domingo, dezembro 05, 2004

Angola: Taxa de prevalência de Sida entre as mulheres grávidas é de 2,8 por cento

Agência Lusa 3.12.04

A taxa de prevalência da SIDA em mulheres grávidas angolanas que frequentaram as consultas pré-natal é de 2,8 por cento, revela um estudo do Ministério da Saúde hoje divulgado em Luanda.

Estes dados representam uma redução em relação aos valores registados no ano passado, quando a taxa de prevalência era de 5,5 por cento, mas, segundo Dulcelina Serrano, coordenadora do Programa Nacional de Luta contra a SIDA, "não significam um declínio" na taxa de prevalência da doença entre as mulheres grávidas.

De acordo com Dulcelina Serrano, o estudo realizado este ano utilizou "metodologias de análise mais precisas", pelo que permitiu obter dados mais fiáveis, mas que não podem ser interpretados como uma melhoria na taxa de prevalência.

O estudo de seroprevalência em mulheres grávidas que frequentaram as consultas pré-natal foi realizado pelo Programa Nacional de Luta contra a SIDA, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as Forças Armadas Angolanas, em 26 unidades hospitalares das 18 províncias de Angola.

Os dados obtidos revelam que as províncias angolanas que fazem fronteira com os países vizinhos onde existe uma alta taxa de prevalência da SIDA são as que estão mais afectadas pela doença.

Nesse sentido, a província do Cunene, no sul de Angola, que faz fronteira com a Namíbia, tem uma taxa de prevalência da SIDA entre as mulheres grávidas de 9,12 por cento, seguindo-se as províncias do Uige (4,8), Cuando Cubango (4,03), Cabinda (3,2), Lunda Norte (3,3), Lunda Sul (3,4) e Luanda (3,1).

"Estes novos dados dão-nos uma base a partir da qual se podem medir conquistas futuras na luta contra a SIDA", afirmou Dulcelina Serrano, salientando que os resultados hoje divulgados foram os primeiros a ser obtidos em Angola "seguindo estreitamente as orientações da OMS".

"A estimativa de prevalência da SIDA revelada neste estudo está de acordo com a que foi publicada pela ONUSIDA no relatório da situação mundial em 2004, que situa a taxa de prevalência em Angola abaixo dos cinco por cento", acrescentou.

Em declarações à Agência Lusa, à margem da cerimónia de apresentação do estudo, a ministra da Saúde angolana, Albertina Hamukuaya, revelou que o plano estratégico nacional de combate à SIDA, já aprovado pelo governo, dispõe de um orçamento de 14 milhões de dólares para 2005.

As autoridades estimam que cerca de cinco por cento dos 13 milhões de angolanos estejam infectados pelo vírus da SIDA, sendo o combate contra a doença uma das prioridades nacionais em termos de saúde pública.

Os dados oficiais admitem que, nos próximos seis anos, a SIDA poderá provocar 700 mil mortes em Angola, gerando 250 mil órfãos, além de reduzir a esperança de vida em 13 por cento dos valores actuais, que rondam os 45 anos.

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