terça-feira, novembro 15, 2005

Especialista defende mais estudos ao caso de cura espontânea

Lusa 15.11.05

O director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Joaquim Urbano, no Porto, considerou hoje serem necessários mais estudos sobre o caso do seropositivo britânico dado como curado, de forma espontânea, do vírus da Sida.

"Se é verdade, é espectacular, mas temos que aguardar. Há 40 milhões de infectados em todo o mundo e nunca tal aconteceu. É muito estranho que, pela primeira vez, o organismo de um indivíduo tenha controlado, por si só, o vírus", considerou Rui Sarmento e Castro em declarações a jornalistas em Coimbra, à margem do I Congresso Nacional de Virologia.
Na sua opinião, a confirmar-se, este caso "pode abrir perspectivas de se poder vir a bloquear o vírus com anti-corpos fabricados".

Segundo o semanário News of the World, em Agosto de 2002 uma série de exames revelou que o jovem britânico Andrew Stimpson era seropositivo. Contudo, 14 meses, depois um novo conjunto de testes revelou que o vírus HIV desapareceu completamente do seu organismo, apesar de não ter tomado nenhum medicamento.

Rui Sarmento e Castro foi um dos oradores no congresso, numa mesa-redonda sobre "Hepatites e infecção HIV-1 [Sida]", em que defendeu a importância de tratar as duas patologias nos doentes co-infectados.
"Há estudos que mostram que a mortalidade por doenças hepáticas em doentes com SIDA subiu de 20 para 50 por cento", frisou. Segundo o médico, "durante muitos anos nos doentes co- infectados só se tratava o HIV porque as sequelas das hepatites só apareciam 20 ou 30 anos depois".

Devido ao aumento da eficácia da terapêutica anti-retrovírica no tratamento da Sida foi possível prolongar a sobrevivência destes doentes, daí a importância de tratar as duas infecções. O especialista frisou também a necessidade de estes tratamentos serem feitos por equipas experientes, dado que a junção de fármacos para ambos os vírus origina "uma toxicidade muito grande".

Na mesa-redonda intervieram também Fernanda Leite e Luciana Pinho, do Hospital Geral de Santo António (Porto), e Celene Sargento, dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Organizado pela Sociedade Portuguesa de Virologia, o congresso terminou hoje no auditório dos HUC.

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