sexta-feira, janeiro 20, 2006
Empresários portugueses e sida
CM 19.01.06
A maioria dos empresários portugueses não está preocupada com o impacto do vírus da sida nos negócios nos próximos anos, apesar do ritmo de crescimento da doença. De acordo com os resultados de uma sondagem feita em 117 países, apenas 29 por cento dos inquiridos nacionais teme problemas, contra 71 por cento dos que estão crentes de que as empresas não vão ser afectadas.
No entanto, nem todo o mundo empresarial pensa da mesma forma. Segundo o inquérito realizado pelo World Economic Forum (WEF), 46 por cento dos cerca de onze mil directores de empresas contactados temem que a doença possa vir a ter um reflexo negativo nas suas operações futuras. Um aumento de nove pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Apesar da preocupação, o relatório conclui que poucas são as empresas que fizeram uma análise dos riscos (9 por cento) e reforça a necessidade de uma alteração na política das empresas quando em causa está o HIV. Para isso, aponta a necessidade de minimizar o estigma e a discriminação, melhorar a assistência aos empregados doentes e apostar na prevenção.
“Para conseguir reunir com sucesso esforços contra a pandemia de HIV/sida, as empresas precisam de desenvolver programas de trabalho nesta área”, explicou Francesca Boldrini, directora da Global Health Initiative do WEF.
Entre nós, e de acordo com o mesmo relatório, 76 por cento das empresas inquiridas não tem uma política nesta área. Algo que não surpreende Francisco Porto Ribeiro, da Associação Abraço. “Em Portugal, aposta-se na técnica da avestruz, no esconder a cabeça.” Por isso, as respostas das empresas aos contactos feitos pela Abraço para acções de prevenção têm sido, na grande maioria, negativas. “Dizem que é uma perda de tempo, que não conhecem casos, o que revela uma falta de interesse e pouca clareza.”
RECEIOS COMEÇAM A CHEGAR CÁ
“Há motivos de preocupação de uma forma geral”, refere Caldeira Santos, coordenador do programa Solidariedade da Associação Industrial Portuguesa (AIP). Apesar de não ter, até ao momento, uma política destinada exclusivamente à prevenção da sida, em 2000 a AIP lançou um programa de apoio [!!!] aos trabalhadores que inclui a realização de testes de despistagem de consumo de álcool e drogas.
“A ideia não é castigar o trabalhador, mas procurar recuperá-lo”, confirma. Um programa que contempla ainda sessões de esclarecimento e seminários, nos quais o tema sida é também abordado. Um trabalho que, segundo Caldeira Santos, só existe se a direcção das empresas estiver desperta para o problema.
COMPORTAMENTO DOS PORTUGUESES
Há três comportamentos que associados evitam o contágio de doenças sexualmente transmissíveis. São eles: informação; motivação para prevenção; e saber fazê-lo. Conclusões de um estudo dirigido por Américo Baptista e que é hoje apresentado no IV Simpósio da Universidade sobre educação sexual, até sábado. O relatório faz parte de um projecto internacional onde o conhecimento e os comportamentos das pessoas, face a este problema, são analisados.
Em Portugal, nos homens, ter ou não ter conhecimento não está relacionado com as práticas de risco. Nas mulheres, quem tem mais informação também é quem mais está associado a actos de risco. Isto implica que os homens contaminam mais que as mulheres.
A maioria dos empresários portugueses não está preocupada com o impacto do vírus da sida nos negócios nos próximos anos, apesar do ritmo de crescimento da doença. De acordo com os resultados de uma sondagem feita em 117 países, apenas 29 por cento dos inquiridos nacionais teme problemas, contra 71 por cento dos que estão crentes de que as empresas não vão ser afectadas.
No entanto, nem todo o mundo empresarial pensa da mesma forma. Segundo o inquérito realizado pelo World Economic Forum (WEF), 46 por cento dos cerca de onze mil directores de empresas contactados temem que a doença possa vir a ter um reflexo negativo nas suas operações futuras. Um aumento de nove pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Apesar da preocupação, o relatório conclui que poucas são as empresas que fizeram uma análise dos riscos (9 por cento) e reforça a necessidade de uma alteração na política das empresas quando em causa está o HIV. Para isso, aponta a necessidade de minimizar o estigma e a discriminação, melhorar a assistência aos empregados doentes e apostar na prevenção.
“Para conseguir reunir com sucesso esforços contra a pandemia de HIV/sida, as empresas precisam de desenvolver programas de trabalho nesta área”, explicou Francesca Boldrini, directora da Global Health Initiative do WEF.
Entre nós, e de acordo com o mesmo relatório, 76 por cento das empresas inquiridas não tem uma política nesta área. Algo que não surpreende Francisco Porto Ribeiro, da Associação Abraço. “Em Portugal, aposta-se na técnica da avestruz, no esconder a cabeça.” Por isso, as respostas das empresas aos contactos feitos pela Abraço para acções de prevenção têm sido, na grande maioria, negativas. “Dizem que é uma perda de tempo, que não conhecem casos, o que revela uma falta de interesse e pouca clareza.”
RECEIOS COMEÇAM A CHEGAR CÁ
“Há motivos de preocupação de uma forma geral”, refere Caldeira Santos, coordenador do programa Solidariedade da Associação Industrial Portuguesa (AIP). Apesar de não ter, até ao momento, uma política destinada exclusivamente à prevenção da sida, em 2000 a AIP lançou um programa de apoio [!!!] aos trabalhadores que inclui a realização de testes de despistagem de consumo de álcool e drogas.
“A ideia não é castigar o trabalhador, mas procurar recuperá-lo”, confirma. Um programa que contempla ainda sessões de esclarecimento e seminários, nos quais o tema sida é também abordado. Um trabalho que, segundo Caldeira Santos, só existe se a direcção das empresas estiver desperta para o problema.
COMPORTAMENTO DOS PORTUGUESES
Há três comportamentos que associados evitam o contágio de doenças sexualmente transmissíveis. São eles: informação; motivação para prevenção; e saber fazê-lo. Conclusões de um estudo dirigido por Américo Baptista e que é hoje apresentado no IV Simpósio da Universidade sobre educação sexual, até sábado. O relatório faz parte de um projecto internacional onde o conhecimento e os comportamentos das pessoas, face a este problema, são analisados.
Em Portugal, nos homens, ter ou não ter conhecimento não está relacionado com as práticas de risco. Nas mulheres, quem tem mais informação também é quem mais está associado a actos de risco. Isto implica que os homens contaminam mais que as mulheres.