sábado, abril 30, 2005

João Cordeiro contra-ataca



Pois é, como não conseguiu ter os anti-retrovirais nas suas farmácias vinga-se desta maneira...

CM 29.04.05

Farmácias hospitalares sem controlo

As farmácias hospitalares funcionam sem controlo. A despesa com os medicamentos disparou, nos últimos dez anos – de 10 para 25 por cento – não há controlo sobre o consumo de remédios e estes estão acessíveis a qualquer pessoa dentro do hospital. Para agravar esta realidade há falta de farmacêuticos nas unidades de saúde.

Este quadro negro do funcionamento da farmácia hospitalar foi ontem traçado por João Cordeiro, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF). “As farmácias hospitalares funcionam nas caves, onde qualquer pessoa pode passar e pegar nos medicamentos. Além disso, não se sabe o que se consome e as despesas aumentaram brutalmente”, criticou João Cordeiro. A saída recente de “60 a 70 farmacêuticos”, que foram para as farmácias convencionais, veio agravar ainda mais, segundo o responsável, o funcionamento destes serviços.

João Cordeiro falava à margem da apresentação da campanha de alerta para os riscos que representam na condução alguns medicamentos, em especial quando associados com o álcool, que potencia os seus efeitos.Esta campanha, que decorre de 1 a 5 de Maio, associada à Presidência Aberta sobre a prevenção rodoviária, inclui a distribuição gratuita nas farmácias de alcoolímetros, aparelhos que medem o nível de álcool no sangue.

'NÃO HÁ COMPARAÇÃO'
As críticas do presidente da ANF são refutadas pelo responsável da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Manuel Delgado, por considerar que não é comparável o funcionamento da farmácia hospitalar e de rua. Contudo, ao CM reconhece dificuldades que passam “por falta de espaço e de todas as condições desejáveis”. A localização na cave é “normal porque está perto do ‘stock’ dos medicamentos”, contrapõe.

O “crescimento acelerado e crescente” dos custos dos medicamentos deve-se, nas suas palavras, ao cancro e à sida, terapias muito caras. “O consumo dos medicamentos é feito, desde há alguns anos, através da entrega de doses individuais aos doentes”, retorquiu Manuel Delgado. Pedro Nunes, bastonário dos médicos afirmou “desconhecer estas condições” das farmácias hospitalares. O Ministério da Saúde está “atento e reconhece as dificuldades do sector”, enquanto o bastonário dos Farmacêuticos, Aranda da Silva, afirma-se “preocupado com a falta de instalações e recursos nas farmácias hospitalares”.

Comments:
Vinga-se...

Não percebo onde pode estar uma qualquer hipótese de tentativa de vingança, quando o Dr. João Cordeiro só está a dizer daquelas verdades que os outro calam!

Só quem não conheçe a decadência da Farmácia Hospitalar é que pode não concordar (ou não perceber...)!

Vingança...francamente, que falta de tino!
 
O João Cordeiro faz muito bem o papel dele: defender os interesses corporatistas da ANF.
As farmácias hospitalares podem não estar a funcionar como deviam mas de certeza que sabem lidar melhor com os ARVs do que as farmácias da rua.
 
E porquê? As Farmacêuticas e os Farmacêuticos (embora mais raros)Hospitalares formaram-se em Faculdades diferentes das Comunitárias? Em que é que diferem em termos científicos?

Note que a mim é-me perfeitamente indiferente que se vendam nas Farmácia Comunitárias ou não, não posso aceitar é que considere menos competentes os profissionais (leia-se Farmacêuticos) das Farmácia Comunitárias!

E acho, também, profundamente injustos os ataques sistemáticos ao Dr. João Cordeiro, como se todo o mal que vem ao mundo fosse da sua autoria...

Da ilegalidade dos preços dos medicamentos em Portugal ninguém fala, só ele, se calhar porque lhe interessa que os medicamentos baixem de preço. Em termos comerciais seria, sem dúvida, benéfico para as Farmácias.
 
Cara MS,
a nossa posição contra os ARVs nas farmácias comunitárias não tem nada a ver com a competência técnica ou académica d@s farmacêutic@s. (ver: http://gatportugal.blogspot.com/2005/01/anti-retrovirais-permanecem-nos.html)

Acerca dos preços dos medicamentos concordamos completamente e já publicámos aqui inúmeras vezes mas duvido que seja para os mesmos motivos.
 
Já tive oportunidade de ler a vossa posição em relação aos anti-retrovíricos fora dos Hospitais.

De facto, não é um problema de competência técnica que está em causa, mas o que é facto é que, como se faz hoje em dia, a dispensa destes medicamentos parece não estar a ser eficaz (o que concluí de alguns dos testemunhos que tive oportunidade de ler).

Não sei, sinceramente se a Farmácia Comunitária seria uma ajuda. Mas o que me entristece nestas notícias do sector do Medicamento é o olhar desconfiado de todos em relação aos Farmacêuticos.

É pena, singifica que conheceram sempre os maus exemplares.

Eu não trabalho nem em Hospitais nem em Farmácias Comunitárias, portanto estas discussões deveriam passar-me ao lado. No entanto insurjo-me sempre para tentar defender uma classe que é a minha e à qual me orgulho de pertencer.

Pode ser que com a idade me passe...
 
Pessoalmente não tenho um olhar desconfiado em relação aos farmacêuticos. Desconfio sim das posições de órgões corporatistas tipo ANF, APF, as Ordens, etc.
 
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