domingo, dezembro 05, 2004
Hospital Joaquim Urbano com novas instalações para toxicodependentes
João Semedo
Notícia RTP 1.12.04
No Dia Mundial da Luta Contra a Sida, o Hospital Joaquim Urbano, no Porto, inaugura novas instalações do Centro de terapêutica combinada para toxicodependentes, portadores de VIH/Sida. Actualmente, o Centro tem capacidade para tratar 150 doentes e, a partir de hoje, passa a poder tratar o triplo dos doentes.
A doença avança, os cuidados nem sempre são tidos em conta. A rua é um risco. O diagnóstico, por vezes, é feito tarde demais. Os pacientes não estão preparados para os resultados dos exames médicos.
Mas a Sida existe, propaga-se, não tem cura... Já há maneira de os portadores do vírus terem alguma qualidade de vida e de a vida ser menos dura e menos curta, como refere o médico João Semedo, director do Hospital Joaquim Urbano, no Porto.
"Permite que a instituição motive mais o doente para a adesão à terapêutica que é a chave do sucesso. O sucesso terapêutico não é a cura, mas prolongar a vida por muitos anos com uma razoável qualidade".
No dia de luta contra a Sida, o Hospital Joaquim Urbano inaugura novas instalações. O objectivo, nas palavras de João Semedo, é melhorar o atendimento: "Tem aqui o pequeno almoço, toma aqui a metadona, toma aqui a medicação. Tudo no mesmo momento e, portanto, não perde mais tempo ao longo do dia com a sua terapêutica. Tem os apoios sociais concentrados no centro".
Os portadores do VIH/Sida são hoje os protagonistas... Estórias de vidas e vidas sem história. Susana Pinto, 26 anos: "A minha vida mudou muito. O hospital é uma coisa muito boa para nós que somos utentes. Antes a minha vida era um inferno, era muito má. Quero falar na minha vida nova. Estou bem parece que nasci outra vez".
As marcas permanecem, a terapêutica consegue, apenas, reduzi-las. Jorge Quintela, 40 anos: "A vida dantes era droga, dormir, roubar, droga... É a vida de toda a gente na minha situação. Já sou seropositivo há 17 anos, e é assim... Uma pessoa quando tem este problema é depressivo toda a vida. E uma pessoa não tem uma vida normal". Um dia a droga entrou na vida deles.