segunda-feira, março 13, 2006

Estigmatização dos toxicodependentes na Ucrânia impede acesso à prevenção e tratamento do VIH/sida

Não é preciso ir até à Ucrânia para encontrar tais discriminações...

CNSIDA 10.03.06

As ambições do programa do governo ucraniano no que respeita ao combate da infecção VIH/sida não está a ser bem sucedido, devido à forte estigmatização existente na sociedade em relação à população que se encontra em contextos mais vulneráveis, nomeadamente os utilizadores de drogas injectáveis.

De acordo com um relatório da Human Rights Watch existe violência e mesmo tortura por parte das forças de segurança em relação aos toxicodependentes, atendendo a que o consumo de drogas naquele país é considerado crime.

O mesmo relatório denuncia ainda que a polícia impede que os utilizadores de drogas tenham acesso aos serviços de saúde e de prevenção do VIH, como a troca de seringas, apoderando-se inclusivamente das mesmas.

Também os prestadores de serviços de saúde são muitas vezes discriminatórios, com a recusa de atendimento a toxicodependentes, afastando-os dos serviços e não os considerando aptos para aderirem a tratamentos anti-retrovíricos, quando seropositivos.

Na Ucrânia, a terapia de substituição por metadona é feita a uma pequena escala e os medicamentos anti-retrovíricos, para o tratamento do VIH/sida, só está disponível a uma pequena percentagem da população.

O mesmo relatório incentiva o governo ucraniano a aplicar medidas que diminuam a estigmatização e violência nas pessoas mais expostas ao risco de contrairem VIH/sida. No entanto, a Human Rights Watch alerta para a falta de infra-estruturas de saúde que respondam às necessidades de prevenção e tratamento e para a falta de investimento e financiamento a esta área.

Rhetoric and Risk

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