domingo, dezembro 05, 2004
Primeiro-ministro chinês diz que situação continua "crítica"
Agência Lusa 1.12.04
A situação do combate à SIDA na China continua "crítica", declarou hoje o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, apelando ao país a "dar prioridade" ao problema que afecta pelo menos 840.000 chineses. Wen Jiabao exortou a um "esforço incessante" no combate à doença na China, segundo país com maior número de casos de infecção na Ásia, depois da Índia.
O chefe de governo do país mais populoso do mundo exortou os responsáveis locais a "utilizarem todo o tipo de recursos e aplicarem conscienciosamente todas as políticas e medidas de prevenção" da doença. No Dia Mundial da luta contra a SIDA, a China multiplicou as actividades para aumentar o alerta do público em relação à doença e diminuir a discriminação que os infectados com o vírus do HIV/SIDA enfrentam.
Um estudo do Ministério da Saúde revelou que, nas cidades, 58 por cento dos chineses querem distância em relação aos contaminados e nos meios rurais são 63 por cento a pensar dessa forma. Na véspera do Dia Mundial de combate à doença, o Presidente chinês, Hu Jintao, distribuiu apertos de mão por doentes que já desenvolveram a doença, apelando à população para evitar a "discriminação e indiferença". Wen Jiabao fizera o mesmo no ano passado, para dar o exemplo ao país.
Numa altura em que o governo alerta que a via de transmissão do vírus por via sexual está a aumentar e será a primeira causa de infecção no futuro, à semelhança de outros países, a conservadora China comunista está a começar a quebrar tabus. Entre os 840.000 chineses contaminados, que o governo chinês estima existirem no país, perto de 90.000 já desenvolveram a doença. As Nações Unidas alertam que o número de chineses contaminados poderá crescer até aos 10 milhões em 2010 "se não forem tomadas as medidas necessárias".
Os homossexuais, um sub-grupo "ignorado" na China, é uma das áreas onde especialistas dizem que é urgente aumentar a abertura. Um estudo conduzido pelo Centro de Prevenção e Tratamento da SIDA conclui que há uma grande ignorância entre os cinco a 10 milhões de homossexuais que se estima haver na China, em relação à doença.
Entre os homossexuais inquiridos, 48 por cento considera impossível ser contaminado e 38 por cento acha a possibilidade muito baixa. Mais de metade declarou, no entanto, ter mais do que um parceiro sexual e a maior parte diz raramente usar preservativo, apurou o estudo, cujos resultados foram hoje divulgados. "Os homossexuais têm sido ignorados durante muito tempo na China, e isto é muito perigoso", referiu Lu Fan, director do centro de prevenção e tratamento da SIDA, responsável pelo estudo.
A China anunciou também a autorização da transmissão de um inédito programa na televisão onde o tema em debate será o sexo, que irá para o ar no próximo ano, onde os convidados usam uma máscara para debaterem sem restrições temas como a SIDA. "É uma boa ideia, os convidados usarem máscara. Desta forma, não se sentem relutantes ou nervosos quando falarem", referiu Liu Xichen, responsável pelo programa.
Outra novidade é um documentário pioneiro sobre a SIDA que será exibido nos canais chineses "em breve", destinado a informar a população sobre a doença e formas de prevenção.
Em Pequim, uma simbólica curta peça de teatro, protagonizada por três portadoras do vírus e dois actores famosos chineses, subiu hoje ao palco, com transmissão para todo o país.
"Nós queremos enfrentar o público", declarou Zhang Lifeng, infectada em 1996 num posto de venda de sangue, na província de Sichuan (sudoeste).
A contaminação em postos de venda de sangue é a segunda origem de infecção na China (31 por cento), segundo estimativas oficiais de 2003. No topo das fontes de infecção está a partilha de seringas por toxicodependentes e em terceiro lugar a via sexual (19 por cento).
A situação do combate à SIDA na China continua "crítica", declarou hoje o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, apelando ao país a "dar prioridade" ao problema que afecta pelo menos 840.000 chineses. Wen Jiabao exortou a um "esforço incessante" no combate à doença na China, segundo país com maior número de casos de infecção na Ásia, depois da Índia.
O chefe de governo do país mais populoso do mundo exortou os responsáveis locais a "utilizarem todo o tipo de recursos e aplicarem conscienciosamente todas as políticas e medidas de prevenção" da doença. No Dia Mundial da luta contra a SIDA, a China multiplicou as actividades para aumentar o alerta do público em relação à doença e diminuir a discriminação que os infectados com o vírus do HIV/SIDA enfrentam.
Um estudo do Ministério da Saúde revelou que, nas cidades, 58 por cento dos chineses querem distância em relação aos contaminados e nos meios rurais são 63 por cento a pensar dessa forma. Na véspera do Dia Mundial de combate à doença, o Presidente chinês, Hu Jintao, distribuiu apertos de mão por doentes que já desenvolveram a doença, apelando à população para evitar a "discriminação e indiferença". Wen Jiabao fizera o mesmo no ano passado, para dar o exemplo ao país.
Numa altura em que o governo alerta que a via de transmissão do vírus por via sexual está a aumentar e será a primeira causa de infecção no futuro, à semelhança de outros países, a conservadora China comunista está a começar a quebrar tabus. Entre os 840.000 chineses contaminados, que o governo chinês estima existirem no país, perto de 90.000 já desenvolveram a doença. As Nações Unidas alertam que o número de chineses contaminados poderá crescer até aos 10 milhões em 2010 "se não forem tomadas as medidas necessárias".
Os homossexuais, um sub-grupo "ignorado" na China, é uma das áreas onde especialistas dizem que é urgente aumentar a abertura. Um estudo conduzido pelo Centro de Prevenção e Tratamento da SIDA conclui que há uma grande ignorância entre os cinco a 10 milhões de homossexuais que se estima haver na China, em relação à doença.
Entre os homossexuais inquiridos, 48 por cento considera impossível ser contaminado e 38 por cento acha a possibilidade muito baixa. Mais de metade declarou, no entanto, ter mais do que um parceiro sexual e a maior parte diz raramente usar preservativo, apurou o estudo, cujos resultados foram hoje divulgados. "Os homossexuais têm sido ignorados durante muito tempo na China, e isto é muito perigoso", referiu Lu Fan, director do centro de prevenção e tratamento da SIDA, responsável pelo estudo.
A China anunciou também a autorização da transmissão de um inédito programa na televisão onde o tema em debate será o sexo, que irá para o ar no próximo ano, onde os convidados usam uma máscara para debaterem sem restrições temas como a SIDA. "É uma boa ideia, os convidados usarem máscara. Desta forma, não se sentem relutantes ou nervosos quando falarem", referiu Liu Xichen, responsável pelo programa.
Outra novidade é um documentário pioneiro sobre a SIDA que será exibido nos canais chineses "em breve", destinado a informar a população sobre a doença e formas de prevenção.
Em Pequim, uma simbólica curta peça de teatro, protagonizada por três portadoras do vírus e dois actores famosos chineses, subiu hoje ao palco, com transmissão para todo o país.
"Nós queremos enfrentar o público", declarou Zhang Lifeng, infectada em 1996 num posto de venda de sangue, na província de Sichuan (sudoeste).
A contaminação em postos de venda de sangue é a segunda origem de infecção na China (31 por cento), segundo estimativas oficiais de 2003. No topo das fontes de infecção está a partilha de seringas por toxicodependentes e em terceiro lugar a via sexual (19 por cento).