quarta-feira, março 08, 2006

SIDA rastreado nos toxicodependentes

DN 22.02.06

O HIV/SIDA, que só no ano passado infectou mil pessoas, terá um novo programa de identificação precoce em Portugal. O projecto piloto foi apresentado ontem, em Gondomar, pela Coordenação Nacional para a Infecção HIV/SIDA e o Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT). O objectivo passa por melhorar a prevenção da doença entre os utilizadores de drogas.

O programa, que visa melhorar também o processo de notificação às unidades hospitalares, será testado no Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) de Gondomar até Abril, sendo depois alargado a um CAT e a uma equipa de rua de cada direcção regional do IDT. A ideia consiste na introdução de um "teste rápido" que pode ser feito no próprio centro de atendimento - ou pelas brigadas de rua - e permite identificar de imediato os infectados.

De acordo com Henrique Barros, coordenador nacional para a Infecção HIV/SIDA, citado pela Agência Lusa, uma das metas é que entre Junho e Dezembro o programa seja aplicado em todos os 53 CAT do País e a cinco estruturas de redução de riscos e minimização de danos.

Um projecto que, segundo João Goulão, presidente do IDT, deverá fazer aumentar os números relativos à incidência da doença em Portugal. Isto porque o novo programa, através do trabalho das equipas de rua, permitirá chegar até franjas da população até agora desconhecidas.Um

cenário negro
Actualmente, entre as cerca de 35 mil pessoas em tratamento nos CAT, a taxa de prevalência do HIV/SIDA ronda os 14 a 15%.

Só no ano passado foram registados 1004 novos casos da infecção no País, 683 dos quais entre 1 de Julho e 31 de Dezembro. Em 297 casos, já com a doença declarada.

No que concerne aos modos de transmissão da doença, a via heterossexual é a mais comum (54,5% dos casos), seguida pela injecção endovenosa (30,2%) e pela transmissão homo/bissexual (11,3%).

Desde 1983, ano em que foi diagnosticado o primeiro caso de infecção HIV/SIDA, já foram notificados mais de 28 mil casos - 12702 com a doença declarada. Entre estes últimos, mais de metade morreram. Lisboa, Porto e Setúbal são os distritos com maior número de casos de infecção.

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