguns militantes da associação de luta contra a sida simularam um casamento homossexual entre duas mulheres na catedral de Notre-Dame. Durante a cerimónia, o Papa Bento VXI foi acusado de ser homofóbico e cúmplice da propagação da doença da sida. Os manifestantes já se tinham reunido junto à câmara municipal de Paris para protestar contra a homofobia e lutar pela igualdade dos direitos.

Supremo Tribunal dos EUA interdita uso de marijuana para fins medicinais

Amazing grace!
How sweet the sound
That saved a wretch like me!
I once was lost, but now am found;
Was blind, but now I see...

Público 06.06.05

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos decretou hoje a interdição do recurso à marijuana para fins medicinais, numa decisão que recolheu seis votos a favor e três contra.

A mais alta instância dos Estados Unidos decide, assim, a favor do Governo de George W. Bush e contra os apoiantes desta prática, que foi autorizada por dez estados norte-americanos ao longo dos últimos nove anos.

O Supremo Tribunal rejeita "a afirmação de que um produto cultivado localmente para uso privado e não para ser comercializado num mercado aberto respeite a legislação federal". A decisão do tribunal, assinada pelo juiz John Paul Stephens em nome da maioria que a aprovou, é ainda justificada com a "magnitude incontestável do mercado comercial para a marijuana".

Os nove juízes examinaram o caso de duas cidadãs norte-americanas da Califórnia, doentes e consumidoras de "cannabis", que pediram "o fim da perseguição federal" a que afirmavam estarem a ser sujeitas.

Angel Raich tem um tumor inoperável no cérebro, acompanhado de perdas de consciência, enfraquecimento e fortes dores, e Diane Monson sofre de fortes dores dorsais devido a uma doença degenerativa da coluna vertebral.

A produção e utilização de marijuana para fins medicinais é permitida na Califórnia desde 1996, para actuar em doenças como a sida, cancro ou esclerose. Nove outros estados norte-americanos autorizam igualmente o uso de marijuana para fins medicinais.

segunda-feira, junho 06, 2005

Farmacêuticas continuam a esconder informação sobre ensaios clínicos

Despite Vow, Drug Makers Still Withhold Data
By ALEX BERENSON
The New York Times
Published: May 31, 2005

When the drug industry came under fire last summer for failing to disclose poor results from studies of antidepressants, major drug makers promised to provide more information about their research on new medicines. But nearly a year later, crucial facts about many clinical trials remain hidden, scientists independent of the companies say.

(...)

Governo inicia revolução na administração da Saúde

O Governo vai avançar com uma revolução na administração da Saúde. Até 2006, as 18 sub-regiões de saúde vão ser extintas. Hospitais e centros de saúde deixam de funcionar de forma autónoma e passam a ter uma gestão integrada. O objectivo é melhorar a eficiência dos cuidados prestados aos utentes e diminuir os custos do sector. O modelo passa por criar Unidades Locais de Saúde (ULS) que unam, na mesma gestão, todos os cuidados necessários para servir a população daquela zona. Castelo Branco e Viana do Castelo serão as primeiras a estrear o novo modelo.
(...)

sexta-feira, junho 03, 2005

ONU: controlo da propagação da sida até 2015 não é realista



Pois é, e a não-contribuição de Portugal não vai ajudar as coisas...

Público 03.06.05

Os peritos das Nações Unidas, reunidos ontem em Nova Iorque para uma conferência dedicada à sida, reconheceram que a propagação da doença está a ultrapassar os esforços para a sua prevenção. A meta da ONUSida, que visava conter o avanço da pandemia até 2015, já não é realista.

Na conferência foram contabilizados progressos, nomeadamente alguns sinais de sucesso em África e o aumento do número de pessoas que estão a ser testadas e aconselhadas. Mas apesar de alguns países parecerem capazes de suster a propagação da doença na próxima década, os esforços para controlar o seu avanço em regiões críticas como a Europa de Leste e a América Central não estão a resultar.

Peter Piot, director da ONUSida - a agência das Nações Unidas que se dedica ao combate da doença - reconheceu: "O que enfrentamos são múltiplas epidemias e uma epidemia que ainda se está a expandir".

O objectivo de conter a propagação da sida até 2015 era uma das Metas do Milénio, firmadas pelos líderes mundiais em 2000, mas o responsável da ONU assumiu que pelo menos uma delas não será cumprida. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, avisou que a pandemia está a acelerar em todos os continentes. Annan referiu ainda que apenas 12 por cento das pessoas residentes em países pobres têm acesso à terapia de antiretrovirais.

Kofi Annan classificou a luta mundial contra a sida como "o grande desafio da nossa era" e pediu mais dinheiro e mais vozes para esta causa.

Governo reduz comparticipações de fármacos que hoje são gratuitos

E que tal os anti-retrovirais?!
Tivemos uma audiência com o Sr. Ministro na terça-feira mas não nos falou sobre as compartições dos ARVs. Só falou no défice de 1.500 milhões de euros...

O preço dos medicamentos vai baixar 6% nos próximos quatro meses, permitindo ao Estado poupar por ano 90 milhões de euros e aos utentes entre 60 e 70 milhões, anunciou ontem o Governo. Mas nem tudo são boas notícias. O Executivo vai também reduzir as comparticipações de 100 para 95% para todos os doentes que tenham rendimentos acima do salário mínimo.
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A diminuição do custo dos remédios será feita à custa da redução das margens de lucro dos laboratórios (3%) e dos armazenistas e farmácias (3%), anunciou ontem o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos.
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A descida de preços dos medicamentos motivou o aplauso do líder do PSD, Marques Mendes, e as críticas das farmácias. João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias, considera que as mudanças são "desequilibradas", porque só afectam certos sectores. A indústria farmacêutica sublinha o "carácter excepcional" e espera para ver como será aplicada.
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Para os doentes que beneficiam de medicamentos comparticipados a 100%, o reembolso do Estado passará a ser de apenas 95%. Contudo, aqueles que provarem ter rendimentos iguais ou inferiores ao salário mínimo, serão reembolsado deste diferencial de 5%.
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Reino Unido reitera intenção de "Plano Marshall" para países pobres

O ministro britânico da Economia reiterou hoje a proposta de avançar com um "Plano Marshall" para reduzir a dívida dos países pobres, para ser discutido na próxima cimeira do grupo dos oito países mais industrializados do mundo.

"No próximo mês iremos propor e procurar obter um acordo sobre a redução de 100 por cento da dívida" bilateral e multilateral dos países pobres, explicou Gordon Brown, que falava numa conferência de imprensa em Edimburgo.

As propostas, realçou Brown, "supõem um novo acordo entre os países ricos e pobres, um moderno Plano Marshall para África e o mundo em desenvolvimento".

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Nova luz para tratar tuberculose

DN 03.06.05

Um grupo de cientistas do Albert Einstein College of Medicine descobriu um novo meio através do qual a bactéria que provoca a tuberculose se torna resistente aos efeitos do antibiótico conhecido como fluoroquinoles. Segundo o estudo, a ser publicado hoje na revista Science, os resultados explicam porque motivo alguns micróbios causadores de doenças, estão a tornar-se rapidamente resistentes a estes antibióticos, através da acção de uma proteína chamada MfpA, que consegue imitar o ADN e tornar o fármaco ineficaz.

quinta-feira, junho 02, 2005

VI Congresso Virtual HIV/AIDS

PREVENÇÃO DA SIDA. UM DESAFIO QUE NÃO PODE SER PERDIDO
15 de Outubro a 1 de Dezembro de 2005

Ler mais aqui.

Ensaios clínicos da Roche

A Roche lançou uma base de dados contendo os estudos com produtos da Roche.
Pode-se aceder aqui. Depois é só fazer uma pesquisa com "Portugal".

Brasil: Câmara aprova por unanimidade projecto de lei que livra de patentes os medicamentos para a sida

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJ) aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (1º/6), o Projeto de Lei 22/03, do deputado Roberto Gouveia (PT-SP), que altera o artigo 18 da Lei de Patentes (9.279/96), tornando livre de patentes os medicamentos de combate à aids. A medida vale também para o processo de produção dos chamados anti-retrovirais. Com a modificação do artigo, os laboratórios nacionais poderão fabricar os medicamentos. O projeto de lei foi votado em caráter conclusivo e segue para o Senado Federal, sem precisar passar pelo Plenário da Câmara. Se for aprovado pelos senadores sem nenhuma emenda, segue para sanção do Presidente da República.

Os deputados, representando diversos partidos, consideraram que os interesses de saúde pública e da vida devem estar acima dos direitos industriais. Por isso, todos votaram pela constitucionalidade da proposta do deputado Roberto Gouveia. O relator da matéria, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), explicou que a proteção constitucional dos inventos industrias "não é absoluta", mas condicionada ao interesse social. O projeto segue agora para apreciação no Senado Federal.

A votação do Projeto de Lei na CCJ foi acompanhada por ativistas de todo o Brasil e por representantes do Programa Nacional de DST/Aids. A cada voto favorável, os ativistas respondiam com palmas e exibiam cartazes pedindo a aprovação do projeto. Quando o presidente da mesa, deputado José Mentor (PT-SP), anunciou o término e o resultado da votação da matéria, a emoção tomou conta do Plenário 1 do anexo da Câmara.

Ativistas, parlamentares e representantes do governo federal se abraçavam e davam parabéns pela vitória. Alguns não escondiam as lágrimas de felicidade. Muito emocionado, Roberto Gouveia, acredita que o projeto será aprovado no Senado. "O projeto vai chegar lá como muita força e totalmente legitimado por todas as comissões por que passou". O deputado destacou ainda que a proposta não fere nenhum acordo internacional. "Pelo contrário. Estamos fazendo o que determina a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Estamos defendendo a vida".

Maior acesso - Laurinha Brelaz, da Rede de Amizade e Solidariedade de Manaus (Amazonas), considerou a aprovação um passo importante na luta contra a aids. "O projeto vai possibilitar a fabricação de medicamentos mais baratos, aumentando e garantindo o acesso ao tratamento dos pacientes de aids". Laurinha chama atenção também para o fato de que o projeto ainda vai passar pelo Senado Federal. Para ela, o movimento deve continuar atuante. "Caso contrário, os laboratórios multinacionais podem tentar querer influenciar os senadores", avaliou.

Atualmente, oito dos 16 medicamentos anti-retrovirais para tratamento da aids distribuídos pelo Sistema Único de Saúde são protegidos por patentes. Mais de 70% dos gastos do Ministério da Saúde para aquisição desses medicamentos são gastos com apenas três dessas drogas. Para o diretor do Programa Nacional de DST/Aids, Pedro Chequer, a aprovação do projeto de lei será um marco internacional e pode abrir novas possibilidades de negociações. "É um coroamento da Declaração de Doha e vem ao encontro do que vem preconizando a Organização Mundial da Saúde, ao declarar que os medicamentos para a aids são um direito da humanidade".
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Uma campanha diferente

Ver aqui a campanha da Associação francesa AIDES.

Governo corta nas comparticipações para travar o défice na Saúde



Baixar os preços dos medicamentos, diminuir as comparticipações a 100 por cento e alterar o regime remuneratório dos médicos são algumas das propostas que constam do Programa de Sustentabilidade Financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que hoje vai ser debatido em Conselho de Ministros.

Ontem, o ministro da Saúde, Correia de Campos, convocou de urgência os parceiros sociais da área para, em audiências separadas, lhes dar conta das principais linhas deste plano de contenção do défice orçamental da saúde e "conhecer as suas sensibilidades relativamente às propostas", segundo refere uma nota oficial do gabinete do ministro.

Isto acontece uma semana depois de a comissão Constâncio revelar que o SNS deverá apresentar este ano um défice em 1.512,8 milhões de euros superior ao previsto no Orçamento de Estado para 2005. Surge também poucos dias depois de uma consultora britânica ter apresentado um mega-estudo que faz uma radiografia sobre o mercado dos medicamentos comparticipados em Portugal e sugere um grande número de alterações. Uma delas passa pela importação paralela de genéricos (medicamentos cuja patente já caiu no domínio público), o que permitirá a redução do preço de venda. Outra passa pela liberalização do preço destes fármacos, deixando de haver margens fixas de comercialização (actualmente de oito por cento para o armazenista e de 20 por cento para o farmacêutico). Este estudo revela ainda que Portugal tem dos genéricos mais caros da Europa dos Quinze.
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Governo 'limpa' administração de 12 hospitais

O Ministério da Saúde decidiu "limpar" nove administrações dos 31 hospitais SA (que serão convertidos em Entidades Públicas Empresariais) e foi buscar vários nomes que ocupavam cargos durante o anterior governo socialista, incluindo ex-secretários de Estado. A estas somam-se mais três nomeações nos hospitais do sector público administrativo. A maioria dos novos administradores está ligada à saúde, o que contrasta com a política do anterior Governo de escolher gestores de fora do sector. Mas as mudanças vão continuar nos SA até 17 de Junho.

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'Caminhos Cruzados' na luta contra a sida

A RTP África está a exibir uma minissérie que aborda ficcionalmente a temática da sida. Hoje, a partir das 21.30, é transmitido mais um episódio de Caminhos Cruzados, o nome da série.

O objectivo de Caminhos Cruzados é contribuir, de uma maneira pedagógica, para o esclarecimento das populações que vivem em zonas de risco de contaminação pelo VIH.

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Ministro quer plano de luta contra hepatites

DN 02.06.05

O combate às hepatites B e C, que de acordo com as mais benévolas estimativas se crê afectarem, em conjunto, 250 a 300 mil portugueses, está entre as preocupações do ministro da saúde, Correia de Campos. Numa reunião com a associação SOS Hepatites, o governante afirmou, de acordo com Val Neto, um dos fundadores desta associação de apoio aos infectados, "estar convencido da necessidade de agir com celeridade no sentido de delinear um Plano Estratégico Nacional para as Hepatites".

Um plano que, de acordo com a SOS Hepatites e com os hepatologistas, não só é premente como deveria ter como primeiro passo a avaliação da real dimensão nacional das infecções. Nesse sentido, o ministro terá assegurado estar em estudo a possibilidade de integrar no rastreio nacional para o HIV - que tem estado a ser preparado pela Comissão Nacional de Luta Conta a Sida - o rastreio das hepatite C e B. Uma medida que está entre as primeiras exigências da SOS Hepatites e que motivou, há cerca de mês e meio, o pedido de audiência.

Na reunião, em que esteve presente, a pedido do ministro, o chefe dos serviços de infecciologia do Hospital de Egas Moniz, Kamal Mansinho, foram ainda abordados outros problemas diagnosticados pela associação. Nomeadamente a falta de informação da população em geral e da classe médica, em particular, no que respeita à existência e gravidade deste tipo de hepatites (facto que já foi admitido ao DN pelo anterior bastonário da ordem dos Médicos, Germano de Sousa, que o qualificou de "negligência") , assim como a dificuldade de acesso ao tratamento, sobretudo no que respeita à hepatite C.

"Sabemos de situações em que o tratamento é recusado por critérios económicos", garante Val Neto, que frisa haver casos contrários. "Há gente que é enviada para tratamento sem necessidade, já que apesar de estar infectada não apresenta danos no fígado." É que, como este activista, que soube em 2001 estar infectado com hepatite C, descobriu à sua custa, o tratamento é "pesado" e pode resultar em depressão, pelo que outra exigência da SOS-Hepatites é o acompanhamento psicológico dos pacientes.

O balanço da audiência é, para Val Neto, positivo. "Não houve compromissos definitivos, mas foi-nos garantido de que vamos ser ouvidos. Para começo, é bom." O DN tentou, sem sucesso, ouvir Correia de Campos sobre esta matéria.

Canada: Cruz Vermelha assume erro

A Cruz Vermelha do Canadá declarou-se responsável pela distribuição de sangue contaminado na década de 80. Mais de mil pessoas foram infectadas com o vírus HIV/sida e 20 000 contraíram hepatite C, das quais já morreram quase 3000. A Cruz Vermelha administrou os bancos de sangue daquele país durante décadas, mas tal função foi passada depois para um departamento do governo.

quarta-feira, junho 01, 2005

Avaliação da educação sexual feita em 2004 não foi divulgada

Entre Fevereiro e Maio de 2004, foi efectuada uma avaliação sobre as "práticas das escolas em termos de educação sexual (ES)". Essa avaliação, segundo a sua autora, a psicóloga Margarida Gaspar de Matos foi entregue à tutela, que nunca a divulgou. Quanto a Maria de Lurdes Rodrigues, a actual ministra, não terá tido ainda acesso ao documento, já que estará, de acordo com a sua assessora de imprensa, a ser "analisado pelos serviços".
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Três hospitais unidos em centro

Miguel Boquinhas, ex-secretário de Estado de Manuela Arcanjo é o novo presidente do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que vai unir, a partir de Janeiro, os hospitais de Santa Cruz, Egas Moniz e São Francisco Xavier. O vogal da Administração Regional de Saúde do Norte, Lino Mesquita Machado, foi também nomeado presidente da administração do Hospital de São Marcos de Braga.

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