sexta-feira, junho 17, 2005
Meliço Silvestre justifica demissão com falta de condições para concluir projectos
Até que enfim...
Público 17.06.05
O ainda presidente da Comissão Nacional da Luta Contra a Sida (CNLCS), António Meliço Silvestre, justificou hoje o seu pedido de demissão do cargo que ocupava há menos de dois anos, afirmando que não encontrou no Ministério da Saúde as condições para "concluir os projectos definidos" no combate à doença.
António Meliço Silvestre tomou posse como presidente da unidade de missão da luta contra a sida em 17 de Setembro de 2003 e deveria continuar em funções por mais um ano, mas a "indefinição da tutela" para o sector levou-o a apresentar a sua demissão, tal como noticia o PÚBLICO de hoje. Na conferência de imprensa em que fez o balanço da actividade do organismo, Meliço Silvestre considerou que a “instabilidade política” colocou em causa o trabalho da CNLCS.
O responsável optou por não fazer críticas directas à actuação do ministro da Saúde, Correia de Campos – de quem é amigo de longa data –, mas revelou que não concorda com os projectos do governante para esta área. Meliço Silvestre destacou a intenção da tutela de colocar as comissões da saúde, como a CNLCS, na dependência do alto comissário da Saúde, cargo actualmente ocupado pelo director-geral da Saúde. "Assumi funções na directa dependência do ministro da Saúde e não do alto comissário", disse.
O presidente da CNLCS, que se manterá em funções até ao final do ano, foi mais directo nas críticas aos compassos de espera para a concretização de alguns dos principais projectos da comissão, nomeadamente a realização de um rastreio nacional, que disse estar há quatro meses à espera de decisão ministerial. Segundo o responsável, este rastreio nacional - um dos grandes projectos da CNLS - iria permitir avaliar a real incidência da sida na população portuguesa, numa altura em que vários especialistas denunciam que os números oficiais são muito inferiores à realidade. O pedido de aprovação do projecto foi entregue ao anterior ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, que não o aprovou pelo facto de o seu Governo se encontrar em gestão. Desde então, o projecto está na posse do ministro António Correia de Campos, que só recentemente se reuniu com Meliço Silvestre. "Não quero criticar o ministro, nem o facto deste reunir connosco ao fim de três meses, quando o seu antecessor nos recebia mensalmente", disse.
[parece que a audiência do GAT e da associação SOS Hepatites com o Ministro em que comunicámos as nossas sérias dúvidas acerca deste rastreio teve algum efeito]
Meliço Silvestre disse que irá continuar na luta contra a sida, nomeadamente a nível universitário, devendo regressar ao Serviço de Doenças Infecciosas dos Hospitais Universitários de Coimbra, que chefiou durante 15 anos.
Público 17.06.05
O ainda presidente da Comissão Nacional da Luta Contra a Sida (CNLCS), António Meliço Silvestre, justificou hoje o seu pedido de demissão do cargo que ocupava há menos de dois anos, afirmando que não encontrou no Ministério da Saúde as condições para "concluir os projectos definidos" no combate à doença.
António Meliço Silvestre tomou posse como presidente da unidade de missão da luta contra a sida em 17 de Setembro de 2003 e deveria continuar em funções por mais um ano, mas a "indefinição da tutela" para o sector levou-o a apresentar a sua demissão, tal como noticia o PÚBLICO de hoje. Na conferência de imprensa em que fez o balanço da actividade do organismo, Meliço Silvestre considerou que a “instabilidade política” colocou em causa o trabalho da CNLCS.
O responsável optou por não fazer críticas directas à actuação do ministro da Saúde, Correia de Campos – de quem é amigo de longa data –, mas revelou que não concorda com os projectos do governante para esta área. Meliço Silvestre destacou a intenção da tutela de colocar as comissões da saúde, como a CNLCS, na dependência do alto comissário da Saúde, cargo actualmente ocupado pelo director-geral da Saúde. "Assumi funções na directa dependência do ministro da Saúde e não do alto comissário", disse.
O presidente da CNLCS, que se manterá em funções até ao final do ano, foi mais directo nas críticas aos compassos de espera para a concretização de alguns dos principais projectos da comissão, nomeadamente a realização de um rastreio nacional, que disse estar há quatro meses à espera de decisão ministerial. Segundo o responsável, este rastreio nacional - um dos grandes projectos da CNLS - iria permitir avaliar a real incidência da sida na população portuguesa, numa altura em que vários especialistas denunciam que os números oficiais são muito inferiores à realidade. O pedido de aprovação do projecto foi entregue ao anterior ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, que não o aprovou pelo facto de o seu Governo se encontrar em gestão. Desde então, o projecto está na posse do ministro António Correia de Campos, que só recentemente se reuniu com Meliço Silvestre. "Não quero criticar o ministro, nem o facto deste reunir connosco ao fim de três meses, quando o seu antecessor nos recebia mensalmente", disse.
[parece que a audiência do GAT e da associação SOS Hepatites com o Ministro em que comunicámos as nossas sérias dúvidas acerca deste rastreio teve algum efeito]
Meliço Silvestre disse que irá continuar na luta contra a sida, nomeadamente a nível universitário, devendo regressar ao Serviço de Doenças Infecciosas dos Hospitais Universitários de Coimbra, que chefiou durante 15 anos.
Comments:
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Não deixa de ser curioso que Meliço Silvestre nunca tenha, ao longo destes anos, dado qualquer sinal de mau estar e que agora venha bater com a porta, dizendo que não teve condições para trabalhar. Demorou 2 anos a chegar a esta conclusão? Bizarro, no mínimo.
Bizarro? Finalmente um governante que teve a coragem de pôr fim ao reino deste maluco. Sendo amigo do sujeito deu-lhe a oportunidade de se demitir.
Aliás, isto mostra bem o estado de loucura ao que chegou. Tentar culpar o novo ministro para a gestão desastrosa da CNCLS...
Pois é... o homem apercebeu-se que ia levar com um pontapé nas traseiras e antecipou-se. Já vai tarde...
Parece que a a questão do rastreio foi a gota d'água. Ainda bem que a malta das Hepatites levantou a lebre e que alguma comunicação social tenha dado eco.
Isso para não falar na ilusão que representa a campanha publicitária com o mágico mais famoso do País...
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Parece que a a questão do rastreio foi a gota d'água. Ainda bem que a malta das Hepatites levantou a lebre e que alguma comunicação social tenha dado eco.
Isso para não falar na ilusão que representa a campanha publicitária com o mágico mais famoso do País...
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