sexta-feira, dezembro 03, 2004
"A Chave da Luta Contra a Doença Está na Mulher"
Entrevista Público 1.12.04
Fausto Amaro diz que o número de infecções na população com mais de 50 anos vai continuar a aumentar.
Tem havido um crescimento de infecções com o HIV entre as pessoas mais velhas...
Sim, neste momento, há pessoas em tratamento nos hospitais com quase 80 anos. A incidência da sida na população com mais de 50 anos tem aumentado, sobretudo nas mulheres, que aqui representam 27 por cento dos casos de infecção, face aos 17 por cento na população em geral. A actividade sexual é a única função que não termina com a idade. Por isso este número vai continuar a crescer...
O aumento do número de mulheres infectadas é preocupante. O preservativo feminino poderia fazer a diferença?
O preservativo feminino não é a panaceia. O preservativo masculino é usado pelo homem, mas a mulher devia exigi-lo. A chave da luta contra a sida está na mulher. Se a mulher recusar uma relação sexual com um homem, ele pode não gostar, mas esse comportamento é socialmente bem aceite.
Podemos usar este aspecto cultural a nosso favor. Se a mulher tomar consciência do seu poder, pode obrigar o homem a mudar a atitude. A mulher tem vivido sob o domínio do homem, mas tem de se defender.
Há ainda muita resistência ao uso do preservativo?
Há uma série de mitos em relação ao preservativo: que não protege contra a sida, que retira o prazer, que é difícil de usar. A desmistificação do preservativo tem de ser feita no contexto e não de forma mecânica e desgarrada. Isto é, tem de fazer parte da educação das pessoas.
Fausto Amaro diz que o número de infecções na população com mais de 50 anos vai continuar a aumentar.
Tem havido um crescimento de infecções com o HIV entre as pessoas mais velhas...
Sim, neste momento, há pessoas em tratamento nos hospitais com quase 80 anos. A incidência da sida na população com mais de 50 anos tem aumentado, sobretudo nas mulheres, que aqui representam 27 por cento dos casos de infecção, face aos 17 por cento na população em geral. A actividade sexual é a única função que não termina com a idade. Por isso este número vai continuar a crescer...
O aumento do número de mulheres infectadas é preocupante. O preservativo feminino poderia fazer a diferença?
O preservativo feminino não é a panaceia. O preservativo masculino é usado pelo homem, mas a mulher devia exigi-lo. A chave da luta contra a sida está na mulher. Se a mulher recusar uma relação sexual com um homem, ele pode não gostar, mas esse comportamento é socialmente bem aceite.
Podemos usar este aspecto cultural a nosso favor. Se a mulher tomar consciência do seu poder, pode obrigar o homem a mudar a atitude. A mulher tem vivido sob o domínio do homem, mas tem de se defender.
Há ainda muita resistência ao uso do preservativo?
Há uma série de mitos em relação ao preservativo: que não protege contra a sida, que retira o prazer, que é difícil de usar. A desmistificação do preservativo tem de ser feita no contexto e não de forma mecânica e desgarrada. Isto é, tem de fazer parte da educação das pessoas.