sexta-feira, dezembro 03, 2004
Mãe infectada é cada vez menos motivo para aborto
ai as comissões de ética...
Notícia Público 1.12.04
A transmissão do HIV de mãe para filho está a diminuir em Portugal. Por isso, a infecção tem tendência a ser cada vez menos aceite como motivo para a interrupção terapêutica da gravidez, refere Alexandra Zagalo, assistente hospitalar do serviço de doenças infecciosas do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Com a diminuição do número de gravidezes não vigiadas - em que a probabilidade de transmissão do HIV para o bebé ronda os 15 por cento (semelhante aos níveis da Europa ocidental) -, desce também a probabilidade da transmissão, que está, em Portugal, nos casos vigiados, em cerca de cinco por cento dos nascimentos das grávidas infectadas, refere o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da Sida, Lino Rosado. O Plano Nacional de Luta contra a Sida tem como meta "reduzir o índice de transmissão vertical para valores iguais ou inferiores a dois por cento".
"Atendendo aos bons resultados na prevenção da transmissão vertical [mãe-filho], começam a pôr-se entraves à interrupção terapêutica da gravidez por HIV", constata Alexandra Zagalo. A interrupção terapêutica da gravidez tem de ser proposta por dois médicos que sigam a doente e ir à comissão de ética. "A situação vem sendo cada vez mais difícil de aceitar", reitera a médica.
É também devido aos bons resultados na prevenção da transmissão que diz estar a crescer em proporção o número de grávidas que, sendo portadoras da infecção HIV, decide arriscar engravidar depois do diagnóstico da infecção.
Ou seja, está a aumentar o número de mulheres que sabendo estar infectadas "querem ter filhos", porque "há melhores expectativas de não acontecer nada ao filho", defende Alexandra Zagalo. Ao invés, "o diagnóstico da infecção já durante a gestação não é tão dominante".
Nestes dois cenários estão excluídas as crianças que acabam por ser afectadas pela doença quando as mulheres não são seguidas durante a gravidez e no parto. Trata-se sobretudo de grupos marginalizados, com pouco acesso a cuidados da saúde, como os toxicodependentes e os migrantes ilegais, enuncia a médica.
"A prevenção da transmissão na criança é um caso de sucesso em Portugal, não depende de grandes campanhas, tudo se passa ao nível médico", sublinha o pediatra Lino Rosado. O teste de HIV passou a ser uma das rotinas da gravidez e está generalizado, acrescenta ainda.
Notícia Público 1.12.04
A transmissão do HIV de mãe para filho está a diminuir em Portugal. Por isso, a infecção tem tendência a ser cada vez menos aceite como motivo para a interrupção terapêutica da gravidez, refere Alexandra Zagalo, assistente hospitalar do serviço de doenças infecciosas do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Com a diminuição do número de gravidezes não vigiadas - em que a probabilidade de transmissão do HIV para o bebé ronda os 15 por cento (semelhante aos níveis da Europa ocidental) -, desce também a probabilidade da transmissão, que está, em Portugal, nos casos vigiados, em cerca de cinco por cento dos nascimentos das grávidas infectadas, refere o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da Sida, Lino Rosado. O Plano Nacional de Luta contra a Sida tem como meta "reduzir o índice de transmissão vertical para valores iguais ou inferiores a dois por cento".
"Atendendo aos bons resultados na prevenção da transmissão vertical [mãe-filho], começam a pôr-se entraves à interrupção terapêutica da gravidez por HIV", constata Alexandra Zagalo. A interrupção terapêutica da gravidez tem de ser proposta por dois médicos que sigam a doente e ir à comissão de ética. "A situação vem sendo cada vez mais difícil de aceitar", reitera a médica.
É também devido aos bons resultados na prevenção da transmissão que diz estar a crescer em proporção o número de grávidas que, sendo portadoras da infecção HIV, decide arriscar engravidar depois do diagnóstico da infecção.
Ou seja, está a aumentar o número de mulheres que sabendo estar infectadas "querem ter filhos", porque "há melhores expectativas de não acontecer nada ao filho", defende Alexandra Zagalo. Ao invés, "o diagnóstico da infecção já durante a gestação não é tão dominante".
Nestes dois cenários estão excluídas as crianças que acabam por ser afectadas pela doença quando as mulheres não são seguidas durante a gravidez e no parto. Trata-se sobretudo de grupos marginalizados, com pouco acesso a cuidados da saúde, como os toxicodependentes e os migrantes ilegais, enuncia a médica.
"A prevenção da transmissão na criança é um caso de sucesso em Portugal, não depende de grandes campanhas, tudo se passa ao nível médico", sublinha o pediatra Lino Rosado. O teste de HIV passou a ser uma das rotinas da gravidez e está generalizado, acrescenta ainda.