domingo, outubro 22, 2006
Médicos contra medicamentos para sida, cancro ou hepatites nas farmácias
O GAT subscreve por inteiro esta análise da Ordem dos Médicos.
Público Online 22.10.06
A Ordem dos Médicos não concorda com a ideia do Ministério da Saúde que permitirá que as farmácias forneçam os medicamentos para doenças como o cancro, sida ou hepatites, e ameaça combatê-la com denúncias nas instâncias internacionais. O bastonário Pedro Nunes diz que tal medida pode representar um risco para a saúde pública.
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, anunciou ontem no encerramento do 8º Congresso Nacional das Farmácias, em Lisboa, que a tutela está a preparar medidas que passam este serviço para farmácias interessadas.
Estas farmácias poderão passar a administrar estes medicamentos, "poderosos, agressivos, essenciais e dispendiosos", responsabilidade entregue exclusivamente aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
Correia de Campos disse que o Ministério da Saúde gostaria de iniciar o processo nas farmácias hospitalares, administrando doses fraccionadas, classificando esta como uma "medida que representa uma revolução organizativa com elevado potencial de poupança", popular e que representa economia directa para os cidadãos.
Mas a Ordem dos Médicos discorda e ameaça mesmo impor processos disciplinares aos clínicos que, no futuro, receitem medicamentos deste tipo para administração na farmácia. "Se os medicamentos para a sida não forem monitorizados nos hospitais há um enorme risco de resistência do vírus da sida - à semelhança do que acontece com a tuberculose - que pode matar todos os doentes", justifica, em declarações ao "Correio da Manhã".
O médico adianta ainda: "um parecer da comissão técnica - composto por farmacêuticos e a qual integrei, há dois anos - foi totalmente negativo" quanto a esta possibilidade.
Os riscos, segundo os Médicos, prendem-se então com a necessidade da regularidade e respeito pelos horários da toma dos medicamentos, sob pena de aumentarem as resistências dos vírus aos fármacos, mas também pelo aumento da agressividade dos vírus, que pode aumentar a facilidade de contágio.
O ministro afirmou ontem que esta medida representa para as farmácias "o regresso a um mais autêntico acto farmacêutico", mas que as prejudica financeiramente, alertando que será necessário equilibrar a segurança na distribuição e a prevenção na contrafacção.
O "Correio da Manhã" cita hoje fontes do sector que indicam que esta possibilidade é uma contrapartida negociada com os farmacêuticos para que estes tenham assinado o Compromisso com a Saúde em Maio.
Público Online 22.10.06
A Ordem dos Médicos não concorda com a ideia do Ministério da Saúde que permitirá que as farmácias forneçam os medicamentos para doenças como o cancro, sida ou hepatites, e ameaça combatê-la com denúncias nas instâncias internacionais. O bastonário Pedro Nunes diz que tal medida pode representar um risco para a saúde pública.
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, anunciou ontem no encerramento do 8º Congresso Nacional das Farmácias, em Lisboa, que a tutela está a preparar medidas que passam este serviço para farmácias interessadas.
Estas farmácias poderão passar a administrar estes medicamentos, "poderosos, agressivos, essenciais e dispendiosos", responsabilidade entregue exclusivamente aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
Correia de Campos disse que o Ministério da Saúde gostaria de iniciar o processo nas farmácias hospitalares, administrando doses fraccionadas, classificando esta como uma "medida que representa uma revolução organizativa com elevado potencial de poupança", popular e que representa economia directa para os cidadãos.
Mas a Ordem dos Médicos discorda e ameaça mesmo impor processos disciplinares aos clínicos que, no futuro, receitem medicamentos deste tipo para administração na farmácia. "Se os medicamentos para a sida não forem monitorizados nos hospitais há um enorme risco de resistência do vírus da sida - à semelhança do que acontece com a tuberculose - que pode matar todos os doentes", justifica, em declarações ao "Correio da Manhã".
O médico adianta ainda: "um parecer da comissão técnica - composto por farmacêuticos e a qual integrei, há dois anos - foi totalmente negativo" quanto a esta possibilidade.
Os riscos, segundo os Médicos, prendem-se então com a necessidade da regularidade e respeito pelos horários da toma dos medicamentos, sob pena de aumentarem as resistências dos vírus aos fármacos, mas também pelo aumento da agressividade dos vírus, que pode aumentar a facilidade de contágio.
O ministro afirmou ontem que esta medida representa para as farmácias "o regresso a um mais autêntico acto farmacêutico", mas que as prejudica financeiramente, alertando que será necessário equilibrar a segurança na distribuição e a prevenção na contrafacção.
O "Correio da Manhã" cita hoje fontes do sector que indicam que esta possibilidade é uma contrapartida negociada com os farmacêuticos para que estes tenham assinado o Compromisso com a Saúde em Maio.