sexta-feira, agosto 04, 2006
Parceiros da Saúde dividem-se sobre medicamentos
DN 03.08.06
Há uma divisão sobre a bondade da suspensão da compra de novos fármacos.
A maioria das reacções à notícia de ontem do Diário Económico, que dava conta da suspensão na compra de medicamentos novos por parte dos maiores hospitais portugueses, foi positiva para o ministro da Saúde. Do bastonário da ordem dos farmacêuticos ao presidente dos administradores hospitalares, passando pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde, todos concordaram na necessidade de imprimir maior rigor na entrada de medicamentos nos hospitais.
Quem mostra uma posição mais reservada é João Gomes Esteves. O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica considera, em declarações ao DE, que “é preciso criar uma metodologia única que retire a arbitrariedade que os hospitais têm na compra de medicamentos”. Sobre a crítica de descontrolo na aquisição de medicamentos inovadores, Gomes Esteves é peremptório: “Custa-me a crer, porque isso quereria dizer que as comissões que compram os medicamentos olham para os processos de forma leviana”.
O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos mostrou-se favorável à racionalização da compras hospitalares, considerando que “as recorrentes contabilidades de mercearia com que alguns vêem os medicamentos têm conduzido à situação em que estamos, no qual o mais barato afinal vem a custar mais e nem sempre o mais caro é o melhor”. Daí que Aranda da Silva sustente que “a arbitrariedade actual na introdução de medicamentos tem de acabar”.
Para o presidente da associação dos administradores hospitalares, a medida é positiva porque acaba com a “falta de rigor que tem existido”. Manuel Delgado considera que a suspensão de novos medicamentos nos hospitais, embora com excepções, é “uma atitude muito mais coerente com a necessidade de racionalizar”.
Reagindo também em declarações à TSF, o coordenador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde sublinha que a medida é positiva porque visa introduzir um maior controlo na admissão de medicamentos novos nos hospitais. “Vai no sentido daquilo que o Observatório tem defendido, que é um maior rigor, uma maior responsabilização das administrações, das direcções clínicas, das associações de farmácias e dos próprios profissionais em relação à prescrição e a tudo o resto», disse Pedro Ferreira.
A medida
- O Diário Económico de ontem noticiava que os maiores hospitais públicos portugueses estavam a travar a compra de medicamentos novos para cumprir o Orçamento de 2006.
- No Hospital de São João, a suspensão foi proposta pela direcção clínica [!!!] e aceite pelo conselho de administração, que aprova caso a caso cada novo medicamento.
- Os presidentes dos outros três hospitais citados – Santa Maria, São João, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental e Hospitais Universitários de Coimbra – convergiam na necessidade de conter a despesa e garantiam que o acesso dos doentes aos medicamentos não estava em causa [mentira].
Há uma divisão sobre a bondade da suspensão da compra de novos fármacos.
A maioria das reacções à notícia de ontem do Diário Económico, que dava conta da suspensão na compra de medicamentos novos por parte dos maiores hospitais portugueses, foi positiva para o ministro da Saúde. Do bastonário da ordem dos farmacêuticos ao presidente dos administradores hospitalares, passando pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde, todos concordaram na necessidade de imprimir maior rigor na entrada de medicamentos nos hospitais.
Quem mostra uma posição mais reservada é João Gomes Esteves. O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica considera, em declarações ao DE, que “é preciso criar uma metodologia única que retire a arbitrariedade que os hospitais têm na compra de medicamentos”. Sobre a crítica de descontrolo na aquisição de medicamentos inovadores, Gomes Esteves é peremptório: “Custa-me a crer, porque isso quereria dizer que as comissões que compram os medicamentos olham para os processos de forma leviana”.
O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos mostrou-se favorável à racionalização da compras hospitalares, considerando que “as recorrentes contabilidades de mercearia com que alguns vêem os medicamentos têm conduzido à situação em que estamos, no qual o mais barato afinal vem a custar mais e nem sempre o mais caro é o melhor”. Daí que Aranda da Silva sustente que “a arbitrariedade actual na introdução de medicamentos tem de acabar”.
Para o presidente da associação dos administradores hospitalares, a medida é positiva porque acaba com a “falta de rigor que tem existido”. Manuel Delgado considera que a suspensão de novos medicamentos nos hospitais, embora com excepções, é “uma atitude muito mais coerente com a necessidade de racionalizar”.
Reagindo também em declarações à TSF, o coordenador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde sublinha que a medida é positiva porque visa introduzir um maior controlo na admissão de medicamentos novos nos hospitais. “Vai no sentido daquilo que o Observatório tem defendido, que é um maior rigor, uma maior responsabilização das administrações, das direcções clínicas, das associações de farmácias e dos próprios profissionais em relação à prescrição e a tudo o resto», disse Pedro Ferreira.
A medida
- O Diário Económico de ontem noticiava que os maiores hospitais públicos portugueses estavam a travar a compra de medicamentos novos para cumprir o Orçamento de 2006.
- No Hospital de São João, a suspensão foi proposta pela direcção clínica [!!!] e aceite pelo conselho de administração, que aprova caso a caso cada novo medicamento.
- Os presidentes dos outros três hospitais citados – Santa Maria, São João, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental e Hospitais Universitários de Coimbra – convergiam na necessidade de conter a despesa e garantiam que o acesso dos doentes aos medicamentos não estava em causa [mentira].