sexta-feira, setembro 23, 2005
Laboratórios acabam com viagens para médicos
bye bye Dubai...
DN 23.09.05
Os laboratórios vão acabar com as viagens dos médicos portugueses ao estrangeiro, para participar em congressos. Esta é uma das alterações impostas pelo novo código deontológico da indústria farmacêutica, que ontem começou a ser discutido e que deve ser aprovado em breve. O documento, a que o DN teve acesso, vem tornar mais rígidas as regras para a realização de eventos patrocinados pelos laboratórios os congressos passam a poder realizar-se só em Portugal, salvo raras excepções. Para os profissionais da indústria, o cerco também aperta: os delegados de informação médica (DIM) serão obrigados a conhecer o código e as falhas deontológicas serão publicitadas na Net, com nome da empresa.
O novo código visa transpor para Portugal as regras de conduta para a promoção de medicamentos, definidas pela Federação Europeia da Indústria Farmacêutica. O documento será discutido e aprovado em assembleia geral da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).
As alterações às regras definem que "nenhuma empresa pode organizar ou patrocinar eventos que se realizem fora do seu país de origem". Ou seja, congressos destinados à classe médica portuguesa - que, segundo a Apifarma, são a grande aposta das empresas nacionais - deixam de se poder realizar no estrangeiro. As únicas excepções admitidas são para os eventos em que "a maior parte dos convidados é de fora do seu país de origem" ou em que "a localização dos recursos relevantes" justifica "realizar o evento noutro país".
Para Gomes Esteves, presidente da Apifarma, a organização de congressos era precisamente "uma das áreas mais escorregadias" das relações entre a classe médica e a indústria farmacêutica. Aliás, foi há oito anos que surgiram as primeiras denúncias relativas a alegadas viagens oferecidas pela indústria aos clínicos, a troco da prescrição de medicamentos (ver aqui)."
As pessoas costumam pôr o problema do nosso lado, mas é uma forma falaciosa de abordar a questão, porque, quer uns, quer outros, estão conscientes do que é razoável", comentou o presidente. Recorde-se que o bastonário Pedro Nunes já anunciou que a Ordem dos Médicos também deixará de dar o seu aval a congressos que se realizem no estrangeiro, mas onde a maioria dos participantes é portuguesa.
Com o novo código, lembra Gomes Esteves, os DIM "terão que ter mais cuidado". As novas regras determinam que os mais de cinco mil DIM que trabalham em Portugal sejam obrigados a conhecer o código. "Para que não haja desculpas" em caso de falhas. A comunicação à empresa de qualquer informação transmitida pelos médicos - como os efeitos secundários dos medicamentos - passa a ser obrigatória. Ao mesmo tempo, o laboratório tem que nomear um supervisor, encarregue de "assegurar o cumprimento do código".
Já o conselho deontológico da Apifarma ganha novos poderes. Até aqui, só podia pronunciar-se sobre as queixas que recebia, mas agora pode, por iniciativa própria, investigar os laboratórios. Todas as falhas e sanções, aplicadas pela direcção com base no parecer do conselho, serão publicitadas no site da Apifarma, com o nome da empresa. [pois pois]
DN 23.09.05
Os laboratórios vão acabar com as viagens dos médicos portugueses ao estrangeiro, para participar em congressos. Esta é uma das alterações impostas pelo novo código deontológico da indústria farmacêutica, que ontem começou a ser discutido e que deve ser aprovado em breve. O documento, a que o DN teve acesso, vem tornar mais rígidas as regras para a realização de eventos patrocinados pelos laboratórios os congressos passam a poder realizar-se só em Portugal, salvo raras excepções. Para os profissionais da indústria, o cerco também aperta: os delegados de informação médica (DIM) serão obrigados a conhecer o código e as falhas deontológicas serão publicitadas na Net, com nome da empresa.
O novo código visa transpor para Portugal as regras de conduta para a promoção de medicamentos, definidas pela Federação Europeia da Indústria Farmacêutica. O documento será discutido e aprovado em assembleia geral da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).
As alterações às regras definem que "nenhuma empresa pode organizar ou patrocinar eventos que se realizem fora do seu país de origem". Ou seja, congressos destinados à classe médica portuguesa - que, segundo a Apifarma, são a grande aposta das empresas nacionais - deixam de se poder realizar no estrangeiro. As únicas excepções admitidas são para os eventos em que "a maior parte dos convidados é de fora do seu país de origem" ou em que "a localização dos recursos relevantes" justifica "realizar o evento noutro país".
Para Gomes Esteves, presidente da Apifarma, a organização de congressos era precisamente "uma das áreas mais escorregadias" das relações entre a classe médica e a indústria farmacêutica. Aliás, foi há oito anos que surgiram as primeiras denúncias relativas a alegadas viagens oferecidas pela indústria aos clínicos, a troco da prescrição de medicamentos (ver aqui)."
As pessoas costumam pôr o problema do nosso lado, mas é uma forma falaciosa de abordar a questão, porque, quer uns, quer outros, estão conscientes do que é razoável", comentou o presidente. Recorde-se que o bastonário Pedro Nunes já anunciou que a Ordem dos Médicos também deixará de dar o seu aval a congressos que se realizem no estrangeiro, mas onde a maioria dos participantes é portuguesa.
Com o novo código, lembra Gomes Esteves, os DIM "terão que ter mais cuidado". As novas regras determinam que os mais de cinco mil DIM que trabalham em Portugal sejam obrigados a conhecer o código. "Para que não haja desculpas" em caso de falhas. A comunicação à empresa de qualquer informação transmitida pelos médicos - como os efeitos secundários dos medicamentos - passa a ser obrigatória. Ao mesmo tempo, o laboratório tem que nomear um supervisor, encarregue de "assegurar o cumprimento do código".
Já o conselho deontológico da Apifarma ganha novos poderes. Até aqui, só podia pronunciar-se sobre as queixas que recebia, mas agora pode, por iniciativa própria, investigar os laboratórios. Todas as falhas e sanções, aplicadas pela direcção com base no parecer do conselho, serão publicitadas no site da Apifarma, com o nome da empresa. [pois pois]