sexta-feira, março 17, 2006

Empresa chinesa oferece a Moçambique novo medicamento contra a malária

A cloroquina está a ser estudada como anti-retroviral.

Lusa 16.03.06

Uma empresa farmacêutica chinesa forneceu ao Governo moçambicano 30 mil unidades de um novo tipo de anti-malárico, produzido com base numa planta de onde se extrai a artimisinina, considerada eficaz no combate à malária.

Em Moçambique, a malária é, em conjunto com a tuberculose e o HIV/SIDA, a principal causa de morte, sendo ainda responsável por 60 por cento de internamentos nas unidades hospitalares do país.

O representante da empresa chinesa, Victor Fung, que entregou o donativo ao ministro da Saúde de Moçambique, Ivo Garrido, assegurou para breve a comercialização daquele medicamento no mercado moçambicano e africano. "É nossa intenção, num futuro próximo e de acordo com a evolução do conhecimento do produto, vir a contar com a contribuição local na produção e distribuição desse medicamento para os restantes países do continente africano, a região do mundo mais afectada pela malária", disse.

A próxima introdução da nova terapia contra a malária será complementada com a efectivação de ensaios clínicos que se deduz poderem mostrar que os resultados a alcançar serão semelhantes aos dos países que optaram por introduzir aquele fármaco.

No ano passado, as autoridades sanitárias de Moçambique reintroduziram o DDT, banido na década de 80 por ser considerado prejudicial ao meio ambiente, mas o seu uso está a ser rejeitado, em alguns casos, pela população. Populações de algumas regiões de Moçambique estão a interditar a entrada dos agentes envolvidos na campanha de pulverização nos bairros suburbanos alegadamente por o produto estar a provocar irritações cutâneas.

As autoridades sanitárias justificaram a atitude com o facto destas populações não estarem a seguir estritamente as recomendações fornecidas pelos agentes, situação que acreditam contribuir para a irritabilidade da pele.

Além daqueles medicamentos, algumas unidades sanitárias de Moçambique continua a administrar a cloroquina, apesar da comprovação da resistência do mosquito ao fármaco.

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