terça-feira, novembro 15, 2005

Coordenador nacional defende generalização de testes rápidos da Sida

A direcção do GAT tem esta tarde uma reunião com o Coordenador Nacional e o Alto Comissário da Saúde para debater as nossas prioridades e preocupações.

Lusa 14.11.05

O coordenador nacional da Luta Contra a Sida, Henrique de Barros, defendeu hoje no Porto a generalização dos testes rápidos como uma das formas mais eficazes de combater o vírus HIV. A par desta medida, Henrique de Barros considerou também "essencial alargar o horário dos centros de Atendimento e Diagnóstico (CAD)".

"Não serve de nada ter estas estruturas abertas somente entre as 09:00 e as 17:00, horário em que a esmagadora maioria da população potencialmente interessada está a trabalhar", disse. Henrique de Barros, que é catedrático de Epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), falava numa conferência sobre "A batalha contra a Sida em Portugal", integrada no ciclo de debates I Semana de Medicina, promovido pela Associação de Estudantes daquela escola superior.

Defendendo que o essencial do combate passa pela prevenção, Henrique de Barros considerou que "infelizmente, a montante do sistema de saúde, não se está a passar nada em Portugal" na batalha contra a Sida.
O catedrático sublinhou que as estatísticas quanto às atitudes relativamente aos comportamentos de risco são "desanimadoras".
Referiu que as de 2004 mostram que "só metade dos estudantes que tinham tido actividade sexual nos seis meses anteriores é que usaram preservativo", enquanto que "é muito elevada" a percentagem dos que pensam que o facto de usarem outro método anticoncepcional torna o preservativo dispensável.

"Qualquer pessoa que tenha tido relações desprotegidas está em situação de risco", alertou o coordenador nacional da Luta Contra a Sida.
Henrique de Barros sublinhou ainda que o consumo de álcool é outro dos factores de risco relativamente à infecção pelo vírus da Sida, já que é muito mais provável que pessoas alcoolizadas se disponham a assumir comportamentos de risco.

Por isso, Henrique de Barros considerou "miserável e inadmissível" que a Associação de Estudantes da FMUP tenha admitido que o patrocinador da I Semana da Medicina seja uma conhecida marca de cervejas. "É uma contradição terrível e preocupante que estudantes de Medicina recorram a anúncios de cerveja para pagar uma iniciativa deste tipo, até porque todos sabemos que o uso de álcool é um dos factores determinantes de aumento da possibilidade de infecção", afirmou.

Henrique de Barros apontou ainda a desestruturação social (que inclui a toxicodependência, prostituição e todas as outras formas de exclusão social) como o principal factor determinante para o aumento de infecção pelo vírus da Sida. "No fim de contas, as infecções como a da Sida e a da tuberculose, metem-se muito mais com a sociedade e os seus mecanismos do que com o sistema de saúde e os seus agentes", defendeu Henrique de Barros.

Considerou "essencial" a prevenção, não só através do sistema educativo, já que, além dos adultos, há também muitos jovens fora dele. Henrique de Barros defendeu ainda como "fundamental" trazer as vítimas da Sida para o combate contra a doença, já que elas são de facto os principais agentes de propagação da infecção.

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