terça-feira, novembro 30, 2004

Igreja reforça aposta nos cuidados terminais e dos doentes com Sida

E antes de chegarmos à terapêutica e aos cuidados terminais, que tal falarmos em preservativos, senhor padre?

Agência Lusa 29.11.04

A instituições da Igreja Católica vão reforçar a aposta nos cuidados terminais e no apoio dos doentes com Sida, adaptando os antigos hospitais das Misericórdias, anunciou hoje o coordenador nacional da Pastoral da Saúde.

Na véspera de mais um encontro da Pastoral da Saúde, que vai decorrer em Fátima, o padre Vítor Feytor Pinto revelou que os organismos da Igreja Católica, em particular as Misericórdias, "têm indicações para se especializarem nestes campos mais delicados", até porque existem "edifícios que podem ser adaptados a estas novas funções".

Depois da construção de vários centros de saúde e hospitais estatais, as Misericórdias ficaram com equipamentos de saúde devolutos que podem ser transformados em unidades de cuidados paliativos terminais ou apoio a doentes com Sida.

"Algumas paróquias têm já esta preocupação, numa perspectiva de envolvimento na política do Estado para a saúde", considerou Feytor Pinto, mostrando-se optimista no relacionamento da Igreja com a tutela.

Para o coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, as duas partes criaram uma "relação muito interessante", como confirmam os novos diplomas do Ministério da Saúde que contemplam o apoio religioso e espiritual como uma "acção terapêutica" junto dos utentes.
"Parece-nos que está a haver uma nova sensibilidade ética no sector", considerou, apelando à "qualificação dos técnicos cristãos do Serviço Nacional de Saúde" para que "não ignorem o seu papel enquanto agentes também da Igreja".

O padre Feytor Pinto mostrou-se também preocupado com o número de portugueses infectados com doenças contraídas nos hospitais, apelando aos médicos, enfermeiros e utentes para que "denunciem esses problemas" para que se encontre "uma solução urgente".

Até 3 de Dezembro, centenas de enfermeiros, médicos e técnicos de saúde vão reunir-se em Fátima para abordar o novo Plano Nacional de Saúde e a relação com o trabalho pastoral da Igreja.

"O plano será a estratégia para o sector até 2010 e pareceu-nos importante conhecer os seus objectivos para perceber como é que a pastoral da saúde se irá articular", justificou Feytor Pinto.
Na sua opinião, a estratégia para o sector deve "centrar as suas prioridades na assistência no cidadão", reorientando o Serviço Nacional de Saúde para "melhorar o diagnóstico e a terapêutica" dos utentes.

Para a abertura está prevista a apresentação do Plano Nacional de Saúde e uma intervenção do presidente do Conselho Pontifício da Saúde, Cardeal Lozano Barragán, e do ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira.

Ao longo dos quatro dias de trabalhos os participantes vão ser convidados a debater questões como as "expectativas e responsabilidades dos cidadãos", o "acesso à informação sobre problemas de saúde", a relação com a educação, a assistência continuada e a humanização na prestação de cuidados.

Comments:
Que interessante este artigo! Que será que a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde pensa das estratégias de prevenção que recorrem ao uso do preservativo? É que fala-se de acesso à informação sobre problemas de saúde e entretanto fiquei confuso.

Drocas
http://renaseveados.weblog.com.pt/
 
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