terça-feira, agosto 29, 2006
Alerta no Brasil 2
Agência Aids 28.08.06
Os gastos que o Ministério da Saúde tem para comprar, em especial dos laboratórios estrangeiros, e distribuir gratuitamente os medicamentos anti-retrovirais vem sendo considerado há alguns meses como fator de risco para a sustentabilidade do Programa Nacional de DST/AIDS. Destacado recentemente pelo periódico científico norte- americano "Science", o assunto foi tema de discussão nessa segunda-feira, 28, em editorial publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o texto da Folha, o governo brasileiro paga R$ 945 milhões por esses remédios essenciais para as pessoas com HIV/AIDS, sendo que 82% são destinados às importações.
O Ministério da Saúde que ameaçou, em 2005, a adotar o licenciamento compulsório para alguns anti-retroviras mudou de estratégia e passou a informar que a sustentabilidade do combate à Aids no Brasil será obtida por meio de investimentos na produção local desses remédios. Segundo a diretora do Programa Nacional de DST/AIDS, Mariângela Simão, “um dos principais desafios (desse órgão) é o acesso ao tratamento com medicamentos de segunda linha e sua conseqüente sustentabilidade, devido ao impacto dessa classe de drogas nos orçamentos nacionais”, disse durante a XVI Conferência Internacional de Aids, realizada entre os dias 13 e 18 de agosto em Toronto.
Em evento realizado em São Paulo no íncio deste mês, o diretor da área da Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos do Programa Nacional de DST/AIDS, Eduardo Barbosa, acrescentou que é necessário investir na produção de química fina, ou seja, nos sais utilizados na elaboração dos remédios anti-Aids. “O Brasil compra estes insumos estratégicos por preços menores da China e da Índia, que não tinham aderido ao acordo TRIPS (Aspectos relativos ao comércio do acordo internacional de direito de propriedade intelectual que garante a patente do material descoberto), mas estes países foram obrigados a participarem deste acordo, o que aumentará o preço dos sais”, explicou.
Alguns representantes dos laboratórios estrangeiros que vendem ao Brasil os medicamentos anti-retrovirais informam que já vêm contribuindo nos últimos anos para a sustentabilidade do Programa Nacional de DST/AIDS.
A responsável pela assessoria de imprensa da Abbott no Brasil, Maria José Arrojo, destaca que o preço do Kaletra (lopinavir/ritonavir) é o mais baixo no país, entre os inibidores de protease indicados para início de tratamento. “A Abbott também faz doação de Kaletra solução oral para todas as crianças que precisam deste tratamento no Brasil e também de testes rápidos”, afirma. Segundo ela, somente em 2006, mais de 800 mil unidades para diagnóstico do HIV foram doadas ao governo, por este laboratório com sede nos Estados Unidos.
Já o Diretor de Assuntos Corporativos do Laboratório Bristol-Myers Squibb, Antônio Carlos Salles , diz que a filosofia da empresa farmacêutica é ser parceira do governo. “Nós ofertamos o Atazanavir pelo menor preço para o Brasil do que no resto do mundo, exceto na África Subsaariana, com 76% de desconto, por iniciativa do laboratório", diz Salles.
"O que o editorial da publicação errou foi em não comentar que sem a pesquisa e a indústria, o Programa Nacional não existe. Ele tem qualidade porque tem bons medicamentos”, destaca.
No Brasil, cerca de 177 mil pessoas fazem uso de medicamentos anti-retrovirais. Em média, um paciente em tratamento com esses remédios custa ao governo federal aproximadamente 2500 dólares por ano.
Os gastos que o Ministério da Saúde tem para comprar, em especial dos laboratórios estrangeiros, e distribuir gratuitamente os medicamentos anti-retrovirais vem sendo considerado há alguns meses como fator de risco para a sustentabilidade do Programa Nacional de DST/AIDS. Destacado recentemente pelo periódico científico norte- americano "Science", o assunto foi tema de discussão nessa segunda-feira, 28, em editorial publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o texto da Folha, o governo brasileiro paga R$ 945 milhões por esses remédios essenciais para as pessoas com HIV/AIDS, sendo que 82% são destinados às importações.
O Ministério da Saúde que ameaçou, em 2005, a adotar o licenciamento compulsório para alguns anti-retroviras mudou de estratégia e passou a informar que a sustentabilidade do combate à Aids no Brasil será obtida por meio de investimentos na produção local desses remédios. Segundo a diretora do Programa Nacional de DST/AIDS, Mariângela Simão, “um dos principais desafios (desse órgão) é o acesso ao tratamento com medicamentos de segunda linha e sua conseqüente sustentabilidade, devido ao impacto dessa classe de drogas nos orçamentos nacionais”, disse durante a XVI Conferência Internacional de Aids, realizada entre os dias 13 e 18 de agosto em Toronto.
Em evento realizado em São Paulo no íncio deste mês, o diretor da área da Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos do Programa Nacional de DST/AIDS, Eduardo Barbosa, acrescentou que é necessário investir na produção de química fina, ou seja, nos sais utilizados na elaboração dos remédios anti-Aids. “O Brasil compra estes insumos estratégicos por preços menores da China e da Índia, que não tinham aderido ao acordo TRIPS (Aspectos relativos ao comércio do acordo internacional de direito de propriedade intelectual que garante a patente do material descoberto), mas estes países foram obrigados a participarem deste acordo, o que aumentará o preço dos sais”, explicou.
Alguns representantes dos laboratórios estrangeiros que vendem ao Brasil os medicamentos anti-retrovirais informam que já vêm contribuindo nos últimos anos para a sustentabilidade do Programa Nacional de DST/AIDS.
A responsável pela assessoria de imprensa da Abbott no Brasil, Maria José Arrojo, destaca que o preço do Kaletra (lopinavir/ritonavir) é o mais baixo no país, entre os inibidores de protease indicados para início de tratamento. “A Abbott também faz doação de Kaletra solução oral para todas as crianças que precisam deste tratamento no Brasil e também de testes rápidos”, afirma. Segundo ela, somente em 2006, mais de 800 mil unidades para diagnóstico do HIV foram doadas ao governo, por este laboratório com sede nos Estados Unidos.
Já o Diretor de Assuntos Corporativos do Laboratório Bristol-Myers Squibb, Antônio Carlos Salles , diz que a filosofia da empresa farmacêutica é ser parceira do governo. “Nós ofertamos o Atazanavir pelo menor preço para o Brasil do que no resto do mundo, exceto na África Subsaariana, com 76% de desconto, por iniciativa do laboratório", diz Salles.
"O que o editorial da publicação errou foi em não comentar que sem a pesquisa e a indústria, o Programa Nacional não existe. Ele tem qualidade porque tem bons medicamentos”, destaca.
No Brasil, cerca de 177 mil pessoas fazem uso de medicamentos anti-retrovirais. Em média, um paciente em tratamento com esses remédios custa ao governo federal aproximadamente 2500 dólares por ano.