sexta-feira, janeiro 07, 2005

Estudo importante sobre proteína imunitária e sida



LUSA 07.12.05

Os riscos de contrair o vírus da sida são menores para as pessoas cujo organismo tem várias cópias de um gene imunitário que bloqueia o VIH, indica um estudo hoje publicado na revista Science.

"Os riscos de contrair o vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou de ter uma evolução mais rápida da síndrome da imunodeficiência adquirida (sida) não são uniformes entre a população", explicou Anthony Fauci, director do Instituto Nacional das Alergias e das Doenças Infecciosas, que financiou a investigação.

"Este estudo importante permitiu identificar os factores genéticos de diferentes grupos que reduzem ou aumentam a vulnerabilidade ao retrovírus e à própria sida", acrescentou.

A equipa de investigadores internacionais examinou mais de 4.300 amostras de sangue de pessoas de várias origens étnicas para determinar o número médio do gene que produz a proteína imunitária, chamada CCL3L1, em cada um dos grupos.

Observaram, por exemplo, que os negros norte-americanos com resultados negativos nas análises de detecção do vírus da sida tinham em média quatro cópias desse gene protector, enquanto os norte-americanos de origem europeia ou os hispânicos tinham apenas dois ou três, respectivamente.

Isto não significa que estes sejam mais susceptíveis de ter sida do que os negros, mas apenas que as pessoas que, em cada grupo, têm um número de exemplares desse gene abaixo da média estão mais sujeitas a ser seropositivas, segundo os investigadores.

Pelo contrário, os que têm mais cópias desse gene imunitário do que o número médio do seu grupo respectivo estão mais protegidos e são menos vulneráveis.

Segundo a investigação, cada cópia suplementar do gene protector reduz o risco de contrair o VIH em 4,5 a 10,5 por cento.

No caso contrário, para cada gene imunitário a menos em relação ao número médio do grupo, os riscos de uma evolução rápida da sida aumentam de 39 a 260 por cento, estimam os investigadores.

"Estes trabalhos permitiram fazer avançar significativamente a compreensão do papel central que desempenham as moléculas que interferem com a proteína CCL3L1 ao agirem sobre a susceptibilidade ao VIH/sida", sublinhou Carl Dieffenbach, que supervisionou este estudo realizado sobretudo por investigadores que trabalham na Universidade do Texas.

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