segunda-feira, outubro 03, 2005

Jorge Sampaio pede presença permanente da sida na agenda política

Lusa 03.10.05

O Presidente da República apelou hoje à presença "em permanência" da Sida nas agendas políticas, considerando que a "terrível contabilidade" da epidemia não pode ser ignorada.

Jorge Sampaio, que condecorou hoje, em Lisboa, o director da agência das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA), Peter Piot, com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, lembrou que a infecção pelo VIH/Sida mata cerca de três milhões de pessoas por ano e que "não é possível viver à margem desta situação, quando grandes catástrofes mobilizam as multidões".
A "importância política" da Sida foi destacada pelo Presidente da República como um dos instrumentos-chave no combate à expanção da doença, na medida em que permite torná-la uma prioridade.

Embora comecem a surgir "alguns bons resultados", Jorge Sampaio frisou que esta "é uma batalha que tem de continuar", tendo salientado a acção desenvolvida pela ONUSIDA e por Peter Piot, que dirige a agência desde a sua criação com "determinação, sem desfalecimento", para alguns dos sinais positivos que começam a surgir na prevenção e tratamento da infecção. Também presente na cerimónia esteve o ministro da Saúde que, ao ser confrontado pelos jornalistas com as estimativas apresentadas hoje pelo director da ONUSIDA, justificou-as com o facto de as acções desenvolvidas em Portugal se terem "concentrado demais no medicamento", enquanto "houve um certo relaxamento na prevenção".

O director da ONUSIDA afirmou hoje que Portugal é um país "muito vulnerável ao aumento de novas infecções", o que vem contrariar o discurso veiculado pelas autoridades de saúde, que apontavam para uma tendência de estabilização no número de novas infecções pelo VIH/Sida. Segundo os últimos dados das autoridades de saúde portuguesas, foram notificados cerca de 27 mil casos da infecção em Portugal, desde 1986 e até Junho deste ano.

A prevenção é assim um aspecto do combate à doença a que o ministro da Saúde, António Correia de Campos, afirmou pretender dar prioridade, tendo o governante sublinhado que a escolha do epidemiologista Henrique Barros para a coordenação da luta contra a Sida em Portugal é "uma garantia" de que a doença está "em lugar alto" na agenda política nacional.

António Correia de Campos afastou ainda a hipótese de que a sua intenção de reduzir para metade o ritmo de crescimento da despesa hospitalar possa prejudicar os doentes com Sida - cuja medicação é fornecida gratuitamente pelas farmácias dos hospitais -, afirmando que o desaceleramento no aumento dos gastos vai permitir que exista financiamento para medicamentos inovadores.

Comments:
Prevenir, prevenir, prevenir...há quantos anos se sabe que se tem de começar por prevenir para depois não ter que se remediar com os caríssimos retrovirais, e seus efeitos colaterais nefastos para a nossa saúde fisica/mental.
Mas Portugal/politicos e mais 99,9% dos cidadãos, só se quer lembrar das pontes, do aeroporto, das auto estradas, do betão, e agora na moda em Lisboa os condomínios de luxo, da ganância do poder/dinheiro etc...o resto que se lixe/lixo.
Ou fazemos nós seropositivos um "movimento cívico PREVENIR SIDA/HIV" ou vamos ser muitos mais todos os dias nas consultas dos hospitais públicos, e, sinseramente, a nova geração de infectados mete dó...a meia e a 3ª idade.
 
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