sexta-feira, dezembro 01, 2006

Notificação de infecção pelo VIH/Sida feita por laboratórios e farmácias hospitalares

Lusa 30.11.06

A notificação da infecção pelo VIH/Sida pode ser feita pelos laboratórios, farmácias hospitalares e pelos 18 Centros distritais de Aconselhamento e Diagnóstico, além dos médicos, advogou o coordenador nacional da luta contra a doença.

Henrique Barros, em declarações à agência Lusa, salientou que obter um conhecimento real da infecção em Portugal, e ultrapassar a sub-notificação crónica dos casos, é um dos objectivos a que se propõe e em relação ao qual se considera "próximo".

Henrique Barros, que apresenta sexta-feira, Dia Mundial da Sida, o novo Programa Nacional de luta contra a doença, defendeu igualmente a necessidade de os hospitais saberem quantos doentes tratam e quanto custam: "quando cruzarmos toda esta informação temos a realidade marcada", sustentou.
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Henrique Barros reconhece que "os números notificados diminuíram" mas, contrapõe, que "não se tem uma dimensão exacta da declaração de notificação", pelo que os dados oficiais podem não reflectir a realidade.

Para o coordenador Nacional para a Infecção pelo VIH/sida, ultrapassar esta situação passa por "assegurar que os hospitais têm as condições técnicas para fazer a declaração de uma forma que não implique retirar tempo à acção activa dos médicos, que são os profissionais que declaram".
O que passa por "assegurar que há uma informação que vem do médico, do laboratório e da farmácia hospitalar", na perspectiva de que "todos os que contactam com a doença devem promover a sua declaração".

Aqui estão também incluídos os 18 Centros de distritais de Aconselhamento e Diagnóstico (CAD), que "fazem o diagnóstico da infecção e devem declará-la", acentuou Henrique Barros.
Escusando-se a adiantar pormenores sobre as metas do futuro Programa Nacional - que vai estar em discussão pública durante um mês e ter a sua forma definitiva em Março -, Henrique Barros optou por destacar alguns dos contornos mais preocupantes que a doença assume actualmente no país.

"Portugal possui a incidência [novas infecções] mais alta dos países desenvolvidos e temos a pior mortalidade por sida. Em Portugal morrem três pessoas por dia, apesar do acesso a medicamentos", frisou Henrique Barros.

O epidemiologista alertou também que, embora a maioria das notificações indique a principal forma de transmissão da doença tem sido por via heterossexual, "não quer dizer que na base estejam casos de toxicodependência".

"Ainda há seguramente um peso muito grande [do consumo de drogas injectáveis] na transmissão e na doença", afiançou.

Advogando que "não é possível separar a prevenção da doença, do tratamento e dos cuidados" quando se fala em luta contra a infecção pelo VIH/sida, o coordenador nacional asseverou que o novo Programa, com um horizonte temporal de execução até 2010, vai ser "monitorizado e avaliado".

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