quinta-feira, março 31, 2005

Cabo Verde e Portugal lançam combate conjunto à SIDA nas comunidades

As organizações de coordenação do combate ao VIH-SIDA de Cabo Verde e Portugal vão desenvolver um projecto conjunto de prevenção da doença junto das respectivas comunidades nos países de acolhimento, foi hoje anunciado.

O anúncio foi feito pelo secretário executivo do Comité de Coordenação do Combate à SIDA (CCS-SIDA) de Cabo Verde, Artur Correia, que justificou a acção conjunta com o facto de os países de acolhimento serem "praticamente os mesmos" para as comunidades cabo- verdiana e portuguesa.

Artur Correia adiantou que essa parceria "está a ser montada", perspectivando a realização de estudos sociológicos que permitam "conhecer o comportamento" dos jovens cabo-verdianos e portugueses face à prevenção do VIH-SIDA em França, no Luxemburgo e na Holanda.
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A iniciativa da realização do estudo sobre o comportamento dos jovens da comunidade cabo-verdiana foi do CCS-SIDA de Cabo Verde, que solicitou o apoio da congénere portuguesa.

Chirac defende taxa para ajudar África

O Presidente francês, Jacques Chirac, apelou ontem, em Tóquio, à criação de uma taxa internacional sobre os transportes aéreos para ajudar o continente africano. O Chefe de Estado recordou que Paris e Berlim "defendem a criação, até final do ano, em todos os países que aderirem, de uma primeira taxa sobre o querosene e os bilhetes de avião, destinada a lutar contra a sida e as pandemias [grandes epidemias] que assolam a África".

Chirac sublinhou que esta medida permitirá salvar "mais de três milhões de vidas por ano". O Presidente francês, que terminou ontem uma visita de três dias ao Japão, apresentou esta ideia ao primeiro-ministro, Junichiro Koizumi. "Espero que, juntos, possamos pôr em prática estas ideias nas próximas cimeiras do G8 [em Julho, na Escócia] e da ONU [em Setembro, nos EUA]", afirmou.
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A entrada infeliz da Pfizer no mercado dos anti-retrovirais



A leading global pharmaceutical company but a novice in HIV treatment, Pfizer prefers to not undertake a trial to evaluate a new antiretroviral in France, Spain, and Germany, rather than conform to the principles of protection of individuals participating in research, TRT-5 says today in a statement released to the press.

The Pfizer laboratory is about to finally announce that it will not undertake trial 1026 in France, Spain, and Germany. This trial was to evaluate the optimal dosage of a new medication against HIV/AIDS (an anti-CCR5) in hundreds of HIV-infected patients not yet having taken antiretrovirals.

In competition with Schering and GSK who in turn are developing their own anti-CCR5, Pfizer, despite its inexperience with HIV treatment, chose to avoid losing time with the ethical concerns of associations and health agencies.

What was the focus of these concerns? The Pfizer trial planned to expose patients with extremely weakened immune defenses, having a known high risk of death, to a treatment including an experimental product whose efficacy and tolerance have not been evaluated for longer than 10 days.

However, these patients must instead receive a “treatment of optimal and validated efficacy” which is today possible due to the antiretrovirals on the market in France. In the absence of preliminary data in patients in less advance immunoviral stages, this trial exposes the very immuno-suppressed patients to an unnecessary risk and is contrary to the international recommendations regarding research ethics.

Based on this report, TRT-5 demanded Afssaps to examine the Pfizer trial protocol. Without waiting for either the position of Afssaps or the opinion of the CNS, Pfizer recently announced that it is withdrawing its trial in France. It did the same in Spain and Germany, where agencies similarly voiced criticism regarding trial 1026.
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terça-feira, março 29, 2005

Rastreio nacional do VIH/sida não inclui análise à hepatite C


"Uma oportunidade perdida". É assim, com amargura, que um dos mais reputados hepatologistas nacionais, Rui Tato Marinho, reage ao facto de não estar previsto que o primeiro rastreio nacional para o HIV, no qual quase dez mil pessoas serão inquiridas e testadas, seja aproveitado para aferir também da prevalência da infecção por hepatite C. "A não inclusão da hepatite C significa que continuam a considerá-la um parente menor das doenças infecciosas crónicas."
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Val Neto, da associação SOS Hepatites, faz suas as palavras do especialista. "É um absurdo, um desperdício. Este rastreio podia poupar vidas. E muito dinheiro. Não só por alertar as pessoas que seriam diagnosticadas para a necessidade de tratamento, mas sobretudo porque permitiria saber a real dimensão do problema, e efectuar um plano de acção de acordo com isso." Também o infecciologista Luís Tavares se espanta com o que lhe surge como "descoordenação na gestão dos recursos, num país em que eles não abundam".

Certo é que quando a CNLCS rastreou os universitários portugueses para o HIV, aproveitou o ensejo para testar os voluntários para outras infecções, como a hepatite C e a sífilis. A infecção por HCV, o vírus da hepatite C, revelou ser a mais expressiva entre os testados. Mas, explicou ao DN o presidente da CNLCS, António Meliço-Silvestre, a decisão de desta vez não incluir a análise à hepatite C tem a ver com o facto de "se irem utilizar testes rápidos para o HIV, que se fazem só com uma picada no dedo". Estes testes, já utilizados no rastreio universitário, permitem saber o resultado em, no máximo, 60 minutos. A análise à hepatite C, para a qual não existem testes equivalentes, "implicaria recolha de grande quantidade de sangue, para análise posterior em laboratório".

O rastreio, que se deveria ter iniciado em Março - mas, segundo Meliço-Silvestre, foi adiado devido à mudança de Governo - efectuar-se-á por meio de visitas a casas seleccionadas por amostragem. Os respectivos ocupantes serão submetidos a um inquérito e a um teste, ambos opcionais. A cada teste será atribuído um código de barras, através do qual o testado poderá indagar o resultado no Centro de Aconselhamento e Detecção de HIV mais próximo. Não foi possível saber quanto se gastou até agora no planeamento do rastreio, que aguarda o OK do novo ministro.

segunda-feira, março 28, 2005

VIH destrói células imunológicas em dias



Poucos dias após a infecção, o VIH destrói mais da metade das células imunológicas que poderiam reconhecê-lo e ajudar a combatê-lo --uma descoberta que poderá provocar uma reavaliação da forma de combate à infecção, informaram no domingo duas equipes de pesquisadores norte-americanos.

Dois estudos separados em macacos mostraram que o SIV, a versão símia do VIH, ataca imediatamente células T de memória CD4 e elimina mais da metade delas.

"As descobertas podem levar a uma reavaliação das estratégias de criação de medicamentos e vacinas contra o VIH", disse o Dr. Mario Roederer e equipe, do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas em um dos dois relatórios publicados no jornal Nature.
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domingo, março 27, 2005

IPS trava milhares de dadores


Em Portugal há falta de sangue. Para corrigir esta realidade, o Instituto Português do Sangue (IPS) investe milhares em campanhas publicitárias de angariação de dadores. No entanto, a lista de critérios que faz a primeira triagem entre quem pode ser dador e quem não pode é mais do que suficiente para bater com a porta na cara a milhares de voluntários. Na maioria das vezes, sem razão justificável.

Comunidades de pescadores mais em risco

The report said there were sub-cultures of hypermasculinity and risk taking in fishing villages with high levels of drug and alcohol abuse which contributed to higher rates of HIV.

Sounds familiar?

sábado, março 26, 2005

Moção do PSD sobre combate à sida

António Borges, que já anunciou que não vai candidatar-se à liderança do PSD, vai apresentar na próxima semana uma moção ao Congresso dos sociais-democratas, que se realiza no entre 8 e 10 de Abril em Pombal.
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Na moção, este grupo de militantes defende que o PSD deve abraçar causas, como o ambiente, a cultura, o ordenamento do território, o combate à sida ou o planeamento familiar.

sexta-feira, março 25, 2005

Governo francês expulsa seropositivos brasileiros

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De acordo com os documentos apresentados à Agência Aids, nove transexuais brasileiros tiveram seus vistos de residência, chamado de carte de séjour, negados pelo serviço de imigração francesa. A Prefeitura de Polícia, responsável pela expedição do documento, argumentou nos vistos rejeitados que “o Brasil dispõe de um serviço de tratamento adequado para o tipo de doença que o requerente possui”.
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quinta-feira, março 24, 2005

Índia, Brasil e África do Sul: dignos do Conselho de Segurança das Nações Unidas?

India: Is the World’s Leader in the production of anti-HIV drugs about to resign?

India, Brazil South Africa—Three candidates vying for a permanent seat on the UN Security Council. Three countries governed by the Left. Three countries who, under pressure from the US and multinational pharmaceutical companies, do not commit themselves to produce cheap effective medicines. Even though millions of lives of people with AIDS are at stake.

On the 10th of January, 2000 at the UN Security Council’s Special Session on AIDS (UNGASS), which was dedicated to AIDS in Africa; Kofi Annan asked his members to make the fight against AIDS internally “an immediate priority.” Since the UNGASS in 2001 the fight against AIDS has been one of the UN Security Council’s main responsibilities. The creation of the Global Fund for AIDS, Tuberculosis and Malaria under Koffi Annan is one of the most well-known outcomes: Therefore the reforms which are about to pass will have a major impact in the fight against AIDS internationally. In particular, new, permanent representatives on the security council will have to demonstrate the relevance of their positions on AIDS policies especially on the international level.

They will have to show that they deserve to represent the interests of the poorer countries of the world when, for once these countries have a chance at making their needs heard at the highest international level. Among the candidates to have permanent seats three states claim to play an important role inb the worldwide fight against the epidemic: Brazil, South Africa and India. But how real is their involvement in the fight against AIDS and what are they doing to provide access to treatment in countries with limited resources?

Brazil, the long-cited example of a country who guaranteed universal access to treatment by producing copies of first generation of anti-retrovirals for their internal market is having a hard time transferring this model to other countries. The Brazilian government’s pharmaceutical industry doesn’t dare copy its most recent molecules and above all shies away from exporting its generics. The transfer of technology towards poorer countries languishes.

South Africa is finally catching up with the enormous delay in launching a government-sponsored ARV program: nourished by American companies connected to President Bush’s PEPFAR program, Pretoria buys almost exclusively brand-name drugs or copies produced by Aspen, a South African company heavily influenced by international pharmaceutical giants. These “real-fake” copies which had to meet USFDA approval, in fact cost much more than the Indian copies.

With these drug policies South Africa cuts the grass under the feet of their Indian competitors. It is true that since the end of the 90s Indian pharmaceutical companies like Cipla or Ranbaxy have been able to penetrate the poorer countries’ markets and have brought down prices of anti-HIV drugs. The Indian industry continues to copy the most recent medicines such as protease inhibitors and has even made innovations such as combining three of the most frequently prescribed molecules into one pill in a first line triple therapy. But now the Indian government has taken a step backwards. The Indian Parliament just voted into legislation a law which limits the copying of medicines created after 1995.

Despite international pressure not to do so the law that was voted today by Parliament which will be ratified tomorrow by the Senate includes amendments which will negatively affect world health: Two examples: “compulsory license” which makes it possible for a government to authorize copying a patented drug is still extremely complicated and there are not rules in place to control royalties which must be paid to the patent holder, which could lead to interminable lawsuits. In addition, those who depend on cheap medicines will have to wait three years before a generic producer can submit a request to legally copy these medicines, as an exception. Patients in rich countries will have immediate access to these drugs once they are proven effective, and patients in poor countries will have to wait years.

The Indian government seems determined to adopt a policy towards patents that is far more restrictive than what the World Trade Organization requires. It must be noted that President Bush, via the PEPFAR initiative, recently promised India a substantial grant. The Indian Parliament, dominated by the Congressional Party, inheritors of the non-aligned Nehru movement, can still make New Delhi change its mind-- and involve India in an enthusiastic and independent defence of the world’s poorest populations’ access to essential medicines not to mention the future of the UN security council.

SIDACTION
Marie de Cenival
www.sidaction.org

Espanha: número de novos casos de sida continua a descer

Number of New AIDS Cases in Spain Declines for Fifth Consecutive Year in 2004

About 200 fewer people were diagnosed with AIDS in Spain in 2004 than were diagnosed in the country in 2003, a decline of 10.7%, according to a report released on Friday by the country's Ministry of Health, Spain's El Pais reports.

About 2,034 people in Spain were diagnosed with AIDS in 2004, of which 77.2 % were men and 22.8% were women. About half of the people newly diagnosed likely were infected through unprotected sexual intercourse, according to the report. In addition, the number of people newly diagnosed declined in every "risk grou[p]" between 2003 and 2004, including a 13.6% drop among injection drug users.

The drop in newly diagnosed cases marks the fifth consecutive decline in the number of new AIDS diagnoses in Spain, which has one of the highest HIV/AIDS prevalence rates in Western Europe, according to El Pais. The number of new cases has declined amid an "intensification" of HIV/AIDS public awareness campaigns and more HIV testing in the country, El Pais reports (El Pais, 3/19).

A saúde na blogosfera portuguesa

Há quatro anos, os blogues pareciam ser apenas mais uma aplicação informática condenada a um sucesso efémero. Tal como acontecera com as páginas pessoais, antevia-se um início explosivo seguido de um lento declínio, mas as previsões falharam. A simplicidade do processo de actualização, o baixo custo e a adesão de figuras mediáticas ao meio, fizeram com que a blogosfera ganhasse uma dimensão nunca antes imaginada. Actualmente, em cada seis segundos é criado um novo blogue, o que dá uma ideia da dinâmica existente na blogosfera. Este crescimento levou ao aparecimento de sistemas de classificação, organização e controle de tudo o que vai acontecendo na blogosfera, pelo que existe hoje um vasto conjunto de aplicações capazes de monitorizar a evolução do fenómeno.

Na esmagadora maioria, os blogues são um registo pessoal do dia-a-dia, uma espécie de diário público que atrai leitores interessados em assuntos muito específicos ou em opiniões de pessoas que não pertencem ao circuito mediático. Política, música, literatura, humor, ciência ou ensino são alguns dos temas mais abordados por pessoas desconhecidas do público mas que, por questões profissionais ou pessoais, dominam determinados assuntos em profundidade. A área de saúde não é excepção e um pouco por todo o mundo existem blogues ligados a esta área.

Este trabalho pretende identificar os motivos que levam um profissional da saúde a entrar na blogosfera, seja para ler, seja para manter o seu próprio espaço, e de que forma se organiza a blogosfera da saúde em Portugal.

ONU quer maior articulação no combate à SIDA em Moçambique

O director-executivo do Programa das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA), Peter Piot, apelou hoje em Maputo para uma melhor articulação nos esforços de combate à pandemia, que afecta cerca de 14 por cento da população moçambicana.
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Tuberculose e sida

Fonte: Público/OMS

Estima-se que um terço dos 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV/Sida estejam também infectados pela tuberculose. Pessoas com HIV são 50 vezes mais passíveis de desenvolver tuberculose num ano do que os doentes com HIV negativo.

Qual a relação entre a Sida e a tuberculose?
O HIV afecta o sistema imunitário e aumenta a probabilidade de se adquirir uma infecção tuberculosa. Por um lado, a progressão da tuberculose latente para activa, por outro a recaída em doentes previamente tratados. A tuberculose é uma das maiores causas de morte entre os infectados pelo HIV.

Quantas pessoas estão infectadas pela tuberculose e pelo HIV?
Uma estimativa da OMS aponta para que um terço dos 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV/Sida em todo o mundo estejam também infectadas pela tuberculose. Sem o tratamento adequado, aproximadamente 90 por cento das pessoas morre meses após contrair a tuberculose. A maioria dos doentes infectados por ambas as doenças vive na África sub-sariana.

Qual é o impacto da dupla infecção de tuberculose e HIV?
Cada doença acelera o progresso da outra e a tuberculose encurta consideravelmente a vida dos portadores de HIV/Sida. Muitas pessoas infectadas pelo HIV em países em desenvolvimento contraíram a tuberculose como a primeira manifestação da Sida. As duas doenças representam uma combinação mortífera, já que são mais destrutivas juntas que qualquer outra doença per si.
A tuberculose é mais difícil de diagnosticar em portadores de HIV positivo;
A tuberculose progride mais depressa em portadores de HIV positivo;
A tuberculose em portadores de HIV positivo é quase sempre fatal se não for diagnosticada ou tratada;
A tuberculose ocorre mais cedo no curso da infecção por HIV do que muitas outras infecções oportunistas.

A tuberculose é uma ameaça?
Segundo a OMS (Organização Mundial de Sáude), a tuberculose está a espalhar-se a uma taxa de uma pessoa por segundo. Mata mais jovens e adultos que outra doença infecciosa e é a que mata mais mulheres. Em 1993, a OMS declarou que a tuberculose era uma "emergência global de saúde". Todos os anos, oito a dez milhões de pessoas são infectadas e dois milhões morrem vítimas da doença. Cerca de um terço da população mundial, aproximadamente dois mil milhões de pessoas, está infectada pela bactéria da tuberculose mas esta quase nunca desenvolve para a forma activa da doença. Cerca de 10 por cento dos infectados com tuberculose desenvolvem a doença no decorrer da vida, mas estes números estão a mudar, já que o HIV enfraquece muito o sistema imunitário e torna as pessoas mais vulneráveis.

Qual o impacto da tuberculose e do HIV nas mulheres?
Em todo o mundo as mulheres suportam um fardo desproporcional de pobreza, doença e malnutrição. A tuberculose causa mais mortes entre as mulheres do que todas as causas de mortalidade materna juntas, e mais de 900 milhões de mulheres são infectadas com tuberculose mundialmente. Este ano, um milhão de mulheres morrerá e 2,5 milhões, com idades entre os 15 e os 24 anos, vão contrair a doença.

O que pode ser feito para combater a propagação da tuberculose?
A estratégia de combate da tuberculose, conhecida como DOTS, tem cinco componentes:
1. Compromisso político de controle sustentado da tuberculose;
2. Acesso a microscópios de qualidade assegurada para análise de expectoração;
3. Quimioterapia, incluindo observação directa do tratamento;
4. Toma ininterrupta de medicamentos;
5. Sistema de gravação e de comunicação estandardizado, promovendo o acesso ao resultado de todos os pacientes.

Por que razão é importante a cooperação activa nos casos de tuberculose e HIV? Durante muitos anos os esforços para derrotar a tuberculose e o HIV eram separados, apesar da ligação epidemiológica entre as duas doenças. Uma maior colaboração entre os programas contra a tuberculose e contra o HIV/Sida levará a um controlo mas efectivo da tuberculose entre os portadores de HIV e a um ganho para a saúde pública.

Como podem a tuberculose e a Sida ser coordenados?
A política interina da OMS sobre as actividades de cooperação dá uma orientação para o que deveria ser feito para tratar das duas doenças. Isto inclui a identificação das actividades e o estabelecimento de corpos que promovam e coordenem a resposta dos dois programas a todos os níveis.

Não perder oportunidades
Portadores do HIV positivo podem facilmente fazer a prova tuberculina. Se estiverem infectados pode ser ministrado um tratamento profiláctico para prevenir o desenvolvimento da doença ou comprimidos se a doença estiver activa. Doentes com tuberculose podem também fazer o teste do HIV.

"O doente não pode andar a saltar de um lado para o outro à procura dos medicamentos"

Artur Teles de Araújo é um dos pneumologistas com mais experiência ainda no activo em Portugal. Actualmente preside à Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias, onde começou a germinar a ideia da criação de um observatório vocacionado para esta área.

O especialista diz que é “fulcral” uma relação mais estreita entre a luta contra a tuberculose e as valências da luta contra a sida e toxicodependência, para que o doente não ande “a saltar de um lado para o outro à procura dos medicamentos aqui ou ali”. Dez anos depois da entrada em vigor do Plano Nacional de Luta Contra a Tuberculose, Teles de Araújo pede mais “organização” e não tem dúvidas ao afirmar que este programa faliu.
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Os últimos dados da OMS revelam que 40 por cento das mortes de doentes com sida se devem à tuberculose. Em 2003, uma resolução do Governo de Durão Barroso que reestruturava a Comissão Nacional de Luta contra a Sida anunciava como prioridade “a interligação com programas contra a tuberculose”. Sente que houve algum avanço neste aspecto desde essa altura?
Houve alguns pequenos avanços, mas penso que têm que haver mais. Há um núcleo de pneumologistas que está integrado na Comissão Nacional de Luta Contra a Sida e que são pessoas que sabem o que estão fazer e com larga experiência. Há alguns avanços, mas caímos sempre no mesmo problema que é o facto de as articulações não serem completamente fluídas. É uma área onde se tem de fazer mais esforço para uma colaboração mais estreita. É fulcral.

Mas continua a ser um quebra-cabeças a interligação entre as valências que na Direcção-Geral de Saúde têm de alguma forma responsabilidades na luta contra a doença?
É sempre. A luta contra a tuberculose, contra a sida e a toxicodependência têm de estar ligadas. Tem de ser fácil. O doente não pode andar a saltar de um lado para o outro à procura dos medicamentos aqui ou ali. A resposta tem de estar integrada e esse é um trabalho que tem ser feito entre nós. Às vezes há dificuldade em quebrar algumas barreiras, aliás falsas barreiras, que existem.

Que barreiras são essas?
São burocráticas e de hábito.

Onde está a TB em Portugal?

Distribuição geográfica da incidência média anual.

Portugal vai ter Observatório Nacional de Doenças Respiratórias

Os problemas de saúde relacionados com as doenças respiratórias são o principal motivo que leva os portuguesas ao médico e às urgências dos hospitais. Com esta realidade em cima da mesa a Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias (ANTDR) decidiu avançar com o Observatório Nacional de Doenças Respiratórias (ONDR), que será formalmente apresentado a 24 de Março, no Dia Mundial da Tuberculose. O principal objectivo é dar respostas independentes e alternativas aos diagnósticos sobre estas doenças que também estão no topo das principais causas de morte em Portugal.
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Kofi Annan apela à mobilização global na luta contra a tuberculose

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Kofi Annan avisou para os grandes obstáculos que têm tido a luta contra a doença, especialmente em África, onde os sistemas de saúde são muito débeis. As epidemias do vírus da sida neste continente são também um enorme obstáculo ao controlo da tuberculose, tendo em conta a forma oportunista como a doença actua aproveitando-se de um sistema imunitário fraco para para passar de um estado latente a activo.

A este propósito Annan lembrou as palavras de Nelson Mandela na última conferência internacional sobre a sida, em Banguecoque: “Não venceremos a batalha contra a sida, se não lutarmos também contra a tuberculose. A tuberculose é muitas vezes um sentença de morte para as pessoas doentes com sida”.

TB: Falta de locais para internamento

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A infecção por tuberculose aumentou na população toxicodependente (representando 20 por cento do total) e desceu junto dos reclusos (1,8 por cento), tendo estabilizado nos restantes grupos de risco. Os casos associados ao HIV/sida são de 15 por cento, na população imigrante atingem os 12 por cento. A doença afecta sobretudo os homens com idades entre os 25 e os 44 anos.
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A médica sustenta que é preciso uma articulação mais intensa entre CDT - onde "se assiste a um esvaziamento de meios" -, hospitais e cuidados primários. Ao mesmo tempo, realça a falta de locais para internamento de doentes que incluem casos de tuberculose multirresistente (resistência a vários antibióticos), com "risco para o doente e para os outros". "Não temos onde internar estes doentes. São internamentos prolongados que não são compatíveis com a política de saúde actual", critica.

Ana Barbado, directora clínica do centro hospitalar de Torres Vedras (que inclui a única unidade vocacionada para a tuberculose, o Hospital do Barro), afirma ter sete pessoas com tuberculose multirresistente em lista de espera para internamentos de longa duração, que exigem quartos de isolamento com tratamento de ar.

TB: Portugal país da Europa ocidental com mais casos

No Dia Mundial da Tuberculose, que esta quinta-feira se assinala, confirma-se que Portugal continua a ser o país da Europa ocidental com o maior número de casos desta doença. Todos os anos são diagnosticados entre três a quatro mil doentes.
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Emília Valadas, uma das organizadoras deste debate, tenta justificar o mau papel de Portugal quando se fala em tuberculose com uma palavra: «organização». «Somos comparáveis a países da nova Europa e a alguns países africanos. A situação não é péssima, mas comparando com os nossos irmãos europeus é má», acrescentou.

Emília Valadas afirma ainda que Portugal não dá a atenção necessária na propagação da doença. «A pessoa que apresenta um quadro clínico compatível com a tuberculose a primeira coisa que faz é ir à urgência de um hospital, onde tem 50 ou 60 pessoas à espera e onde está duas, três ou mais horas à espera», acrescenta. Pequenas falhas, diz esta professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que também precisam ser debatidas.
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A OMS diz que a situação é alarmante, na medida em que cada vez mais aparecem casos em doentes com Sida, um verdadeiro flagelo que atinge os africanos. De qualquer forma, a OMS sublinha que de uma maneira geral o combate a esta doença está a apresentar alguns resultados positivos visto que em 1990 o número de infectados baixou 20 por cento.

Pegasys não altera as concentrações da metadona

GtT 23.03.05

Pese a la reticencia de algunos médicos, expertos europeos consensúan que el uso activo de drogas no sea un criterio de exclusión para acceder al tratamiento de las hepatitis.

En la edición de marzo de la revista Clinical Pharmacology & Therapeutics se han publicado los detalles de un estudio patrocinado por la farmacéutica Roche cuyo objetivo fue cuantificar la farmacocinética de la metadona y la farmacocinética y farmacodinámica de Pegasys®, peginterferón alfa-2a (40kd), en personas con hepatitis C crónica que toman metadona.

Este estudio abierto inscribió a 24 personas de distintos centros de EE UU que tomaban metadona durante al menos 3 meses. Todas ellas recibieron inyecciones subcutáneas con 180 g de peginterferón alfa-2a una vez a la semana durante cuatro semanas y continuaron con la metadona. Se recogieron muestras de sangre al inicio del estudio e inmediatamente antes y hasta 168 horas después de la administración del fármaco del estudio.

La exposición de la metadona, medida como concentración máxima (Cmax) en plasma y área bajo la curva concentración-tiempo (AUC) a dosis de 100mg/d, aumentó en un 10-15% respecto a la medición basal tras 4 dosis de peginterferón alfa-2a. El cociente resultante de dividir la Cmax media de metadona a la semana 4 por la Cmax media basal fue de 1,11 (IC 90%, 1,02–1,22) y el cociente resultante de dividir el AUC (0-24 horas) de la semana 4 por el AUC basal fue de 1,15 (IC 90%, 1,08-1,23).

En cuanto a la acumulación de peginterferón alfa-2a los cocientes resultantes de las medias de Cmax y AUC (0-168 horas) a la semana 4 divididas por las medias tras la primera dosis fueron de 2,1 y 2,3, respectivamente. Así, este equipo concluye que peginterferón alfa-2a no altera de forma apreciable la farmacocinética de la metadona.

Los resultados de este estudio contribuyen a despejar dudas sobre la posibilidad de ofrecer tratamiento a las personas que toman metadona, algo que no ocurre en toda Europa. Las conclusiones de la I Conferencia Europea de Consenso sobre el tratamiento de la coinfección (VIH y hepatitis) celebrada recientemente en París, van más allá: “el uso activo de drogas no debería ser un criterio de exclusión absoluto puesto que los beneficios de la terapia para el VHB y el VHC no se comprometen cuando estas personas se mantienen con éxito en tratamiento. A las personas que necesitan tratamiento debería ofrecérseles terapia de sustitución de opiáceos, incluyendo los programas de mantenimiento de heroína donde estén disponibles. Si la persona no está preparada para dejar el consumo de drogas, cualquier valoración para iniciar terapia para el VHB o VHC debería hacerse caso por caso.”

Referencia:Clin Pharmacol Ther 2005;77:214-24.

quarta-feira, março 23, 2005

Representantes dos doentes em encontro nacional

Lutam no mesmo palco mediático para dar voz às necessidades dos doentes e das famílias, dão apoio, prestam cuidados, reclamam melhores condições de tratamento. Hoje, pela primeira vez, as associações de doentes portuguesas vão reunir-se num encontro nacional, em Lisboa, para trocar experiências e enumerar dificuldades.

O objectivo é debater problemas comuns ao movimento associativo e assinar a Carta Nacional das Associações de Doentes, onde os cerca de 50 organismos que participam no encontro vão enumerar as dificuldades que enfrentam no dia-a-dia e que será entregue às entidades governamentais.

"A troca de experiências é muito importante para as associações", diz a coordenadora nacional do movimento de Cidadãos Pró-Cuidados Paliativos, Ana Cabral, que, juntamente com a a empresa Nutricia Clinical, organiza o encontro. "Apesar de cada uma ter as suas necessidades específicas, há dificuldades comuns: todas têm falta de apoio, trabalham muito e depois não vêm o seu esforço valorizado."
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Brasil quer avançar com produção de mais genéricos

Brazil Takes Step Toward Breaking AIDS Patents
BRASILIA, Brazil (Reuters) Mar 16

Brazil has moved a step closer to breaking AIDS drug patents by asking U.S. companies for the right to copy four products so the country can slash health costs, the government said on Tuesday. Brazil requested Merck & Co. Inc., Abbot Laboratories Inc. and Gilead Sciences Inc. to grant "voluntary licensing" of drug technology so it can keep its much-copied AIDS program afloat, the health ministry said.

Brazil imports the four drugs used in its free, combination antiretroviral drug treatment. It wants to make copies and pay royalties. The products in question are Merck's efavirenz, Abbott's lopinavir and ritonavir, and Gilead's tenofovir.

"We expect to cut by half what we currently pay," the ministry's health control secretary, Jarbas Barbosa, said in a statement on the request sent on Monday. Brazil has often threatened to break drug patents unless foreign manufacturers slash costs. Latin America's largest country now says it can no longer afford to import AIDS drugs and must become self-sufficient.

Under Brazilian law, and based on World Trade Organization rules, a nation can break drug patents by applying a "compulsory license" on a product if it is a case of national emergency or national interest. That would mean Brazil would begin domestic manufacture of products without permission. It would still pay royalties. "[U.S. companies] know we are talking seriously of applying a compulsory license," Barbosa said. Company officials in Brazil and the United States were not immediately available for comment.

In the 1990s experts expected more than 1 million Brazilians to develop AIDS by 2000. Brazil began free access to its antiretroviral combination therapy in 1997 and has kept the number of people living with HIV at around 600,000. The government expects to increase the number of Brazilians on AIDS drugs to 180,000 in 2005 from 150,000 in 2004.

The cost of providing foreign imports of antiretroviral drugs in the combination has skyrocketed from 50% of the program's budget in 1998 to an estimated 85% in 2005. Brazil makes 8 of the 16 drugs in the combination therapy and hopes to begin manufacture of more in the first half of 2005. The country lacks pharmaceutical industry technology and capacity to manufacture all 16 drugs.

Trab. sexos e outras novidades na notificação


Franz Kafka, 1883-1924

Subnotificação, novo modelo de notificação e burocracia
Pedro Silvério Marques
Boletim Abraço

Cumprindo uma promessa do encarregado da CNLcSIDA aí está, já oficial e publicado no Diário da Republica, o “novo” impresso “simplificado” para a notificação, agora obrigatória, dos casos de infecção pelo VIH e SIDA.
Relembremos que esta iniciativa do Prof. Meliço Silvestre surgiu quando, após a sua tomada de posse, foi confrontando com a dimensão da subnotificação e dos atrasos das notificações daqueles casos, que atribuiu à “burocracia”.
Burocracia que era atribuída ao próprio impresso para notificação, pelo excesso de informação pedida e/ou dificuldade de preenchimento, e não ao processo de notificação em si mesmo.
Ao fim de mais de dois anos lá se produziu um “novo” impresso “simplificado”!

Novo?
Bom, a mim parece-me mais um célebre lifting de uma socialite da nossa praça.
O visual foi refrescado, aumentou-se em cores o que se diminuiu em número de folhas e gramagem do papel, ganhou um look informático – mas só o look.
Numa aparente cedência ao politicamente correcto, deixou de se inquirir sobre a “Raça” do notificado, a origem ou residência do parceiro “em África” passou a “País estrangeiro” e “Prostituta”, como causa de transmissão passou a ser, pudicamente, “Trab. sexo” (sic).

Talvez, também, na mesma linha a ordenação das várias causas de transmissão foi alterada. Entre outras alterações note-se que “Homossexual” passou de primeira a terceira, “Heterossexual”, de décima primeira a segunda, a “Infecção nosocomial”, de décima quinta (e última) a oitava. A nona pergunta passou, no novo impresso, a sexta deslocando as antigas sexta, sétima e oitava para, respectivamente, sétima, oitava e nona.

Simplificado?
Reduziu-se alguma da informação pedida.
Deixou de se querer saber a “Profissão” do notificado e desapareceram, pensa-se que sem grande mossa, como causas de transmissão “homossexual/bissexual masculino e toxicodependente” e “politransfundido”.

Radicalmente, foram eliminadas três perguntas, que de facto mais pareciam ser uma tentativa de confirmação do diagnóstico do que fornecer informação epidemiológica relevante, a saber:
10 – Sintomas constitucionais (no caso de CRS-LPG).
12 – Se diagnóstico presuntivo de SIDA indique as doenças e suas características.
14 – Outros exames (só necessário para complemento do diagnóstico segundo os critérios CDC).

Curiosamente, no entanto, vem o novo impresso pedir agora:
· Tipo e classificação CDC (se também disponível).
· O ano provável de infecção.
· A existência de gravidez à data do diagnóstico, no caso da transmissão mãe-filho.

E, para além da data de nascimento e da nacionalidade que constam quer do antigo quer do novo modelo, pede-se agora também:
· A idade.
· A naturalidade.

Simplificou-se?
Retiraram-se três perguntas, é um facto, mas, apesar do look informático e de “teste americano”, o número de casas e cruzinhas a preencher e colocar não é menor neste novo impresso. Aumentou-se a informação pedida nas perguntas 1, 2, 3 e 6 (que era a 9), reduziu-se na 8 (7) e 9 (8), manteve-se tudo igual nas 4, 5, 7 (6), 10 (11), 12 (15) e 13 (16). Na nova pergunta 11 (antiga 13) deixa de se querer saber qual o método, serviço e responsável por cada teste de serologia VIH mas pedem-se, em contrapartida, as datas dos testes serológicos e do primeiro teste VIH+.

Parece curto para mais de dois anos de “trabalho” sobre o impresso de notificação.
Vai melhorar a “taxa de notificação”? Vamos esperar para ver, mas tenho muitas e sérias dúvidas. Quem não notificava, ou notificava com atraso, porque o documento era “burocrático” – a começar pelo próprio Prof. Meliço Silvestre – não vai encontrar grandes razões para alterar quer a sua opinião quer os seus procedimentos.

Burocracia?
Burocracia, burocrático e burocratas são termos que passaram a designar, na linguagem pós-moderna da nossa arcaica sociedade, não um processo administrativo e os seus intervenientes, mas a mãe de todos os males, a raiz e causa de todos os problemas, o argumento e o adjectivo com que todos estão de acordo que se deve acabar.

Esta, fácil, unanimidade arrisca-se, no entanto, a esconder muita coisa em particular a incapacidade de definir claramente o objectivo que se pretende alcançar, a informação estritamente necessária para tal e o processo mais simples e económico de o fazer.
Deve ser por isso, também, que todos os inúmeros e múltiplos processos de desburocratização anunciados neste país têm tido, na generalidade, os pobres resultados que todos conhecemos.
Em relação à “simplificação” da notificação parece-me que foram esquecidas algumas perguntas básicas:
É precisa? Para quê?
Que efeitos produz? O que é que não resolve?
Serão necessárias quatro notificações iguais (PA, CRS-LPG, SIDA e óbito) para cada caso de infecção?
Qual a informação que tem sido estritamente necessária (e efectivamente tratada) a nível nacional, europeu e global, para a vigilância epidemiológica do VIH/SIDA?


Talvez também não fosse completamente má ideia ver como se faz “lá fora”, em processo e conteúdo, e copiar os modelos que funcionam melhor que o nosso.
Estou convencido que, com uma definição clara e objectiva dos propósitos e alcance da notificação e alguns exemplos de “sucesso”, teria sido possível identificar a informação realmente necessária e desenhar um processo que permitisse, de forma efectivamente mais simples, melhorar a informação sobre a evolução e o impacto da infecção pelo VIH em Portugal e estar ciente das limitações intrínsecas que a informação disponibilizada tem, sempre.
Mas foi o que não se fez!

terça-feira, março 22, 2005

Ama o próximo como a ti mesmo


Campanha polémica em Espanha

Técnicos de farmácia acusam farmacêuticos de corporativismo


O Sindicato Nacional dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos (Sifap) acusa a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Ordem dos Farmacêuticos de usarem argumentos de razão "económica e corporativa" nas críticas às alterações à venda de medicamentos proposta pelo Governo.

Em comunicado divulgado hoje, o Sifap afirma que a presença de um farmacêutico "não é de maneira nenhuma garantia do controlo" da venda de um medicamento.
(...)
O Sifap acusa ainda a ANF de continuar a admitir "pessoas sem habilitações legais e sem qualquer tipo de qualificação técnica, os quais podem ser encontrados [nas farmácias] a dispensar, directamente, medicamentos ao público".

O princípio do fim dos genéricos da Índia?

JOINT RELEASE FROM THE AFFORDABLE MEDICINES AND TREATMENT CANPAIGN(INDIA), MEDECINS SANS FRONTIERES, LAWYERS COLLECTIVE HIV/AIDS UNIT, ANDTHE ALTERNATIVE LAW FORUM
For Immediate Release Delhi, India, 22nd March 2005, 8:45 p.m.

The Beginning of the End of Affordable Generics

Under a new Bill approved today, India will start granting product patents for medicines - something they have not done since 1970 -without the necessary procedures in place to safeguard against wholesale hiking of medicine prices. India amended its 1970 Patent Act in order to be compliant with the requirements of the World Trade Organisation.

A key safeguard to assure availability of affordable medicines is the procedure of compulsory licenses - government grants patents but allows generic companies to make their versions of the patented medicines against a payment of a royalty to the patent holder. However, in the Bill that passed the Lower House (Lok Sabha) today procedures are still extremely complex and there is no control on levels of royalties to be paid, which will lead to endless litigation and delays.

The new Bill "grandfathers" products that are already on the market by allowing for automatic right to produce. The generic companies in such cases will pay royalties to be set by the government to the patent holder. International norms for royalties are in the range of 3-4%. This new law however does not set a fixed royalty rate. In South Africa, GlaxoSmithKline attempted to charge 40% royalty until activists and the courts intervened.

The worst-case scenario for people living with life-threatening diseases has been averted, but only in the short-term. People who rely on low-cost medicines will have to wait three years before a generic company can even make an application for a right to produce the drug. Whereas people in wealthy countries will have access to new medicines immediately when they are proved safe and effective, people in poor countries will have to wait years.

In addition, with this Bill the government has crippled the critical right of the members of the public to oppose patent applications on medicines, the so-called "pre-grant opposition". It is has been rendered ineffective because the essential information on which to base the opposition will be withheld from the public. The Bill will go before the Upper House (Rajya Sabha) for a final vote. It is expected that the Upper House will approve the Bill in its current form.

Como lançar um anti-retroviral com sucesso

New HIV antiretroviral uptake - best practice makes perfect?

Gaining rapid market share in the maturing, $6 billion HIV antiretroviral market requires skillful pre-launch activity to compliment the standard recipe adopted for post-launch operational sales. Recent product launches by BMS, Gilead, GSK and Abbott may provide insight and inspiration for companies looking to establish their products in this increasingly crowded market.

Datamonitor research suggests HIV antiretroviral drugs accounted for $5.7 billion in sales in 2003 and are expected to enjoy continued growth over the next decade, driven by continued rises in HIV incidence and patient diagnosis. In fact in 2014, it is forecast that the commercial market will have grown to reach $10.2 billion.

Of the 26 currently marketed HIV antiretrovirals, around one third have been launched since 1999, demonstrating a high rate of new product development.I ndeed, three of the five top selling antiretrovirals in 2003 were launched in this timeframe. Newly launched HIV antiretrovirals differ markedly in their speed of uptake. Abbott's Kaletra (lopinavir/ritonavir) and Gilead's Viread (tenofovir disoproxil) are examples of successful launches. Both rapidly gained significant market shares despite being launched into classes with intense competition.
(...)

Portaria rectificada

Por Pedro Silvério Marques

O Diário da Republica de 16 de Março de 2005 publica a portaria n.º 258/2005, assinada pelo anterior Ministro da Saúde em 1 de Fevereiro, que vem revogar a portaria 103/2005, assinada em 3 de Novembro de 2004 mas só publicada em 25 de Janeiro.

Pois, o choque tecnológico ainda está para acontecer na Imprensa Nacional …

Se se lembram – ver o número anterior do Boletim – esta última tinha integrado a infecção pelo VIH na lista de doenças de declaração obrigatória mas, porque invocava a legislação de 1949 para esta decisão, tinha de facto posto em vigor para esta notificação um documento que não garantia a confidencialidade dos dados pessoais, identificando, com nome, morada, etc. a pessoa notificada.

Para além de reduzir substancialmente a informação hoje pedida e, aparentemente, tornar obrigatório que as informações epidemiológicas passassem a ser enviadas à Direcção Geral de Saúde em vez de, como até agora, ao Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis do INSRJ.
A nova portaria vem introduzir um “novo” modelo de notificação, que pouco difere do actual, mas que garante a confidencialidade dos dados e a reserva da identidade da pessoa notificada e mantêm o envio para o mencionado Centro de Vigilância.

No entanto a asneira continua …
Desta vez foi a prestimosa Lusa a avançar para a asneira.
Sem ter tido qualquer cuidado ou preocupação de ler e perceber a nova portaria e a por ela revogada, entendeu a agência noticiosa que se estava a estender à infecção pelo VIH a notificação, que já seria obrigatória para os casos de SIDA.

Talvez porque os membros do governo estavam em black-out e havia pouco sobre que falar, as televisões debitaram o disparate nos telejornais das 20 horas e a veneranda Ordem dos Médicos disse de sua justiça que estava “de acordo” desde que fosse salvaguardada a confidencialidade dos doentes.

Perceberam? Está tudo entregue aos bichos!

Gilead compra inibidor da integrase


Gilead and Japan Tobacco Sign Licensing Agreement for Novel HIV Integrase Inhibitor

Gilead Sciences, Inc. today announced that the company has entered into a licensing agreement with Japan Tobacco Inc. (JT), under which JT has granted to Gilead exclusive rights to develop and commercialize a novel HIV integrase inhibitor (JTK-303) in all countries of the world, excluding Japan, where JT will retain rights.
(...)
Integrase is one of the key enzymes required for HIV to replicate. By inhibiting this enzyme, the integration of HIV DNA into the DNA of immune system cells (the process by which infection occurs) is disabled. JT's compound has previously been evaluated in a Phase I study in Japan to assess bioavailability and pharmacokinetics in healthy volunteers. Gilead plans to initiate Phase I/II clinical studies in HIV-positive patients by mid-year.

Gilead and JT first partnered in July 2003, when the companies announced an agreement granting JT commercialization rights for Truvada(R) (emtricitabine and tenofovir disoproxil fumarate), Viread(R) (tenofovir disoproxil fumarate) and Emtriva(R) (emtricitabine) in Japan.

Concerto contra sida promovido por Mandela atrai mais de vinte mil pessoas


Mais de 20 mil pessoas assistiram no fim-de-semana na cidade de George (Cabo Ocidental) ao segundo concerto internacional organizado por Nelson Mandela, para sensibilizar sobre a pandemia da sida, que afecta milhões de sul-africanos.

O actor e cantor norte-americano Will Smith e os músicos Johnny Clegg, Annie Lennox e India, entre outras celebridades locais e internacionais, actuaram perante a multidão de espectadores.

Este concerto foi organizado no quadro da campanha de angariamento de fundos "46.664" (número do ex-prisioneiro Nelson Mandela). Ao falar à multidão, Mandela explicou que as mulheres não eram apenas as mais afectadas pelo HIV/Sida, mas também as que carregam o fardo da assistência dos doentes. "Estamos confrontados com uma tragédia cuja amplitude é sem precedentes. A nossa reacção deve, por conseguinte, ser sem precedentes", insistiu o ex-Presidente sul-africano.
(...)

Índia e os genéricos

Global health activists Monday stepped up pressure against a controversial Indian patents bill that would bar firms from producing cheap copies of brand name drugs, saying it threatened millions of people living with HIV-AIDS and cancer around the world. Groups representing those living with the diseases in Asia, Africa and Latin America demanded that the Indian parliament drastically change the bill.

"We are not against patents but we are against the Indian bill in its present form which goes beyond what is required under TRIPS," said Anand Grover, lawyer and convener of Affordable Medicines and Treatment Campaign, a non-governmental organisation. TRIPS is an agreement on intellectual property rights under the World Trade Organisation. These rights are agreed upon by member countries of the WTO. Grover said under TRIPS, developing countries such as India did not have to provide patent protection for new uses of known drugs, new dosages and formulations or combinations of known drugs.

"TRIPS and many previous Indian committees have said that patents apply to new molecules only. But our bill goes beyond this by increasing the scope of patentability even to new dosages, combinations and formulations of known drugs," Grover said. He said the bill in its present form would bar Indian firms from producing the "three-in-one" fixed dose combination of anti-retroviral drugs widely used to treat those living with HIV-AIDS in the developing world.

"Such wide patentability is clearly done to favour the multinational companies," said Ellen T'hoen of the France-based Medecins Sans Frontieres, one of the activists who attended a discussion on patents in Bombay, India's western economic hub where many big pharmaceutical companies are based.
(...)

segunda-feira, março 21, 2005

As dores de cabeça da indústria farmacêutica

Can big drug companies recover from a recent string of problems?

It has all gone horribly wrong for the dozen or so manufacturers that make up "big pharma". The withdrawal of high-profile drugs, growing suspicion among consumers about drug companies' ethics, and arguments with regulators and customers have all dented what until recently was one of the least-tarnished of industries. A string of books has attacked the marketing tactics used by the industry, while lamenting the diminishing returns from its much-touted search for new drugs. Some observers have questioned whether a business model that was once capable of producing huge and reliable profits has been irreparably damaged. The industry is struggling to come to terms with a changing environment in its biggest and most lucrative market, America.

What happens in America is critical to the future of all the biggest drug firms. Prices there are mainly set by the market, not penny-pinching governments as in Europe and much of the rest of the world. It is also where the drug firms have chosen to place much of their research. America is by far the world's biggest spender on health-care in general--a whopping $1.8 trillion, more than 15% of GDP last year alone--and on pharmaceuticals in particular.

Last year, America accounted for more than 40% of the world's $550 billion pharmaceutical market, according to IMS Health, a consultancy (see chart 1). Moreover, the prices of many branded drugs can be significantly higher in America than elsewhere. A recent report fromthe Department of Commerce, looking at international prices of 54leading prescription medicines, concluded that the average pricecharged by manufacturers in Canada, Britain and Australia was roughlyhalf that in America in 2003 (though US discounts narrow this gap).

And it is in America that drug firms are facing the loudest andfiercest criticism. They stand accused of focusing on "me-too" drugswhich confer little clinical benefit over existing medicines; rushingthese to market through cunning clinical trials designed to make themlook better than they are; and suppressing data to the contrary. Theindustry is also lambasted for expensive, aggressive and misleadingdirect-to-consumer advertising, which sometimes creates conditions tofit the drugs, rather than the other way round. Hobnobbing with doctorsmeans giving them "food, flattery, friendship" at best, and outrightbribery at worst. Such flames were fanned by two high-profile eventslast year: Eliot Spitzer's lawsuit against GlaxoSmithKline (GSK) forallegedly suppressing data linking antidepressants to suicide risk inchildren (which later prompted initiatives to disclose clinical trialresults) and the recent scare over the safety of COX-2 inhibitors, aclass of pain-killers, following the withdrawal by Merck of one ofthese called Vioxx.

Indeed, critics argue that society is largely on the losing end of itsdealings with the industry. Drug firms benefit tremendously from publiclargesse, be it basic research from universities and government-fundedlaboratories, or tax breaks on R&D, yet fail to reward this by puttinga brake on pricing. For their part, drug firms argue that in order tokeep innovation moving, they must maintain high prices, and thereforehigh profits. Yet many Americans doubt these arguments. A pollconducted last month by the Kaiser Family Foundation found that only14% of the 1,200 Americans surveyed believe that current drug pricesare justified because of the high cost of R&D, and that 46% favouredgreater government regulation of drug prices, although this might leadto lower profits and therefore less research.

Big drug firms are having a hard time defending the argument thathigher profits mean more innovation. New drug launches have slowed to atrickle in recent years. Companies plough 15-20% of their revenues backinto R&D; global spending on pharmaceutical R&D has doubled over thepast decade, to $56 billion this year according to CMR International, aresearch group. Yet the number of new drugs approved by the FDA--arough measure of productivity--fell to a low of 18 in 2002.

TRIALS AND TRIBULATIONS
Drug development times are lengthening, and 50% of all drugs still failin mid- to late-stage clinical trials. But things are slowly perking upin the laboratory, says Stuart Walker, head of CMR. Last year the FDAapproved 34 new drugs and there are signs that early-stage pipelinesare filling up with new compounds for cancer, diabetes and centralnervous system disorders. Many of these new drugs actually come fromnimble biotech companies. They pass their products--for handsomerewards--to bigger drug firms, which then do clinical trials, registerthe drugs with regulators and market them.

However, this does little to impress many investors, who have hadenough of the industry's talk on breakthrough drugs. Stewart Adkins, ananalyst at Lehman Brothers, reckons investors are simply discountingproducts that have not reached late-stage clinical development;everything else is seen as too risky to put a value on. Yet many firmsare putting their faith in their pipelines and current business modelsto get them out of the current mess, says Richard Balaban, a consultantwith Mercer. This will not be sufficient, he argues, to win back thetrust of their three key customers: patients, payers and physicians.

Changes in sales and marketing might help. Pharma firms spent awhopping $14.7 billion on marketing to health-care professionals lastyear, and at least $3.6 billion on direct-to-consumer advertising,according to Verispan, a market researcher. Drug firms now spend athird of their sales revenue on marketing and administration, on a parwith Coca-Cola and Nestle.

This infuriates critics, who argue that the firms could easily lowerprices and find savings on promotions without touching their preciousR&D budgets. For its part, the industry points to the public-healthbenefits of marketing--doctors are kept up to date with developmentsand the public is informed of lurking medical conditions.

Both forms of marketing are under attack. As John Schaetzl, an analystwith GE Asset Management, points out, the COX-2 mess is a case whereaggressive promotion using mass marketing to create a blockbuster drughas resulted in the inappropriate use and consequent withdrawal of amedicine that undoubtedly benefits some patients. An FDA advisorycommittee recommended last month that the COX-2 inhibitors stay on themarket (and that even Vioxx might make a limited return), but withstricter warnings on their labels about their cardiovascularside-effects. The committee also recommended tighter restrictions onconsumer advertising of the COX-2 medicines and--given the steadystream of warnings the agency now issues to firms about variousclaims--might extend these to other drugs.

As for marketing to doctors, Jerome Kassirer, a former editor of theNEW ENGLAND JOURNAL OF MEDICINE and author of ON THE TAKE, wants to seeit stopped altogether--no more gifts, no more industry-sponsoredtraining courses, no more visits from salesmen and free samples.Various codes of conduct have been promulgated by medical schools,professional bodies and industry associations. Several pharmaceuticalfirms have been investigated by the Department of Justice for dodgydealings with doctors.

Economics, more than ethics, may force the pace of change. There areroughly 102,000 pharmaceutical "detailers", or salesmen, all trying tomeet the top-prescribers among America's 870,000 physicians. They getonly a few minutes with the doctor, not much time to sell the fruits ofmodern science. There is a growing realisation--if not yet dramaticaction--that the industry's marketing model needs to slim down and takea new shape to boost returns. Some firms are turning their drugdevelopment away from mass-market blockbusters to specialist products,which need smaller salesforces to target fewer doctors, who tend tomake more time for such products.

A few bosses, notably Jean-Pierre Garnier of GSK, have questioned thetraditional approach. But all eyes are on Pfizer, which employs morethan 10% of America's sales reps and might announce some changes to itssales and marketing operations next month. "Pfizer ushered in the ratrace," says Viren Mehta of Mehta Partners, a consultancy. "Only it canreverse the industry's direction."

The industry is also struggling with another central element of itsbusiness model: its reliance on patent protection for high-profileblockbuster drugs. Lehman Brothers reckons that, at best, drugs worth$8.8 billion will face generic competition; at worst, $15.5billion-worth of branded drugs will meet their copycat makers inAmerica. As the past few years have shown, the expiry of a patent on ablockbuster drug--such as Prozac--can be a painful experience for adrug firm, wiping billions off its market capitalisation. Alas, many ofthe tactics firms use to tighten their grip on their intellectualproperty are also coming under fire.

PATENT MEDICINE
This year's patent litigation has special significance for the wholeindustry, not just the individual companies involved. Genericdrugmakers are challenging the big companies in court over threeblockbuster drugs--Zyprexa for schizophrenia, Lipitor for highcholesterol and Plavix for heart attacks and strokes. These lawsuitsquestion the original "composition of matter" patents on theseproducts, not just the industry's efforts to spin out protection for afew more years of profit. If any one of these were to go against thebig companies, it would affect the whole industry.

Then there are the lingering side-effects of the Vioxx withdrawal.There have been drug withdrawals before--nine of them between 1997 and2000. But for all the trouble this episode has brought Merck--includinga federal investigation and hefty lawsuits--the latest controversy isabout more than one drug and one company. While the FDA is likely toaccept its advisory committee's recommendations on COX-2 inhibitors,the affair has highlighted the question mark over the future ofso-called me-too drugs, and is forcing R&D managers to take a hard lookat their pipelines across all therapeutic areas.

The last thing a beleaguered industry needs is a troubled regulator.But the FDA is under pressure too, accused of putting new drugapprovals--funded by the industry--before drug safety. There areseveral bills before Congress to improve drug-safety monitoring and theagency itself will fall under Capitol Hill's spotlight this year. Inrecent months, however, the FDA received a little pain relief. LesterCrawford, its acting head, may be appointed on a permanent basis. He isseen as a safe pair of hands, rather than a revolutionary bent onwholesale reform of the agency.

Last month the government also announced the creation of a newindependent safety board to oversee drugs once they come to market, aswell as the introduction of new ways of communicating safety issues tothe public. Although still short on details, the proposal is said tobring together officials from the FDA's existing offices of new drugapprovals and drug safety--more rivals than colleagues, according tosome observers--along with other experts, to assess and reportregularly on safety issues to the head of the FDA's drugs division.While this does not go far enough for some critics, others are on thelookout for signs that the agency is drifting too far to the side ofcaution, for example by demanding bigger, longer trials and slowingdown the approval of innovative, but potentially riskier, medicines.

As if it did not have enough problems, the industry cannot ignorecomplaints over pricing. Americans pay vastly different amounts for anygiven medicine, depending on who is footing the bill. Not surprisinglybig purchasers, such as state-funded Medicaid programmes for America'spoor or managed-care plans for big employers, get among the best deals.

The clamour for lower prices grows ever louder. One strategy isso-called "reimportation"--bringing in drugs from abroad. An estimated$700m-worth of pharmaceuticals flowed into America from Canada in 2003.The busloads of elderly Americans crossing the border to buy drugs havebeen joined by mayors from several cities and legislators from severalstates, looking to ease the passage of pharmaceuticals fromCanada--especially through internet pharmacies.

DRUGS WITHOUT BORDERS?
The Bush administration (and indeed the drugs industry) takes a dimview of such free trade. Personal importation of most foreignpharmaceuticals is technically illegal, though authorities tend not toenforce the law. A report late last year from America's Department ofHealth and Human Services said that individual Americans buying drugsfrom abroad are running "a significant risk", arguing that the qualityof such products is hard to verify. It did, however, suggest thatsafety might be more easily monitored if the drug traffic was run byauthorised commercial wholesalers, rather than individual patients.

Congress will take up the issue of reimportation this year. But fewexpect it to make much of a dent in pharmaceutical sales in America,nor in American frustration at rising prices. Canada is already workingon ways to restrict sales south of the border, in part from fear thatit will face drug shortages of its own, as drug firms move to restrictsupplies.

Then there is Medicare. Thanks to the Medicare Modernisation Act of2003, the federal government will start covering many of the outpatientdrug costs of America's pill-popping elderly. This means that, by 2006,the government will account for 45% of all drug spending in America.The drugs industry, excited by the prospect of increased volumes, tookfurther comfort when the act stipulated that the government would notnegotiate directly with companies over prices.

But as Rami Armon, a policy analyst with Lehman Brothers, points out,those implementing the programme--pharmacy benefit managers andmanaged-care firms--will be expected to find discounts. Indeed, giventhe drug benefit's ten-year $593 billion price tag and the loominginsolvency of Medicare, firms offering the best prices by driving thehardest bargains with drugmakers are more likely to get thegovernment's custom. In fact, the Centre for Medicare and MedicaidServices, which administers America's two big government-sponsoredhealth-insurance programmes, is quietly getting on with collecting dataand evaluating the effectiveness of various medical interventions itpays for--including drugs. If this data were to be used to decidewhether or not a drug purchase should be reimbursed, it could haveenormous implications.

State legislatures are already familiar with the difficulties ofreining in drug spending. Roughly 15% of their budget goes towardspaying for Medicaid, and with many facing straitened circumstancescutbacks are in order. State governments also cover their own employeesand are equally keen to get a grip on these health-care bills.Pharmaceuticals are the easiest target, says Kevin Outterson, a lawprofessor at the University of West Virginia and adviser to the state'sofficer on drug pricing. The drug companies are multinational, whereashospitals and doctors are staffed by local people who are unlikely tovote for anyone who wants to reduce their funding. In addition topaying their own drug bill, states are worried about losing jobs ifcompanies move away because of high health-care costs.

States are trying a variety of tactics to control central drug costs,from fixed formularies, reimportation (if not from Canada, then fromBritain or Ireland) and pooling their resources to buy in bulk toextending the discounts negotiated through Medicaid to largerpopulations and to even more radical measures, such as compulsorylicensing. Drug companies have made some concessions--for example,offering discount cards to older Americans or those without healthinsurance. On the whole, the drugs industry is not pleased with statestratagems, says Sharon Treat, head of the National LegislativeAssociation on Prescription Drugs Prices, and does its best to lobbyand sue against price controls.

HOW TO NEGOTIATE
But a few states have been successful. The Wisconsin Department ofEmployee Trust Funds, which covers 240,000 public workers, retirees andtheir dependants, managed to reduce its drug bill by 23% last year,while maintaining the same level of prescriptions. The secret, saysEric Stanchfield, head of health-care purchasing, was a strictreimbursement list based on drugs' clinical effectiveness, a pharmacybenefits manager with transparent accounting and a willingness to betough in negotiations with drug firms. The programme is so successfulthat the governor plans to expand it to cover the uninsured, andGeneral Motors has also been taking a look.

Another part of the Fund invests $2.9 billion of pension money in drugshares every year. Mr Stanchfield, who is also a trustee of the pensionfund, believes that price concessions make pharmaceutical firms moreappealing to investors because they put firms on a more sustainablefooting. "If I were big pharma with lots of unhappy people and theprospect of price controls, I would embrace changes such as ours. Whatis the alternative?"

Well, the big drug firms could fight their customers. But that wouldrisk harsher intervention by governments that are already intent oninfluencing drug pricing and marketing mechanisms. Even if they avoidthat, it seems certain that the world's biggest drug firms are going tohave to change in fundamental ways.

A corrida às licenças

Patent mailbox opens, Pfizer is top applicant

US-based Pfizer has emerged as the biggest pharma patent applicant in India as the Kolkata-based Patents Office opened the mailbox of patent pleas for pharma and agrochem inventions for 1995-2005. Mailbox applications are meant to recognise inventions as India switches to a product patent regime.
(...)
As for individual organisations, FMCG major Procter & Gamble occupied the third slot after Pfizer, J&J and DRL, with 187 mailbox submissions, followed by Merck (156), Glaxo-SmithKline (115) and chemicals giant EI Dupont (95).

O paciente e o poder emergente das ONGs

Só não gosto muito do termo "paciente". É que não tenho muita paciência...

Por Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

O fenômeno é novo, mas chegou de forma irreversível. Com o avanço dos meios de informação o paciente já não é um sujeito passivo e desinformado, sem direitos nem autonomia. Ainda combatido por alguns médicos o velho centro de gravidade "médico - paciente" esta mudando, onde a medicina passa a ser centrada no paciente.

Desiludido com o corporativismo dos Conselhos de Medicina ou das Sociedades Científicas, que raramente se pronunciam a favor do paciente, surgem nos últimos anos inúmeras associações de pacientes, assim como organizações de defesa dos direitos do consumidor, advogados especializados em erro médico e grupos que lutam por determinada patologia, passando estes novos atores a alterar o fiel da balança no relacionamento do paciente com as corporações médicas.

O poder real dos pacientes tem muito a ver com a força de suas associações, e já se nota que existem mudanças notáveis na afirmação da cidadania. O poder de representação das ONGs perante os gestores públicos, prestadores de serviços médicos ou profissionais autônomos junto com a visibilidade na mídia ao se realizar denúncias, outorgam ao paciente um poder até então inexistente.

O paciente necessita receber do médico, informação de qualidade, sempre baseada no melhor conhecimento científico disponível, em linguagem de fácil compreensão, informando os prós e contras sobre sua doença e os tratamentos existentes a que poderá ser submetido.

O médico não deve deixar de explicitar que o seu trabalho se trata de uma "consulta" e, que pelo tanto nada poderá ser imposto ou realizado sem o consentimento do paciente, cabendo a este a decisão final, assim como a assunção das devidas responsabilidades. É de fundamental importância que a informação passada pelo médico seja completa e fácil de entender, gerando confiança mútua e que a empatia no relacionamento médico - paciente seja total para se evitar no futuro ações reparadoras.

O sistema publico de saúde, as clínicas e hospitais privados assim como as sociedades científicas deveriam criar mecanismos de treinamento específico em comunicação médico - paciente para se obter uma relação mais satisfatória e evitar áreas de conflito. As ONGs têm que participar ativamente na elaboração das normas que regulem este relacionamento. Todo protocolo de tratamento ou norma técnica deve ter a aprovação do principal interessado, o paciente.

As ONGs têm o papel fundamental de propor leis e mecanismos que fomentem esta melhor comunicação, assim, como também, por serem representantes dos pacientes cabe a elas a responsabilidade de procurar diretamente o judiciário quando o paciente não é respeitado, perante o qual os conselhos médicos e as sociedade científicas deverão ser convocados para se explicar.

Às Ordens!


O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos no DN de 21.03.05:
" ... Estamos habituados a ver a Ordem [dos Médicos] associada à indústria farmacêutica, surpreende-nos vê-la também associada aos lóbis dos supermercados e das gasolineiras."

domingo, março 20, 2005

Luta contra a sida: CNLCS pede ajuda à Igreja Católica



Vai pedir o quê? Um milagre para Portugal?

O presidente da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS), António Meliço Silvestre, anunciou ontem que vai pedir ao cardeal-patriarca de Lisboa a ajuda da Igreja Católica na prevenção e combate à doença. Meliço Silvestre disse que o pedido vai ser formalizado num encontro com D. José Policarpo.

"Vamos pedir à Igreja que, dentro dos seus conceitos, nos ajude", disse o presidente da Comissão de Luta Contra a Sida, prevendo que a audiência com o responsável máximo dos católicos portugueses constitua "um passo muito importante" para a conjugação de esforços neste domínio.

sábado, março 19, 2005

That's all folks!

Apesar de considerar "grave" a perda do sentido de urgência no combate à sida, o programa do Governo é árido quanto à concretização de medidas, limitando-se a referir a necessidade de relançar políticas de informação, prevenção e combate ao HIV.

Programa de governo:

3. VIH/SIDA
A SIDA mantém-se como um problema dramático em Portugal, que regista taxas de novos diagnósticos de infecção superiores às dos restantes países europeus. Particularmente grave é a perda de sentido de urgência e de prioridade neste combate.

O Governo propõe-se relançar as políticas de prevenção e combate à doença VIH/SIDA, reactivando o Plano Nacional de Combate à Sida. Neste domínio, será dada especial atenção à promoção de acções e campanhas de informação/sensibilização, tendo em vista a modificação efectiva de comportamentos.

Kit de troca de seringas não previne hepatite C



A ausência de um recipiente de metal onde os utilizadores de drogas por via endovenosa possam preparar o "caldo" - ou seja, misturar e aquecer a mistura de heroína ou cocaína com água, antes da injecção - é, de acordo com a médica Maria José Campos, da Associação Abraço, uma falha do kit disponibilizado nas ruas e farmácias do País, pois assim "não previne o contágio da hepatite C".

Este kit, que foi criado para combater a infecção do HIV, será mais eficaz para este vírus, já que é muito menos resistente que o seu congénere HCV, que causa a hepatite C. Aliás, de acordo com dados apresentados por Campos no Fórum Hepatite C organizado ontem em Sintra pela associação SOS Hepatites, "a história natural dos utilizadores de drogas por via endovenosa demonstra que a percentagem daqueles que se infectam com HCV nos primeiros tempos dessa prática é muito maior que a daqueles que apanham logo HIV."

Outro factor que concorre para a maior probabilidade de infecção por HCV em relação ao HIV é a prevalência do vírus da hepatite C entre os utilizadores de drogas por via endovenosa crê-se que entre 70% e 90% dos que alguma vez se injectaram estejam infectados com ele, o que implica que haja grandes possibilidades de que a pessoa com quem se partilha o recipiente do caldo "passe" o vírus.

António Meliço-Silvestre, o presidente da Comissão de Luta contra a Sida, admite que a ausência do recipiente no kit pode ser problemática, mas garante que um novo kit está "para sair". Isso ainda não aconteceu, explica, "devido a um problema burocrático, foi preciso perguntar ao Instituto da Farmácia e do Medicamento qual o estatuto do ácido cítrico, que queríamos também colocar no kit". O instituto terá levado alguns meses a responder, o que terá contribuído para o atraso.

Em todo o caso, Maria José Campos frisa que, "se houvesse uma campanha de informação bem feita e dirigida aos utilizadores de drogas, provavelmente ninguém partilharia o recipiente, mesmo que ele não fosse incluído no kit".

A insistência na ideia de "grupos de risco" foi outro dos alvos da intervenção de Maria José Campos. "Estamos a pagar os erros que se cometeram em 20 anos de epidemia de sida. Fez-se passar a ideia de que a infecção por HIV só dizia respeito a toxicodependentes, homossexuais, prostitutas, hemofílicos... E as pessoas acharam que se não se reviam nesse perfil não estavam em risco - e viu-se o resultado. Não se pode cair no mesmo erro em relação à hepatite C."
(...)

Sida em debate no 'Haja Paciência'

Mais uma vez foi possível assistirmos a um debate televisivo de uma hora sobre resistências e nem sequer ouvir uma única vez mencionada a má prescrição dos tratamentos pelos médicos.
A tonta da apresentadora, Marina Caldas, persistiu em tentar encontrar um culpado único, o coitadinho do doente que não consegue ter uma adesão "como deve ser".
Tendo a redacção escolhido a adesão ao tratamento como ponto fucral no debate sobre resistências, conseguiu ter um painel de quatro especialistas sem sequer ter o melhor especialista, uma pessoa que toma os ditos comprimidos, à mesa.
Tivemos até direito a uma intervenção da ONG fantasma, a AADHVIR, que não faz rigorosamente nada para os doentes, a não ser a auto-promoção na comunicação social . Nota-se que AAD.... vem de "Associação de Apoio aos Doentes".
Haja Paciência...

"A sida está cheia de resistências. Não é apenas a resistência do vírus, propriamente dito, é a resistência social à doença, a resistência da população ao teste, a resistência dos doentes aos fármacos", afirma o infecciologista Kamal Mansinho, um dos participantes no programa Haja Saúde de hoje, a partir das 12.00, na 2.

O tema central do programa é a questão das resistências ao VIH e outros problemas ligados ao tratamento da sida.

Além de Kamal Mansinho, que é director do serviço de infecciologia do Hospital Egas Moniz, participam também Saraiva da Cunha, director do serviço de infecciologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Ricardo Camacho, virologista do Hospital Egas Moniz, e Vítor Duque, responsável pelo Laboratório de Virologia dos HUC.

Neste programa, o médico Ricardo Camacho põe o dedo em várias feridas, principalmente ao salientar que não podemos banalizar a doença crónica com o intuito de colocar a sida no mesmo patamar da diabetes ou da hipertensão, quando a doença continua a matar pessoas em todo o mundo.

Na plateia do Haja Saúde vão estar ainda os médicos Miguel Raimundo, presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Hepatites Virais, e António Carlos, presidente da Aspas - uma organização não governamental (ONG) que presta o seu apoio na zona da Amadora, principalmente em bairros problemáticos como o 6 de Maio e o Cova da Moura.

Amílcar Soares, presidente da Associação Positivo, vai igualmente dar o seu testemunho no decorrer do programa, sobre situações ligadas à terapêutica anti-retrovírica.
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Ministério da saúde corrige notificação da sida

O Ministério da Saúde publicou ontem em Diário da República uma portaria sobre a notificação obrigatória da sida que rectifica uma anterior. O diploma repõe uma falha do Executivo, que não tinha anexado o formulário próprio e anónimo para a declaração do HIV.
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Rastreio de hepatite C recomendado a quem tenha piercings e tatuagens

Quem tenha recorrido a piercings, tatuagens, acupunctura, manicura, pedicura e tratamentos de estética em estabelecimentos "onde não seja possível assegurar a segurança do material injectável" deve ser rastreado para a hepatite C, defendeu o professor da Faculdade Medicina de Lisboa, Rui Tato Marinho no Fórum Hepatite C, que decorreu ontem em Sintra.
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A directora executiva da Abraço, associação de apoio a doentes com HIV/Sida, Maria José Campos alertou para a ineficácia na prevenção da hepatite C do estojo do programa de troca de seringas actualmente distribuído aos toxicodependentes. Falta a inclusão de um recipiente para a mistura da droga, porque o contágio pode ocorrer, além da seringa e da agulha, através do restante material usado no consumo, como o algodão, carica, água. A médica afirma que desde o início do programa, há 12 anos, tem insistido neste ponto, sem sucesso.

Ao mesmo tempo, sublinhou a necessidade de não se cair nos mesmos erros de prevenção da sida, ou seja, em relação ao HIV "a maior parte da população achava que não lhe dizia respeito". Na hepatite C também não se deve pensar que atinge apenas dados grupos de risco, até porque está a subir o contágio por via sexual.

De 15 em 15 minutos morre de SIDA uma criança no Zimbabué

De 15 em 15 minutos morre uma criança com SIDA no Zimbabué, país que, por razões políticas, foi afastado das prioridades da assistência internacional, informou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

"O mundo deve distinguir entre a política e a população do Zimbabué", reclamou a UNICEF, durante a apresentação em Joanesburgo, na África do Sul, de um relatório sobre o "inquietante" quadro da situação da infância no país presidido por Robert Mugabe.
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Director da ONUSIDA visita Moçambique para avaliar combate à doença

O director do Programa das Nações Unidas para a SIDA (ONUSIDA) chega terça-feira a Moçambique para avaliar a situação e harmonizar a assistência daquele organismo da ONU, a partir de 2005, no âmbito do combate à doença.

Um comunicado hoje distribuído em Maputo pela organização refere que Peter Piot irá efectuar uma visita de dois dias a Moçambique para avaliar a eficácia do combate ao HIV/Sida no país, cuja taxa de prevalência ronda os 14 por cento na população adulta, com idades compreendidas entre 15 e 49 anos, num universo de cerca de 18 milhões de habitantes.
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Importa-se de repetir?

Prevenção e combate à sida em avaliação permanente - CNLCS

O presidente da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS), Meliço Silvestre, afirmou hoje que a política de prevenção e combate à doença está sob auto-avaliação permanente e que todas as críticas positivas são bem-vindas.
António Meliço Silvestre reagia assim em declarações à Lusa ao programa do governo na área da saúde no que respeita à Sida, à margem de uma visita às instalações do Hospital Curry Cabral.

No programa, entregue quinta-feira na Assembleia da Republica, o Governo classifica a sida como "um problema dramático em Portugal" e propõe-se "relançar as políticas de prevenção e combate à doença VIH/Sida" através da promoção de "acções e campanhas de informação e sensibilização, tendo em vista a modificação efectiva de comportamentos".

Meliço Silvestre salientou, porém, que o "relançar" não significa que as políticas de prevenção e combate tenham estado paradas. Questionado ainda sobre a sua manutenção à frente da CNLCS, o responsável respondeu que não sabe, uma vez que ainda não foi "oficialmente recebido pelo ministro" da Saúde.

Editorial crítica política da Administração Bush

Num editorial que acompanha o artigo onde é descrito o caso do paciente infectado com esta forma particularmente agressiva de HIV-1B, a revista britânica The Lancet sublinha a necessidade de investir na prevenção da sida, coisa que os Estados Unidos, nos últimos anos, têm descurado. "Este caso serve para lembrar que o HIV continua a ser um inimigo terrivelmente versátil, que pode mudar para se escapar ao ataque do sistema imunitário ou para adquirir resistência aos medicamentos com uma velocidade surpreendente.
(...)
Apesar de todos os avanços que têm sido feitos na compreensão do vírus e em desenvolver novos medicamentos, a prevenção continua a ser a estratégia mais eficaz de combate ao HIV, em especial se se concentrarem as atenções em grupos de alto risco." Estes cuidados, que deram muito bons resultados na década de 80, não têm sido seguidos nos últimos anos, pois a política do Presidente George W. Bush tem sido a de promover apenas a abstinência como forma de sexual e de evitar o consumo de drogas, sublinha a revista. "Infelizmente, esta Administração parece estar mais interessada em impor a sua visão moral do mundo do que em salvar vidas, sacrificando algumas por causa da sua ideologia, em vez de fazer o que devia."

Caso do homem de Nova Iorque com nova forma de HIV descrito na revista The Lancet

As primeiras análises feitas ao homem de Nova Iorque em que foi identificada uma nova variante do vírus HIV, resistente a várias classes de medicamentos anti-retrovirais, não permitem ainda perceber se esta variante representa uma ameaça para a saúde pública, mas tem características invulgares, que só se costumam ver em momentos mais tardios da infecção.

Num artigo publicado na revista médica britânica The Lancet, a equipa que está a acompanhar o paciente descreve o caso e lança um alerta para os perigos das metanfetaminas, um tipo de drogas que se está a tornar muito popular nos EUA, na Ásia e na Europa, e que está muito relacionada com as práticas sexuais de risco.
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Curry Cabral é o primeiro hospital público do país totalmente informatizado

O Curry Cabral é o primeiro hospital público do país com todos os serviços informatizados, desde as marcações de consultas à prescrição de receitas, anunciou hoje o director daquela unidade de saúde de Lisboa.
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No que respeita à unidade de infecciologia, pela qual o Curry Cabral é considerado um hospital de referência, Pedro Canas Mendes afirmou que houve "melhorias em termos de organização do serviço e da sua constituição", o que vai "permitir gerir melhor os recursos humanos".

"A seguir vamos tentar melhorar as instalações e os meios tecnológicos, que precisam de ser renovados", acrescentou o mesmo médico.

Também presente na visita ao hospital, que comemora este ano o seu centenário, esteve António Meliço Silvestre, presidente da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida. O responsável lembrou que, segundo os dados oficiais, o número de infectados por VIH em Portugal ronda os 27 mil, um número, frisa, que é "o que existe, mas que está muito aquém da realidade".

No final da visita, questionado pelos jornalistas sobre o uso do preservativo na prevenção da propagação da sida, o cardeal patriarca de Lisboa respondeu que "um dos grandes problemas é precisamente o enfoque apenas num método".

Afirmando que a Igreja Católica está empenhada em colaborar na prevenção [!?!?!?!?!], José Policarpo salientou que "a preocupação não é o uso ou não de preservativo, é que a prevenção seja humana e se abra a outras dimensões que não apenas a mecânica".

Notificação obrigatória do HIV publicada em Diário da República

Foi publicada no Diário da República de hoje uma portaria que obriga à notificação dos casos de infecção pelo HIV.

De acordo com a portaria publicada hoje, a infecção pelo HIV passou a integrar a lista de doenças de declaração obrigatória desde 1 de Fevereiro, altura em que o ex-ministro da Saúde Luís Felipe Pereira assinou o diploma.

A presente portaria diz que "a declaração é obrigatória aquando do diagnóstico em qualquer estádio da infecção por HIV de portador assintomático (...) e sempre que se verifique mudança de estadiamento ou óbito".

Esta portaria revoga a que foi publicada em 25 de Janeiro, que tornava apenas obrigatória a notificação dos casos de sida.
(...)

sexta-feira, março 18, 2005

Farmacêuticos aprovam "Compromisso com o combate ao VIH/SIDA"

Maputo, 11 de Março de 2005 - Terminou hoje o VII Congresso dos Farmacêuticos de Língua Portuguesa. Entre as principais conclusões, destaca-se o «Compromisso dos farmacêuticos com o combate ao VIH/SIDA». O próximo congresso da associação será em Angola que, pela primeira vez, irá receber este evento em Maio/Junho de 2006.

A Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), reuniu os profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé Príncipe e aprovou a seguinte resolução.

quarta-feira, março 16, 2005

Hepatite C mata mais que sida mas o Estado não age

Anualmente, morrem em Portugal cerca de 2200 pessoas com cirrose, das quais 30% devido a hepatite C; o cancro do fígado vitimou em 2002 quase trezentos portugueses, mais de metade dos quais devido à hepatite C. No total, serão 800 os mortos anuais causados pelo vírus HCV, que causa este tipo de hepatite. Contas feitas pelo gastroenterologista Rui Tato Marinho, do Hospital de Santa Maria, que releva a inexistência de qualquer contabilidade oficial para a morbilidade associada ao HCV ou de qualquer plano de acção para o combater.
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SOS para os infectados

Já havia um blogue (http//hepatitec.blogs.sapo.pt), agora há uma associação de ajuda aos portadores de hepatite C, o Grupo de Apoio SOS Hepatites Portugal. A vontade é a mesma, a de dar informação e apoio aos portadores da doença.

Ainda sem sede, a recém-criada associação tem hoje o seu primeiro acto público num fórum, em Sintra. Em entrevista ao DN, em Agosto de 2004, Val Neto, membro da comissão instaladora da SOS Hepatites Portugal, sublinhou que "há falta de informação sobre a doença", acrescentando que "mesmo alguns médicos estão mal informados".
(...)

terça-feira, março 15, 2005

Os erros do Papa

Editorial The Lancet

The Pope's grievous errors

With over a billion members, the Catholic Church is a much neglected institution affecting medicine. Despite a scientific training that sometimes casts doubt and even ridicule on religion, doctors know that an individual patient's personal faith can give strength and offer purpose in the face of profound suffering and despair.

Faith can be therapeutic. But when it comes to organised religion--and especially the policies of the current Pope--faith seems to present insuperable obstacles to the prevention of disease. Nowhere is this problem more acute than in HIV/AIDS. The Catholic Church recognises the enormous human toll of AIDS. Pope John Paul II has described this pandemic as "undoubtedly one of the major catastrophes of our time, especially in Africa". He has emphasised how Catholic institutions provide a quarter of the total care given to people living with HIV. He has called for the urgent treatment of young people infected with the virus, for the Church to campaign to extend the rights of women, for pharmaceutical companies to recognise their social responsibilities in providing access to medicines, and for the Church "to assist those affected by this disease and to keep the public duly informed about it".

But Pope John Paul II is also unforgiving in his interpretation of Church doctrines when he speaks about stopping the spread of HIV. He is harshly critical of traditional African practices, such as polygamy, without signalling any understanding of African history or culture. He abhors what he labels the continent's "contraceptive mentality". And, displaying an astonishing lack of knowledge about the daily pressures of African life, he condemns what he describes as African "irresponsible and immoral sexual activity". Worse still, the Pope opposes concepts central to AIDS prevention, such as sexual and reproductive health.

The errors are not all on one side. Last week, UNAIDS published a report on the future of the HIV epidemic in Africa--"AIDS in Africa: three scenarios to 2025". The agency presented a bleak picture, forecasting that 10% of Africa's population might die by 2025 if more was not done to limit the spread of infection. Given the influence of Catholic teaching, it is surprising and disappointing that nowhere in this report is there a sustained analysis of the contributions, advantageous and adverse, that the Church is currently making to the pandemic in Africa.

The Pope has also published a book recently. "Memory and identity" is trailed as his "intellectual and spiritual legacy". A studied response of HIV/AIDS is absent from that legacy. Instead, he prefers to point out angrily the "ruinous consequences in the moral sphere of public life".

Neither the Catholic Church nor UNAIDS seems willing to engage each other in a mature discussion about what both parties agree is one of the gravest threats to human health and well being. This self-imposed mutual isolation is in no-one's best interests, least of all those living in Africa. Encouragingly, there are new signs of difference between the Pope and some of his Cardinals. Last month, Cardinal Georges Cottier suggested that condoms were a "morally legitimate" means to stop the spread of AIDS. Catholics around the world may wish to look forward to a time when their Church fully embraces its public role--not only to serve those visited by suffering, but also to apply its doctrines, humbly and courageously, to those whose lives are under extraordinary threat.

Regrettably, the verdict on the present Pope's legacy will be that he allowed a mistakenly applied principle to destroy the possibility of a common human front against AIDS. His successor must replace this ecclesiastical error with clerical compassion.

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