quarta-feira, janeiro 11, 2006
Soares sobre SIDA
Na ausência de respostas dos outros candidatos às perguntas lançadas pelo GAT, aqui vai o pensamento de Mário Soares. Se tiverem conhecimento que os outros candidatos também pensam sobre o assunto agradecíamos que nos enviassem.
"Pensamento de Mário Soares sobre:
A atenção à infecção pelo VIH/sida
Extractos da intervenção de Mário Soares na Mesa Redonda “Direitos Humanos, SIDA e Responsabilidade Política” do II SEMINARIO SAUDE E DESENVOLVIMENTO realizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical nos dias 8, 9 e 10 de Maio de 2002.
REALIZAÇÕES no âmbito da resposta ao VIH/sida
“Como o Professor Jorge Torgal referiu, tive a ocasião de vos receber, enquanto Presidente da República, junto com o Dr. Michael Merson, então Director do Programa Mundial sobre SIDA e a Professora Odete Ferreira, quando dirigia a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA.”
“Fiz uma intervenção pública, dizem que a primeira de um Chefe de Estado europeu, em 1994, através da televisão, quando me pediram para dirigir uma mensagem no dia 1 de Dezembro a chamar a atenção dos portugueses para a SIDA”
“ Produzi um texto sobre a problemática da SIDA para o catálogo de uma exposição organizada pela associação Abraço, onde colocava algumas questões que creio serem ainda hoje pertinentes, caracterizando a problemática que esta pandemia nos coloca e que exige a atenção e a responsabilidade política dos Estados.”
“Já fora das minhas responsabilidades como Presidente da República, na condição de Deputado do Parlamento Europeu, comecei a preparar, com o apoio do Dr. Peter Piot, Director Executivo da ONUSIDA, uma sessão Especial sobre o VIH/sida no Parlamento Europeu que espero poder concretizar - se em breve”
“Na qualidade de Presidente da Fundação Portugal - África , uma fundação voltada para o apoio aos países africanos de língua oficial portuguesa, promovi o apoio ao programa REDEsida, que reúne e dissemina informação sobre a SIDA, em língua portuguesa, e contribui para programas de prevenção com a elaboração de folhetos, manuais e outro tipo de meios de informação sobre o VIH/sida que são produzidos com a participação das pessoas ao nível da comunidade , uma metodologia que me parece exemplar nesta área”.
PENSAMENTO SOBRE A INFECÇÃO PELO VIH/sida
“ Defendo que é moralmente injusto e, portanto, inaceitável quer no plano político ou ético, que pessoas, pelo simples facto de estarem infectadas ou afectadas pela SIDA - que não é transmissível nos contactos sociais! - sejam discriminados e lesados nos seus direitos”.
“Não há dúvida que o primeiro dos Direitos Humanos, seja qual for a teoria dos Direitos Humanos, é o direito à vida. E nem que fosse só por esta razão, a prevenção, o acesso aos serviços e aos medicamentos antiretrovirais, que permitem encarar hoje a SIDA como uma doença crónica, têm que ser encarados como componentes do exercício pleno dos Direitos Humanos”.
“As pessoas que vivem com o VIH e com SIDA foram corajosas e inovadoras. Organizaram-se, conquistando a legitimidade do seu conhecimento empirico sobre a infecção, quando antes os doentes eram apenas receptores da autoridade médica. São, por estas razões, reconhecidos parceiros na definição das políticas de prevenção, tratamento e cuidados em vários países. Portugal tem, também, que incorporar a sua voz de um modo, de facto, efectivo”.
“O VIH/sida ao atingir a população mais jovem - mais produtiva e na idade reprodutiva - tornou-se um “problema de segurança nacional” com repercussões económicas, políticas e sociais muito graves que provocam desequilíbrios nos Estados e, até, em certas regiões do mundo. Aqui surge a responsabilidade dos Estados e das organizações de Estados - quer a União Europeia, no nosso caso, quer a OUA e a CPLP no caso dos países africanos - para a que é hoje a mais grave ameaça global à vida humana”.
“É indispensável que os Estados e a Comunidade Internacional realizem um trabalho consertado para garantir o acesso a informação e serviços adequados às distintas condições económicas, sociais, culturais, de género e opção sexual, de modo a favorecer atitudes e comportamentos mais seguros e responsáveis. Temos que trabalhar para manter a esperança”.
CONTEM COMIGO! VAMOS CONSEGUIR! "
"Pensamento de Mário Soares sobre:
A atenção à infecção pelo VIH/sida
Extractos da intervenção de Mário Soares na Mesa Redonda “Direitos Humanos, SIDA e Responsabilidade Política” do II SEMINARIO SAUDE E DESENVOLVIMENTO realizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical nos dias 8, 9 e 10 de Maio de 2002.
REALIZAÇÕES no âmbito da resposta ao VIH/sida
“Como o Professor Jorge Torgal referiu, tive a ocasião de vos receber, enquanto Presidente da República, junto com o Dr. Michael Merson, então Director do Programa Mundial sobre SIDA e a Professora Odete Ferreira, quando dirigia a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA.”
“Fiz uma intervenção pública, dizem que a primeira de um Chefe de Estado europeu, em 1994, através da televisão, quando me pediram para dirigir uma mensagem no dia 1 de Dezembro a chamar a atenção dos portugueses para a SIDA”
“ Produzi um texto sobre a problemática da SIDA para o catálogo de uma exposição organizada pela associação Abraço, onde colocava algumas questões que creio serem ainda hoje pertinentes, caracterizando a problemática que esta pandemia nos coloca e que exige a atenção e a responsabilidade política dos Estados.”
“Já fora das minhas responsabilidades como Presidente da República, na condição de Deputado do Parlamento Europeu, comecei a preparar, com o apoio do Dr. Peter Piot, Director Executivo da ONUSIDA, uma sessão Especial sobre o VIH/sida no Parlamento Europeu que espero poder concretizar - se em breve”
“Na qualidade de Presidente da Fundação Portugal - África , uma fundação voltada para o apoio aos países africanos de língua oficial portuguesa, promovi o apoio ao programa REDEsida, que reúne e dissemina informação sobre a SIDA, em língua portuguesa, e contribui para programas de prevenção com a elaboração de folhetos, manuais e outro tipo de meios de informação sobre o VIH/sida que são produzidos com a participação das pessoas ao nível da comunidade , uma metodologia que me parece exemplar nesta área”.
PENSAMENTO SOBRE A INFECÇÃO PELO VIH/sida
“ Defendo que é moralmente injusto e, portanto, inaceitável quer no plano político ou ético, que pessoas, pelo simples facto de estarem infectadas ou afectadas pela SIDA - que não é transmissível nos contactos sociais! - sejam discriminados e lesados nos seus direitos”.
“Não há dúvida que o primeiro dos Direitos Humanos, seja qual for a teoria dos Direitos Humanos, é o direito à vida. E nem que fosse só por esta razão, a prevenção, o acesso aos serviços e aos medicamentos antiretrovirais, que permitem encarar hoje a SIDA como uma doença crónica, têm que ser encarados como componentes do exercício pleno dos Direitos Humanos”.
“As pessoas que vivem com o VIH e com SIDA foram corajosas e inovadoras. Organizaram-se, conquistando a legitimidade do seu conhecimento empirico sobre a infecção, quando antes os doentes eram apenas receptores da autoridade médica. São, por estas razões, reconhecidos parceiros na definição das políticas de prevenção, tratamento e cuidados em vários países. Portugal tem, também, que incorporar a sua voz de um modo, de facto, efectivo”.
“O VIH/sida ao atingir a população mais jovem - mais produtiva e na idade reprodutiva - tornou-se um “problema de segurança nacional” com repercussões económicas, políticas e sociais muito graves que provocam desequilíbrios nos Estados e, até, em certas regiões do mundo. Aqui surge a responsabilidade dos Estados e das organizações de Estados - quer a União Europeia, no nosso caso, quer a OUA e a CPLP no caso dos países africanos - para a que é hoje a mais grave ameaça global à vida humana”.
“É indispensável que os Estados e a Comunidade Internacional realizem um trabalho consertado para garantir o acesso a informação e serviços adequados às distintas condições económicas, sociais, culturais, de género e opção sexual, de modo a favorecer atitudes e comportamentos mais seguros e responsáveis. Temos que trabalhar para manter a esperança”.
CONTEM COMIGO! VAMOS CONSEGUIR! "