segunda-feira, março 07, 2005

VIH poderá infectar 90 milhões em África até 2025


O número de infectados com o vírus da SIDA (VIH) em África pode ultrapassar os 89 milhões (10 por cento da população), até 2025, caso não sejam feitos investimentos significativos para o evitar, alertou hoje a ONUSIDA.

Num relatório divulgado em Genebra, esta agência da ONU afirma que esses investimentos, obtidos graças ao recurso à ajuda externa e aplicados na saúde, formação, na área social e nas infra-estruturas, poderão evitar a morte de 16 milhões de pessoas e a infecção de 43 milhões.

O documento - intitulado "SIDA em África" e compilado durante dois anos por mais de 150 peritos - estima em 200 mil milhões de dólares o montante necessário para travar a propagação do flagelo.

O relatório descreve três cenários possíveis "sobre o modo como a epidemia poderá evoluir no continente nos próximos 20 anos, com base nas decisões políticas tomadas actualmente pelos dirigentes africanos e o resto do mundo".

O primeiro, intitulado "O Peso do Passado: a espiral infernal", mostra o que poderá passar-se se as políticas internas africanas em matéria de SIDA forem ineficazes e ocorrerem flutuações ou diminuições da ajuda externa. Segundo este cenário, a pandemia "esgota os recursos e enfraquece as infra-estruturas. Em consequência disso, a armadilha da pobreza, do subdesenvolvimento e das desigualdades aumenta ainda mais". Daí resulta, segundo a ONUSIDA, que a prevalência do VIH permaneça até 2025 idêntica à actual, ou seja cerca de 05 por cento da população adulta.

O segundo cenário, sob o título "Escolhas sem concessão: a África compromete-se com a luta", apresenta uma imagem da situação que resultaria de políticas internas "eficazes", a par de uma estagnação na ajuda externa. Neste caso, os responsáveis africanos "optam por medidas rigorosas para reduzir a propagação do VIH a longo prazo", refere o relatório da ONUSIDA.
O reforço da terapia anti-retroviral beneficiaria um terço das populações afectadas em 2025, contra menos de 05 por cento hoje.
"A trajectória da difusão da terapia anti-retroviral aumenta de forma constante, o que reflecte o investimento contínuo consentido pela África nos sistemas de saúde e formação, bem como a sua capacidade de fabricar medicamentos". No total, seriam assim evitados 24 milhões de novos casos de SIDA, embora seja de recear uma duplicação do número de crianças órfãs, precisa a ONUSIDA.

O último cenário, "O Momento da Transição - a África recupera o tempo perdido", evitaria, segundo esta agência da ONU, 43 milhões de novos casos de SIDA nos próximos 20 anos. Trata-se de um cenário em que "a SIDA é entendida como uma crise excepcional que exige uma resposta excepcional, sendo abordada no contexto do desenvolvimento em sentido amplo". Neste caso, a ajuda externa aumenta significativamente e o investimento no domínio social e das infra-estruturas prossegue. Neste cenário, em que a ajuda externa duplica, a prevalência do VIH entre os adultos em África baixa consideravelmente e "a cobertura pela terapia anti-retroviral será de 70 por cento daqui até 2025".
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