quarta-feira, abril 05, 2006

Órfãos da Sida na CPLP vão aumentar 25 por cento até 2010

Lusa 01.04.06

O número de crianças órfãs de Sida na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) poderá aumentar em 25 por cento nos próximos quatro anos, advertiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

O director regional UNICEF para a região austral e oriental de África, Per Engebak, referiu sexta-feira que 2,5 milhões de crianças carecem de recursos financeiros para frequentar a escola em consequência da morte de seus pais, vítimas da Sida.

"O pior está para vir, por isso, precisamos de reavaliar o papel da UNICEF para ver qual a resposta a obter", disse em Maputo, no encerramento de uma conferência de representantes dos parlamentos da CPLP que debateu a questão do HIV/Sida e da criança órfã vítima da doença.
A iniciativa inseriu-se numa série de campanhas levadas a cabo pelo UNICEF em coordenação com a Associação dos Parlamentares Europeus para África (AWEPA) e Assembleia da República de Moçambique, lançada em 2004.

Na sequência disso, Per Engebak solicitou à comunidade internacional "o cumprimento das suas promessas" para suprir as necessidades dos órfãos, sobretudo de países africanos. Os países ricos devem "garantir que as promessas que fizeram no ano passado (na cimeira dos oito Nações mais ricas em Geneagle, na Escócia) sejam cumpridas", sublinhou, apelando, também, à solidariedade internacional para a materialização deste desejo.

O arcebispo anglicano da África do Sul, Desmund Tutu, convidado da conferência, defendeu a necessidade de as Nações africanas "unirem esforços para vencer a Sida". "A África do Sul conseguiu combater o regime do `apartheid` graças ao apoio dos países africanos, por isso, juntos podemos vencer a Sida", assinalou.

O encontro de representantes parlamentares da CPLP, que se debruçou ainda sobre a possibilidade de financiamento de projectos para mitigar a situação de crianças órfãs na CPLP, definiu, entre outros, como prioridade a aprovação de leis que protegem os órfãos. Segundo o presidente da Assembleia da República de Moçambique, Eduardo Mulembwé, aqueles parlamentares sugeriram "a avaliação das acções dos governos no combate à Sida" e "a promoção de diálogo permanente sobre a educação para todos órfãos da doença".

O Presidente da Associação dos Parlamentares Europeus para África (AWEPA), Nico Scholten, assegurou, no entanto, que a sua instituição vai interceder junto dos parlamentos europeus para uma maior prestação de apoios nesse sentido.

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