domingo, novembro 06, 2005

O jardineiro fiel, cego, surdo e mudo



José Carlos Veloso - Agência Aids

O filme “O jardineiro fiel”, além der ser um bom romance e uma ótima ficção, tem o poder de trazer à tona uma situação que há vários anos está presente no universo de pesquisas clínicas em seres humanos, embora muitos avanços na área de ética em pesquisa tenham sido conquistados desde o final da segunda Guerra Mundial.

A trama vivida pelos actores muitas vezes se confunde com a vida real, em que grandes laboratórios farmacêuticos em nome do progresso da ciência que, na verdade, encobre os interesses econômicos dessas grandes corporações, conduzem pesquisas clínicas anti-éticas em países pobres. Vivemos situações muito parecidas não só na África, como em qualquer lugar onde laboratórios farmacêuticos encontram brechas ou inexistência de regulamentações éticas.

No Brasil, vivemos recentemente na década de 90 uma situação em que o laboratório insistia em dar placebo (substância sem efeito) para um grupo de pessoas infectadas por HIV em comparação com o medicamento que estava em estudo.

José Carlos Veloso é Assistente Social, mestre em ciências da saúde e Presidente do GAPA São Paulo

Mais sobre o filme aqui.

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