terça-feira, novembro 22, 2005

Tratamento dá falsa segurança

Porquê é que o nosso investigador não mudou a estratégia (sic) da CNLCS, no que diz respeito à prevenção, enquanto estava no quadro da Comissão anterior?!

DN 22.11.05

Paulo Nossa, investigador da Universidade do Minho, é autor de uma tese sobre "Consumo de cuidados de saúde por causa do HIV/sida", que conclui que os gastos de um só hospital - o da Universidade de Coimbra - com 547 pacientes em cinco anos (quase sete milhões de euros) é mais de metade do orçamento alocado em 2004 às três rubricas mais importantes de combate à epidemia pela Comissão Nacional de Luta contra a Sida (entre as quais a promoção da saúde e prevenção da infecção, com cinco milhões de euros). Ou seja gasta-se muito mais em tratamento que em prevenção, releva o investigador - e investir mais na prevenção poderia evitar gastos tão elevados no tratamento.

Paradoxalmente, o investimento e os progressos nas terapias anti-retrovíricas têm contribuído para aquilo que Nossa classifica como "uma sensação de falsa segurança associada ao tratamento, já mencionada no relatório do ano passado do Euro-Hiv. E isso é muito visível entre os homossexuais, que como comunidade estiveram no início da epidemia na primeira linha dos esforços de prevenção, foram muito pró-activos, e que agora, mercê de uma nova geração que não viveu nada do drama de há 20 anos, que não passou pela discriminação e pelas perdas afectivas, estão a acompanhar os heteros nos comportamentos de risco." Um "deslize" cuja responsabilidade Paulo Nossa atribui à "ausência de um esforço de educação". Que, para o investigador, tem de passar, "obviamente", pela escola, onde "o treino de competências para enfrentar os riscos associados à sexualidade deve ser encarado como um direito de cidadania".

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