quinta-feira, junho 02, 2005

Ministro quer plano de luta contra hepatites

DN 02.06.05

O combate às hepatites B e C, que de acordo com as mais benévolas estimativas se crê afectarem, em conjunto, 250 a 300 mil portugueses, está entre as preocupações do ministro da saúde, Correia de Campos. Numa reunião com a associação SOS Hepatites, o governante afirmou, de acordo com Val Neto, um dos fundadores desta associação de apoio aos infectados, "estar convencido da necessidade de agir com celeridade no sentido de delinear um Plano Estratégico Nacional para as Hepatites".

Um plano que, de acordo com a SOS Hepatites e com os hepatologistas, não só é premente como deveria ter como primeiro passo a avaliação da real dimensão nacional das infecções. Nesse sentido, o ministro terá assegurado estar em estudo a possibilidade de integrar no rastreio nacional para o HIV - que tem estado a ser preparado pela Comissão Nacional de Luta Conta a Sida - o rastreio das hepatite C e B. Uma medida que está entre as primeiras exigências da SOS Hepatites e que motivou, há cerca de mês e meio, o pedido de audiência.

Na reunião, em que esteve presente, a pedido do ministro, o chefe dos serviços de infecciologia do Hospital de Egas Moniz, Kamal Mansinho, foram ainda abordados outros problemas diagnosticados pela associação. Nomeadamente a falta de informação da população em geral e da classe médica, em particular, no que respeita à existência e gravidade deste tipo de hepatites (facto que já foi admitido ao DN pelo anterior bastonário da ordem dos Médicos, Germano de Sousa, que o qualificou de "negligência") , assim como a dificuldade de acesso ao tratamento, sobretudo no que respeita à hepatite C.

"Sabemos de situações em que o tratamento é recusado por critérios económicos", garante Val Neto, que frisa haver casos contrários. "Há gente que é enviada para tratamento sem necessidade, já que apesar de estar infectada não apresenta danos no fígado." É que, como este activista, que soube em 2001 estar infectado com hepatite C, descobriu à sua custa, o tratamento é "pesado" e pode resultar em depressão, pelo que outra exigência da SOS-Hepatites é o acompanhamento psicológico dos pacientes.

O balanço da audiência é, para Val Neto, positivo. "Não houve compromissos definitivos, mas foi-nos garantido de que vamos ser ouvidos. Para começo, é bom." O DN tentou, sem sucesso, ouvir Correia de Campos sobre esta matéria.

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