terça-feira, março 07, 2006

Atentados aos direitos humanos minam luta contra SIDA-ONG

Lusa 01.03.06

A perseguição e a discriminação praticadas pela Polícia e por alguns responsáveis da Saúde da Ucrânia minam os esforços governamentais na luta contra a epidemia da SIDA, uma das piores na Europa, afirma a Human Rights Watch (HRW) num comunicado hoje divulgado.
"O ambicioso programa ucraniano de prevenção e de tratamento da SIDA só poderá dar frutos se o Governo acabar com as práticas abusivas que o minam", defende a associação de defesa dos direitos humanos com sede em Nova Iorque, por ocasião da publicação de um relatório sobre esta questão.

A associação cita uma lei que, ao criminalizar a posse de pequenas quantidades de droga, torna os toxicodependentes vulneráveis face à Polícia e afasta-os dos programas de trocas de seringas que poderiam evitar a sua contaminação.

A discriminação por vezes exercida por alguns elementos do pessoal da Saúde sobre pessoas infectadas com o vírus da SIDA - e que pode ir até à recusa de tratamentos - também não é de molde a motivá- los a procurar tratamento, assinala a HRW.

Segundo esta, o pessoal dos centros de Saúde recusa com frequência tratar os seropositivos e não respeita sequer o sigilo médico ao revelar informações confidenciais sobre o seu estatuto serológico, expondo-os assim ainda mais às discriminações.
Por estas razões, observa, "muitas pessoas não vão fazer testes, por recearem que a sua seropositividade possa ser exposta à luz do dia".

O comunicado acrescenta que também a atitude dos centros de desintoxicação que registam os nomes dos seus pacientes e fornecem sobre eles informações à Polícia "dissuade muitos toxicómanos de irem tratar-se ou desintoxicar-se".

"Enquanto o governo ucraniano não abordar esta questão das discriminações crónicas de que são alvo as pessoas mais vulneráveis a contrair o vírus, não haverá esperança de jugular a epidemia", escreve a associação.

A HRW reconhece que, por muito que os esforços da Ucrânia tenham sido exemplares, correm o risco de ficar sem efeito devido aos muitos atentados aos direitos humanos.
Segundo um recente estudo publicado pelas Nações Unidas, a Ucrânia é o país da Europa mais atingido pelo vírus da SIDA, com cerca de 1,4 por cento da sua população adulta infectada.

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