domingo, julho 10, 2005
O acordo é um retrocesso para o Brasil
“Para o Abbott foi um negócio de dar pulos!”, afirmou o ex-diretor do Programa Nacional de DST/Aids e pesquisador do Instituto de Saúde de São Paulo, Alexandre Grangeiro, que se referiu ao resultado da negociação do laboratório com o governo brasileiro sobre o anti-reteroviral Kaletra.
(...)
Grangeiro esperava que o acordo fosse positivo tanto para o Ministério da Saúde quanto para o Brasil ou que o país tivesse adotado o licenciamento compulsório para o medicamento Kaletra. “Da forma que ficou acordado não vejo vantagem para o Brasil e isso demonstra que o Ministério da Saúde tem pouca intenção em licenciar compulsoriamente”, disse ele. Para Grangeiro, o resultado do acordo é ruim, pois desmoraliza e tira o poder de negociação do país para qualquer outro medicamento.
O pesquisador lembrou que das outras vezes em que houve negociação do Brasil com os laboratórios para diminuir o preço de compra dos remédios o acordo era positivo. “Já este acordo mantém o valor gasto com a compra do Kaletra exatamente igual”, afirmou desapontado. Além disso, o pesquisador destacou que o compromisso de não-violação da patente do Kaletra firmado para os próximos seis anos com o Abbott não será benéfico, pois o com o passar do tempo, o remédio não estará tão valorizado quanto atualmente e estará perto do vencimento da patente, em 2015.
Grangeiro ainda destacou que, pela primeira vez na história brasileira, houve um acordo associado ao volume de consumidores do medicamento. Para ele, isso é prejudicial, pois haverá um grande incentivo do uso do Kaletra e isso atrapalha na relação médico-paciente, já que o que predomina é uma lógica comercial. “O Ministério da Saúde vai estimular o uso do Kaletra para valer a pena?!”, questionou Grangeiro.
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Grangeiro esperava que o acordo fosse positivo tanto para o Ministério da Saúde quanto para o Brasil ou que o país tivesse adotado o licenciamento compulsório para o medicamento Kaletra. “Da forma que ficou acordado não vejo vantagem para o Brasil e isso demonstra que o Ministério da Saúde tem pouca intenção em licenciar compulsoriamente”, disse ele. Para Grangeiro, o resultado do acordo é ruim, pois desmoraliza e tira o poder de negociação do país para qualquer outro medicamento.
O pesquisador lembrou que das outras vezes em que houve negociação do Brasil com os laboratórios para diminuir o preço de compra dos remédios o acordo era positivo. “Já este acordo mantém o valor gasto com a compra do Kaletra exatamente igual”, afirmou desapontado. Além disso, o pesquisador destacou que o compromisso de não-violação da patente do Kaletra firmado para os próximos seis anos com o Abbott não será benéfico, pois o com o passar do tempo, o remédio não estará tão valorizado quanto atualmente e estará perto do vencimento da patente, em 2015.
Grangeiro ainda destacou que, pela primeira vez na história brasileira, houve um acordo associado ao volume de consumidores do medicamento. Para ele, isso é prejudicial, pois haverá um grande incentivo do uso do Kaletra e isso atrapalha na relação médico-paciente, já que o que predomina é uma lógica comercial. “O Ministério da Saúde vai estimular o uso do Kaletra para valer a pena?!”, questionou Grangeiro.